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“Podemos dizer que estamos em pé de igualdade com as indústrias dos maiores centros nas questões de tecnologia e entre outras”

23 de junho de 2020

Criada com o intuito de promover
o desenvolvimento e fortalecimento da indústria do mobiliário local, a Amap, Associação
da Indústria de Móveis e Artefatos de Madeira da Paraíba, conta com 45 associados
no estado, abrangendo a grande João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras,
Guarabira e outras cidades. A entidade apoia e defende a indústria moveleira do
estado e reúne várias empresas de móveis, feitos com materiais diversos
materiais e abraçando diversos estilos, além de auxiliar na questão tributária
e burocrática, da compra de matéria prima e venda de mercadorias.

Em entrevista exclusiva para o portal
Paraíba Total, Reginaldo Galvão, presidente da Amap-PB falou sobre a criação da
associação, os grandes desafios do setor, sobre os destaques da Paraíba em meio
aos demais estados do nordeste, os planos da entidade para os próximos meses e
o impacto causado pela pandemia do novo Coronavirus ao setor. Segundo ele, muitos
móveis estão prontos, mas impossibilitados de entregar aos clientes, desde
março, quando começou o isolamento social, além da dificuldade na entrega e
montagem das mercadorias. Confira na íntegra:

No que consiste a Amap-PB?
Como foi criada e conta com quantos membros?

A Amap é a Associação da
Indústria de Móveis e Artefatos de Madeira da Paraíba, uma sociedade civil sem
fins lucrativo, com abrangência estadual, cujo objetivo é promover o
desenvolvimento e o fortalecimento da indústria do mobiliário local.

Hoje somos 45 associados na área
metropolitana de João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras, Guarabira, entre
outras cidades, de forma que temos ações em várias partes do Estado.

A entidade foi criada para apoiar
e defender todo indústria moveleira da Paraíba, que hoje congrega variadas
empresas de móveis, desde empresas que produzem móveis de madeira maciça, ao
móvel feito com painéis de MDF, móveis com fibras vegetais, com fibras
sintéticas e também os móveis de ferro e rústicos, para atender a todos os públicos.
Podem  também participar da associação as
empresas produtoras  de esquadrias em
madeira e de todos tipos de artefatos 
que tenham como base principal madeira.

Quais os maiores desafios do
setor?

Como entidade, enfrentamos
grandes desafios para apoiar e defender nossos associados. A principal delas é
a questão da carga tributária, um problema que não atinge apenas o nosso setor,
mas também boa parte das empresas brasileiras. Apesar da maioria dos nossos
associados estar no regime do Simples, boa parte da matéria prima usada nos nossos
produtos vem de outros estados, então somos afetados pela cobrança da diferença
de alíquota do ICMS e pela substituição tributária, o que acaba anulando parte
dos benefícios proporcionados pelo SIMPLES. Outra dificuldade é a falta de
incentivo ao setor produtivo. Falando especificamente do nosso segmento,
carecemos de uma política que de fato apoie as pequenas e médias empresas do
nosso Estado.

Também buscamos junto aos poderes
público, uma área apropriada para implantarmos um Núcleo composto por empresas
produtoras de móveis e artefatos de Madeira, para transferir as empresas hoje
localizadas em áreas não adequadas para um único lugar. Isso vai facilitar o
intercâmbio de conhecimentos, a terceirização, a compra de matéria-prima de
forma conjunta, entre outras vantagens. Para esse projeto do núcleo moveleiro,
contamos com o apoio do Sebrae e da Federação das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte da Paraíba – FEMICRO

Outro grande desafio nosso é capacitar
a nossa mão de obra, o que, hoje fazemos dentro das próprias unidades
produtoras ou em parceria com duas entidades filantrópicas. Além disso, fazemos
um trabalho de sensibilização junto aos governos, principalmente o estadual e
os municipais, para que também prestigiem as indústrias locais, abrindo canais
de acesso as Compras Governamentais.

De que forma o setor foi
atingido pela pandemia da Covid-19 e o como a associação está orientando os
empresários do segmento?

A Covid-19 nos impôs muitos
desafios. Temos enfrentado o fechamento de nossos pontos de venda, o que
prejudica, principalmente, as empresas que produzem móveis sob medida. Estamos
muito prejudicados tanto na comercialização, como na entrega e montagem dos
nossos produtos, já que a recomendação do distanciamento social, muitas vezes
impossibilita o acesso às residências, condomínios, prédios empresariais etc.
Temos hoje um estoque de mercadoria comercializadas, que já deveriam ter sido
entregues desde março, mas que continuam nas empresas.

Para minimizar os problemas de
comercialização, a Amap está promovendo ações junto aos associados para
promover abertura de novos canais de venda nas plataformas digitais. Nesse item
contamos com o apoio do Sebrae, nosso parceiro de sempre.

Sobre a volta das atividades,
trabalhamos na preparação de protocolos de funcionamento. As fábricas continuam
funcionando e foram todas adaptadas aos novos padrões de higiene e proteção. Mas
também necessitamos da reabertura das lojas (Showroom) o mais breve possível.
Estes locais, geralmente, não têm aglomeração. As visitas dos clientes são
feitas com hora marcada, de forma que não há muitas pessoas nos pontos de
venda. De toda forma, criamos mecanismos de atendimento adequados às demandas
do momento, de forma responsável e segura.

Como a Paraíba se destaca na
produção em relação ao Nordeste e ao Brasil?

A
Paraíba hoje em relação ao Nordeste e ao Brasil se destaca como um polo
produtor de móveis, tanto para atender a demanda do consumidor residencial como
do corporativo, que são os hotéis, empresas, Shopping, magazines, repartições
públicas etc. Nós temos um número relevante de empresas produtoras de móveis de
qualidade que se destacam no setor moveleiro do Nordeste. Podemos dizer que
estamos em pé de igualdade com a indústrias dos maiores centros  produtores de móveis do Brasil, tanto nas
questões de tecnologia, equipamentos, matéria-prima e componentes, como na
gestão e qualidade.  Temos bons
fornecedores locais, mas também nos abastecemos com produtos vindos direto dos
principais fornecedores de materiais do Brasil.

Quais os planos para o segundo
semestre de 2020 e para a gestão do senhor?

Entre os planos da diretoria da
Amap para o segundo semestre deste ano está a realização da segunda edição do
Conemov, Congresso Moveleiro do Nordeste. O evento foi realizado em parceiros
com o Sebrae e a empresa Luz Criações. Esperamos poder realizar neste ano ou,
no começo do próximo ano, a depender de como estarão as coisas.

Também nesse momento de
paralisação, vamos dar continuidade ao nosso plano de criar o nosso distrito
moveleiro. Estamos em busca de uma área com dimensões adequado para
relocalização de empresas em local mais própria para produção industrial. Temos
esse projeto todo pronto e desenvolvemos um trabalho permanente para implanta-lo.

A diretoria da AMAP está desenvolvendo um
trabalho visando a expansão do seu Quadro de Associados, essa ação  tem por fim interiorizar a presença da
Associação buscando apoiar  as  empresas ligadas a produção de móveis e
artefatos de Madeira em todo o Estado, 
buscando a modernização das empresas, tanto na área tecnológica como na
área de gestão, por meio de novos maquinários e implantação de softwares que
fazem a gestão da produção de móveis, a parte comercial e de apresentação de
projetos, entre outras demandas.