HULW inicia nova seleção de pacientes para tratamento de pé diabético
26 de maio de 2021
Pessoas
com pé diabético podem participar de um estudo com o uso de medicamento para
tratamento das lesões. Isso porque o Hospital Universitário Lauro Wanderley
(HULW-UFPB/Ebserh) está desenvolvendo uma pesquisa em parceria com
Bio-Manguinhos/Fiocruz, e iniciou novo recrutamento de pacientes com úlcera de
pé diabético. O tratamento utiliza um medicamento cubano que visa a acelerar a
cicatrização, contribuindo para reduzir amputações.
Para participar da seleção, o interessado deve entrar em contato com a endocrinologista
Dra. Marivânia Santos por meio do telefone (83) 3206-0787, através do qual será
agendada uma avaliação presencial com a equipe de pé diabético do HULW.
“Estamos recrutando pessoas com diabetes, que possuam ferida no pé, para
participar de uma pesquisa desenvolvida em parceria com o Instituto de
Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
em que será aplicado um medicamento que pode acelerar a cicatrização da
ferida”, explicou Dra. Marivânia, que é a investigadora principal da pesquisa
no hospital-escola.
A médica informou que, após agendamento, o paciente será avaliado
pessoalmente pela equipe e todo o projeto é explicado detalhadamente em
linguagem simples. Apenas quando o paciente assina o Termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE) é que se dá início ao tratamento.
O acompanhamento é realizado no ambulatório de Endocrinologia,
localizado no térreo, nas segundas,quartase sextas-feiras pela manhã. O tratamento consiste na aplicação do
produto, chamado Fcehr (fator de crescimento epidérmico), dentro da úlcera,
três vezes por semana, durante dois meses. Para isso, o paciente precisa se
deslocar até o HULW e, portanto, a preferência é para aqueles que residem em
localidades mais próximas de João Pessoa.
Para participar é necessário que o diagnóstico obedeça a alguns
critérios de inclusão como: lesão maior que 2,0 cm2 localizada no pé e sem
osteomielite, além de boa circulação sanguínea no pé afetado (Índice Tornozelo
– Braquial maior que 6). Também há restrições como menores de 18 anos, mulheres
grávidas ou que estejam amamentando, pessoas com doença grave no fígado, com
histórico ou suspeita de câncer, e pacientes com transtornos psiquiátricos.
Os participantes da pesquisa têm acompanhamento médico por até um ano e
meio e recebem sapatos especiais, curativos e ajuda de custo para se deslocar
ao hospital. “Os pacientes terão assistência médica especializada completa,
exames laboratoriais e radiológicos, limpeza e desbridamento da úlcera e
recebimento de todo o material de curativo domiciliar, muletas e calçados
especiais, além de auxílio transporte e alimentação nos dias das visitas”,
citou a médica.
O estudo intitulado
“Avaliação da Eficácia e Segurança do Fator de Crescimento Epidérmico
Recombinante (Fcehr) Intralesional em participantes com úlcera de pé diabético
no Brasil” teve início em julho de 2018. Com a pandemia, o número de inclusões
foi reduzido drasticamente já que os diabéticos são grupo de risco para a
covid-19.
O Hospital
Universitário Lauro Wanderley está em quarto lugar no país em número de
participantes. Segundo o último boletim da Bio-Manguinhos/FioCruz, há 25
pacientes cadastrados para a pesquisa no HULW. O pé diabético é uma condição
que ocorre quando se desenvolve uma ferida ou úlcera em área machucada ou
infecionada dos pés.
MEDICAMENTO
– O produto em investigação, que possui o nome
comercial Heberprot, é um biofármaco que tem como princípio ativo o fator de
crescimento epidérmico humano recombinante. É injetado dentro da lesão (intralesional)
para tratamento de úlceras de pé diabético. O medicamento é aplicado no sistema
de saúde cubano desde 2007, onde sua eficácia foi comprovada e os casos de
amputação foram reduzidos em mais de 80%. “A novidade da pesquisa é que se
trata de um medicamento de produção cubana, mas novo no Brasil. A Anvisa exigiu
este estudo local para avaliação de eficácia e segurança, mas o produto tem se
mostrado muito eficaz em diversos países que o utilizam, apresentando
resultados bons com fechamento da úlcera, evitando assim possíveis amputações”,
destaca a endocrinologista.