Encontro do Fórum Paraibano de Bovinocultura Leiteira discute boas práticas de manejo para produtores rurais em Campina
2 de maio de 2012
Preparar os animais, o alimento e investir na produtividade não serão mais as únicas práticas para o bovinocultor se manter no mercado da Paraíba. Além desse manejo na propriedade, o produtor tem que aprender novas alternativas de comércio e adquirir a cultura empreendedora. Com esses e outros conceitos, palestrantes e especialistas no setor participaram do 1º Encontro do Fórum Paraibano de Bovinocultura Leiteira, em Campina Grande, na última quinta-feira (26).
O diretor técnico do Sebrae Paraíba, Luiz Alberto Amorim, disse que o setor da bovinocultura leiteira poderia fortalecer ainda mais a cadeia produtiva, a partir do encontro realizado nesta quinta-feira. “A agropecuária da Paraíba precisa entrar em um ciclo de inovação forte. Não podemos repetir as tecnologias existentes, mas apostar nas novidades. Um dos nossos maiores desafios este ano é a seca e devemos aprender a administrar o problema”, comentou.
Como pesquisador das propriedades rurais no Estado, Luiz Alberto defende que a solução de cada problema está nas mãos dos produtores. “ A gente precisa fazer a economia funcionar para que os agricultores familiares, por exemplo, não saiam das suas localidades em busca de sobrevivência”, apontou.
Já o secretário executivo da Agricultura Familiar do Estado, Alexandre Eduardo Araújo, afirmou que a bovinocultura é uma das atividades que mais geram renda e emprego na Paraíba. “A grande atividade geradora de emprego é a leiteira. Mas, apesar de sofrermos há tantos anos com a seca, essa atividade corre riscos por causa do nosso despreparo com a administração desse problema. Vamos avançar e nos tornar fortes quando dominarmos mais conhecimentos”, pontuou.
Durante o evento, os participantes foram capacitados com painéis apresentados pelo Banco do Brasil e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O painel “Mercados Privado e Público do Setor Leiteiro na Paraíba”, com representantes das empresas Ísis, Cariri e Cremosin e a palestra “Mercado, Qualidade do Leite e produtividade: a experiência Sebrae/IBS, no Brejo e no Sertão paraibano”, com representantes da Emepa, Emater e Faepa/Senar, foram os que tiveram maior número de interessados.
Ao final do Encontro, os participantes e instituições fizeram uma pactuação de ações entre os envolvidos. “É o momento de vermos de que forma toda a cadeia produtiva pode caminhar junta em busca do desenvolvimento”, lembrou o gestor do projeto Aprisco e Leite do Sebrae em Campina Grande, Rodrigo Dantas.
Déficit – Um dos problemas mais debatidos no Encontro foi o déficit de 40 milhões de litros de leite por ano no consumo, já que a demanda paraibana é de 220 milhões de litros/ano. Com a produção de 180 milhões de litros/ano, a Paraíba precisa avançar e tentar ganhar mercados, conquistando os consumidores que acabam comprando fora do Estado. Nos últimos oito anos, o Programa do Leite, um dos incentivos estaduais na produção do leite, movimentou entre R$ 600 e R$ 700 milhões.