Setor têxtil de Itaporanga produz 6 milhões de peças por mês
21 de maio de 2012
Polo com cerca de 80 empresas formais e informais gera 1,5 mil empregos diretos e 5 mil indiretos
A cidade de Itaporanga, a 420 km de João Pessoa, localizada no Sertão paraibano, abriga um pólo têxtil formado por cerca de 80 micro e pequenas empresas formais e informais que, juntas, produzem 6 milhões de peças por mês. A estimativa da Associação Vale Têxtil de Itaporanga é que durante todo o ano de 2012 sejam produzidas 72 milhões de peças, que são vendidas, principalmente, para os estados de São Paulo e Amazonas.
As empresas da região produzem, principalmente, pano de chão, pano de prato, flanelas e coadores de café. Os principais fornecedores da cadeia de produção, de insumos como fios, etiquetas e embalagens são também paraibanos. “Em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), oferecemos capacitações e promovemos eventos que fortalecem o processo produtivo da região”, disse o gerente da Unidade de Indústria e Comércio do Sebrae Paraíba, Franco Fred.
O pplo têxtil de Itaporanga é um dos beneficiados pelo Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), desenvolvido pelo Sebrae em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Realizamos diversas ações no pólo têxtil de Itaporanga, como a elaboração de um plano estratégico, palestras na área de inovação e vamos começar a trabalhar a gestão da produção. Fizemos um diagnóstico da região e observamos os números positivos”, destacou Kênia Quirino, coordenadora do Procompi na Paraíba e superintendente do IEL (Instituto Euvaldo Lodi), do sistema CNI.
A empresa de Djalma Dantas é um dos exemplos da força do empreendedorismo do setor têxtil na região de Itaporanga. Após dez anos de sua fundação, a empresa é hoje uma referência estadual e regional no seu segmento, vendendo seus produtos para oito estados brasileiros, Distrito Federal e municípios da própria Paraíba. “Comecei a empresa em 2002, produzindo apenas o tecido do pano de chão e vendendo para outra empresa. Depois, começamos o setor de manufatura e chegamos ao produto acabado”, afirma.
Com a extensão de mercado da empresa, passando de produção do tecido até o produto acabado, vieram os primeiros sinais de crescimento. A produção terceirizada em 2002, que era de 15 toneladas de tecido por mês, passou a ser, em 2012, de 60 toneladas de pano de chão mensalmente. Para aumentar o volume de produção, a empresa estendeu o setor produtivo, investiu em novas máquinas e aumentou a eficiência da fábrica, melhorando o setor de alvejamento e adquirindo novos equipamentos de teares.
Procompi na Paraíba
Dos 87 projetos em execução pelo Procompi, quatro estão na Paraíba: setor têxtil na região de Itaporanga; setor de panificação na Região Metropolitana de Campina Grande; setor de alimentos e bebidas (cachaça) no Brejo paraibano; e beneficiamento de vidros, em João Pessoa e Campina Grande. “Cada setor tem sua particularidade e, portanto, conta com ações diferentes e diversificadas. O nosso foco de trabalho no beneficiamento de vidro, por exemplo, é o associativismo, design de novos produtos e melhoria no processo de gestão”, completou Kênia Quirino.
Já o setor de panificação contará este ano com oficinas técnicas para desenvolvimento de produtos, com concurso de receitas, e eventos que contarão com a exposição de fornecedores da cadeia produtiva. Também será feito um diagnóstico das empresas do setor. O projeto da cachaça trabalha com cerca de vinte engenhos da região do Brejo paraibano e visa fortalecer a marca “Cachaça da Paraíba”.