Por mês, novas empresárias injetam R$ 6,6 milhões na economia de João Pessoa
16 de maio de 2012
Cerca de 3,3 mil mulheres donas de pequenos negócios estão contribuindo para dar um impulso significativo na economia da Capital paraibana. Responsáveis por movimentar mensalmente R$ 6,6 milhões, as empresárias, que até pouco tempo eram informais, têm um faturamento médio de R$ 2 mil, o equivalente a mais de três salários mínimos. Este ano, o grupo deve ter uma receita média de R$ 80 milhões só em João Pessoa.
Elas são donas de lanchonetes, armarinhos, cabeleireiras, boleiras, esteticistas, entre outras 471 atividades econômicas que podem ser formalizadas como Empreendedor Individual (EI). Juntos, estas empresárias já somam, só na Paraíba, 26,3 mil empreendimentos. Em todo o Estado, o número mulheres empreendedoras individuais é de 10,3 mil.
Os dados fazem parte de pesquisa pioneira realizada pelo Sebrae Paraíba entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012 com empreendedores individuais. A pesquisa reforça as informações em relação ao perfil empreendedor das paraibanas, que estão cada vez mais investindo no próprio negócio para aumentar a renda familiar, estimulando a vocação e o crescimento profissional.
A gestora do prêmio Mulher de Negócios do Sebrae Paraíba, Maria José Menezes, destacou que as mulheres tem características distintas do homens quando o assunto é empreendedorismo. “Elas estão buscando cada vez mais espaços com potencial de sucesso, em que já são percebidas as demandas e a necessidade do serviço. São focadas e perseverantes, o que contribui para o resultado dos empreendimentos”, destacou.
Formalização abre portas
Cabeleireira há 12 anos, Elis Regina Martins ingressou para categoria de empreendedor individual há um ano. Para ela, a formalização está abrindo portas e permitindo o seu crescimento profissional. “Sempre trabalhei por conta própria e estive em busca da minha independência financeira. Com a formalização, posso ter crédito no mercado, ter mais acesso aos fornecedores, além de ter benefícios trabalhistas. Hoje posso dizer que sou realmente uma empresária”, disse a cabeleireira.
O levantamento identificou que, aproximadamente, 90% dos trabalhadores pesquisados têm faturamento mensal igual ou menor que R$ 3 mil. Cerca de 10% dos empresários informaram ter uma receita mensal acima de R$ 3 mil. Este valor, até de 31 de dezembro de 2011, era teto máximo do faturamento do empreendedor individual. Desde 1º janeiro, o teto em vigor é de R$ 5 mil, o que vai contribuir para que um número maior de empreendedores informais se regularizem.
Maria José acrescentou que a Paraíba tem destacado nacional na esfera do empreendedorismo feminino. “Das oito edições do Prêmio Mulher de Negócios, as paraibanas já ganharam dois troféus ouro, três prata e três bronze na etapa nacional. Estamos torcendo para que as histórias vencedoras da etapa estadual, que serão conhecidas no dia 28 de fevereiro, participem mais uma vez da etapa nacional”, disse a gestora do Prêmio. Na próxima edição do concurso, que abre inscrições no segundo semestre do ano, as empreendedoras individuais também poderão participar.
Faturamento de homens ainda é maior
A pesquisa revela ainda que os homens tenham faturamento superior ao das mulheres. Enquanto elas faturam uma média de 2.008,40 por mês, eles têm receita de R$ 2.194,24, uma diferença de 8.5%. Os dados reforçam informações de outras pesquisas em que o homem aparece na frente quando o assunto é rendimentos.
A análise identificou que 41,2% dos pesquisados relataram aumento no faturamento após a formalização. Destes, 83,6% atribuíram este crescimento ao fato de terem decidido se formalizar. Um pequeno percentual – 5,1% – relatou redução no faturamento após se formalizarem como empreendedor individual. Deste, 72,2% não acreditam que a formalização contribuiu para diminuição da receita.
Pesquisa – Atendendo a Chamada Pública de Pesquisas Científicas BNDES/FEP, o Sebrae Paraíba elaborou, em parceira com Universidade Federal da Paraíba (UFPB), IPEA na região Nordeste, Banco do Nordeste e IBGE, um estudo pioneiro para traçar o perfil social, econômico e financeiro do empreendedores individuais, além de verificar os principais benefícios e dificuldades encontradas para os trabalhadores informais para se formalizarem.