Entenda como serão as feiras internacionais, com o coronavirus
27 de julho de 2020
Os organizadores das grandes feiras mundiais estão prontos para se adequar aos sofisticados protocolos de higiene, distanciamento e controle de acessos. Todos, sem exceção, estão muito flexíveis e interessados, querendo revitalizar seus negócios o mais rápido possível. Mas e os clientes? E os expositores e visitantes? Do ponto de vista econômico, existe a questão: a participação na feira “Como de costume” nesse momento faz sentido, sabendo que, quanto mais internacional o público for, menos contatos serão possíveis – devido à limitação e à restrição de viagens mundiais? E da lógica – menos contatos, menos negócios, menos retorno do investimento.
Muitos tomadores de decisão, presidentes, CEOs e diretores ainda têm medo de serem infectados ou de serem submetidos a restrições depois de viajarem e participarem de eventos presenciais. Um reinício dos negócios em grande escala como de costume – apenas com conceitos de higiene e distanciamento – é ainda muito difícil, como mostra a pequena mudança para formatos híbridos de eventos. Nota-se ainda pouca procura por esse tipo de plataforma para o segundo semestre de 2020. É como se as empresas não se sentissem atendidas por feiras digitais da mesma maneira que por aquela loucura de informação e conhecimento que são as feiras presenciais.
A própria Comexposium, promotora francesa das maiores feiras de Alimentos e Bebidas do Mundo – SIAL China e SIAL Paris – depois de conversar com seus mais de 7.200 expositores de 119 países, essa semana tomou a difícil decisão de cancelar a tradicional feira de outubro na França, que acontece ininterruptamente desde 1964, por não conseguir a garantia de quórum. É uma situação complicada para expositores que agora precisam repensar como darão prosseguimento nas suas ações de promoção comercial até o fim do ano. O SIAL China por conta das fronteiras fechadas será apenas para empresas que tenham uma equipe local e o SIAL Paris só voltará a acontecer, com toda a sua força, em outubro de 2022.
Conceito adaptado
O que estamos sentindo aqui na Bäumle, é que um reinício bem-sucedido em feiras internacionais só será possível com um conceito totalmente adaptado. Os promotores terão que repensar as setorizações dos eventos mundiais de forma a dividir em plataformas.
Um bom exemplo é a IFA Berlim, uma das feiras de consumo de dispositivos eletrônicos mais importantes da Europa, com um novo conceito – talvez pressionado por tantas restrições – que se dividiu em 4 eventos menores, com visitantes podendo acessar apenas por convite, sendo não mais que 1000 participantes permitidos por evento por dia. De forma remota os eventos serão transmitidos para todos os demais visitantes. Sem dúvida, é uma escala muito menor, mas foi uma solução inovadora e tremendamente apropriada para o momento atual.
Obviamente, a única coisa que fará a indústria de feiras voltar ao normal será a vacina segura, eficaz e amplamente disponível. Estou otimista que chegaremos lá em breve.