logo paraiba total
logo paraiba total
Foto: Arquivo Pessoal

Gustavo Galindo: “A amplitude que João Pessoa tomou para o país torna o mercado de imóveis de luxo atrativo para quem vem de outras regiões”

Sócio-diretor da Núcleo Imobiliária destaca fatores e tendências do setor na Capital paraibana

29 de fevereiro de 2024

O mercado imobiliário em João Pessoa tem experimentado uma tendência de crescimento, especialmente na busca por imóveis de alto padrão. Gustavo Galindo, sócio-diretor da Núcleo Imobiliária, uma das principais imobiliárias da região, é uma figura central nesse cenário, com empreendimentos de destaque como o Neo Residence, o Oré Residencial e o Belvedere, da Construtora Massai, em sua carta de opções aos clientes mais exigentes.

Em entrevista ao Portal Paraíba Total, Gustavo compartilha a sua visão sobre os fatores que impulsionam esse crescimento, destacando como a carência histórica de empreendimentos sofisticados, aliada à influência do mercado nacional e a transformação de mentalidade durante a pandemia, estão redefinindo o panorama do setor. Confira a entrevista abaixo.

O mercado imobiliário tem visto uma tendência de crescimento, principalmente na busca por imóveis de alto padrão. Quais fatores influenciam essa crescente demanda?

Duas coisas são muito importantes, em se tratando do público doméstico, o pessoense e o paraibano. Há uma carência significativa desse tipo de empreendimento, porque durante muito tempo, as construtoras hesitavam em produzir algo com um ticket alto e que pudesse demorar a vender, optando por empreendimentos menores que, em tese, se vende mais rápido. No entanto, a ampliação da visibilidade de João Pessoa para o país e até mesmo internacionalmente atrai um público que, vindo de regiões com valores mais elevados por metro quadrado, encontra aqui a oportunidade de adquirir imóveis de padrão superior por valores mais acessíveis. Além disso, a qualidade construtiva e arquitetônica dos projetos na cidade realmente encanta muita gente e, por essa diferença que ainda temos de valor, por enquanto, se torna atrativo para quem vem de fora.

Você acredita que a pandemia e o tempo que as pessoas passaram dentro de casa influenciaram o olhar para imóveis de alto padrão?

Certamente, observamos isso em 2020 em dois extremos: o primeiro com a busca intensa por imóveis compactos, pois as restrições de viagens e mudança nas prioridades levaram as pessoas a investirem seus recursos na compra de imóveis de 18 até 25m². Ao mesmo tempo, a necessidade de espaços mais amplos para quem permaneceu em casa e sentiu a necessidade de ter um ambiente maior, tanto é que esgotamos nosso estoque de lotes em condomínios. O mercado reagiu a essa demanda, mas a oferta ainda era limitada, levando as construtoras a adaptarem seus lançamentos às necessidades identificadas com produtos de maior metragem e padrão mais elevado.

O que as pessoas buscam ao escolher um imóvel de luxo? Quais são as características mais desejadas?

Três fatores predominam nessa escolha. A Localização é um elemento crucial, especialmente quando se trata de imóveis de alto padrão, onde o poder aquisitivo é proporcionalmente maior, elevando o nível de exigência. Em segundo lugar, a estética do produto, a beleza, modernidade do projeto, se realmente chama atenção, a arquitetura e o design. Por fim, itens de lazer e conforto. Normalmente quando falamos assim costumamos pensar em piscina e quadra que são lazer, mas conforto é um cinema, um rooftop, área para vinhos… itens mais modernos que os equipamentos antigos de 12 a 15 anos, quando não era oferecido na época, pois não havia essa demanda.

O que podemos esperar desse mercado de imóveis de luxo no futuro?

Além do crescimento contínuo, vejo uma democratização desse mercado. Antes, a associação de imóveis de luxo estava intimamente ligada a grandes metragens, mas isso está mudando. Em João Pessoa, especialmente, é possível encontrar produtos de luxo em metragens menores, inclusive em imóveis compactos. Nada impede que você tenha um apartamento de 20m² altamente luxuoso, até porque o custo para equipar com uma mobília excepcional, é bem diferente de uma grande metragem. O mercado tem consumido tanto este tipo de produto como os de alta metragem com até 400m².

Para essa democratização, o que pode acontecer geralmente é não trabalhar com o regime de incorporação comum, no qual a construtora constrói aquele produto, lança no mercado, faz uma tabela de pagamento com 50 a 60% até o prazo de entrega e depois deixa uma parte para financiamento bancário. Em vez disso, a grande alternativa é fazer pelo que chamamos de regime de condomínio fechado ou preços e custo. Nesse caso, a construtora apenas administra e tem um percentual que varia de 12 a 17% sobre o custo daquela obra e isso implica em uma obra mais barata. Uma associação de pessoas divide o custo e paga uma construtura para executar a obra, dessa forma é possível alcançar grandes metragens, tornando. Isso permitirá uma oferta mais ampla e diversificada no mercado imobiliário de luxo, atendendo a diferentes perfis e necessidades.

Fonte: Redação