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Empresa que fez camisa do time brasileiro para a abertura dos Jogos Olímpicos fatura R$ 40 mil em uma manhã

30 de julho de 2021

Ketleyn Quadros e Bruno Rezende chamaram atenção pelas roupas que estavam usando, Quando Ketleyn Quadros e Bruno Rezende entraram na cerimônia de abertura das Olimpíadas segurando a bandeira do Brasil, os telespectadores prestaram atenção nas roupas usadas pelos atletas. Os trajes, característicos pela estampa, foram criados pela marca carioca Wöllner e produziram um resultado excepcional para o negócio patrocinador da equipe brasileira.

“Logo que abrimos a pré-venda das camisas, elas esgotaram”, afirma Giuliny Shauer, CEO da empresa. Apenas os produtos da linha especial dos Jogos Olímpicos de Tóquio faturaram R$ 40 mil na manhã da cerimônia, algo surpreendente para uma sexta-feira, diz o empresário. Além disso, a marca ganhou 5 mil seguidores nas redes sociais em um dia.

Isso foi possível com o investimento na digitalização da empresa, acredita Shauer. Em 2018, o e-commerce faturava R$ 12 mil mensalmente, e hoje já chega a R$ 1 milhão. “Isso nos preparou para essa nacionalização que as Olimpíadas trouxeram. Agora somos uma marca carioca conhecida no Brasil todo”, afirma.

A negociação com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) começou no final de 2019, quando a Wöllner, que já se apresentava como uma empresa a favor dos esportes, foi convidada a apresentar uma proposta de roupa para a cerimônia de abertura dos jogos. “Foi uma grande sorte porque eu sou aficionado pela cultura japonesa”, diz Shauer.

A estampa criada mistura aspectos do Japão e do Brasil. Pesquisando sobre a cultura japonesa, ele conheceu a história da carpa que, segundo uma lenda, se transforma em um dragão ao conseguir transpor uma cachoeira. “Quisemos fazer uma releitura dessa história porque essa é a vida do atleta brasileiro. Ele tem que nadar contra a correnteza e consegue se tornar um dragão quando atinge o sonho olímpico”, diz Shauer. Eles também se inspiraram no pirarucu, peixe amazônico que foi um grande guerreiro, de acordo com outra lenda. Por fim, misturaram as cores da bandeira brasileira e acrescentaram símbolos da flora nacional — feitos com traços inspirados em gravuras japonesas.

Depois que o conceito foi aprovado, a empresa percebeu que não seria tão fácil criar as peças. “Existem atletas que usam tamanhos bem pequenos, enquanto outros usam roupas muito grandes. Também tivemos que pensar no tecido e escolhemos o algodão por ser uma fibra que se adapta bem. Nas bermudas, colocamos materiais elásticos para vestir bem esportistas que têm pernas mais grossas”, diz Shauer. Segundo o empresário, ele recebeu comentários muito positivos porque o traje era fresco e, no dia da abertura, o tempo estava quente e úmido.

A ideia inicial era fazer 700 peças oficiais para a cerimônia mas, como o desfile foi reduzido, a empresa ofereceu 100 para alguns atletas, ex-atletas e agentes. O Comitê Olímpico Brasileiro ficou responsável por escolher as pessoas que receberiam a estampa feita para o evento. Ainda assim, a empresa deu camisetas de sua linha olímpica para todos os atletas participantes.

Pelo acordo, a marca arcou com todos os custos de produção e envio das peças, e pagará royalties ao COB para comercializar as peças da coleção, que conta com camisetas, bermudas, casacos e outros itens.

A Wöllner ainda produziu outra linha de roupas da XP, empresa que também é patrocinadora dos jogos. Neste caso, a marca foi responsável apenas pela fabricação das peças. 

Com todo o sucesso, Shauer agora espera que outras empresas entrem em contato para fazer parcerias.