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Safra do algodão crescerá 50% na Paraíba e Banco do Nordeste oferece crédito para agricultores
Com previsão de crescimento de 50% na produção, Banco do Nordeste reforça apoio aos agricultores para o ciclo 24/25, destacando-se na produção sustentável
5 de fevereiro de 2025
Com previsão de crescimento de 50% da produção do algodão em pluma na Paraíba para a safra 24/25, o Banco do Nordeste (BNB) intensificará a oferta de crédito aos agricultores do setor, ao longo do ano. A expectativa é de que a produção amplie de 200 para 300 toneladas, no atual ciclo de cultivo da cotonicultura. O estado destaca-se na produção do algodão agroecológico e colorido, e vem alcançando o mercado da moda e de confecções em geral com o produto.
Os dados fazem parte de divulgação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e foram publicados numa análise realizada pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão vinculado ao BNB. Outro aspecto importante é a melhoria da produtividade, que representa a otimização do trabalho e a redução de custos. Nesse quesito, a Paraíba deve ampliar de 291 kg por hectare na safra anterior, para 414 kg por hectare na atual, o que também sinaliza um crescimento de produtividade em 42,5%.
O algodão é a fibra natural mais antiga e cultivada do mundo e o Brasil é o terceiro produtor e o maior exportador mundial do item. Na Paraíba, a modalidade agroecológica vem crescendo e consolidando-se como matéria-prima sustentável e livre de agrotóxicos. O plantio envolve a técnica de rotação de cultura, o que permite manter os nutrientes do solo. O BNB oferta crédito por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em linhas para custeio rural, apoio a jovens agricultores, crédito para mulheres agricultoras, como também o microcrédito do Programa Agroamigo.
No ano passado, o BNB participou do seminário sobre Sistema Produtivo de Algodão Orgânico/Agroecológico na Paraíba, que ocorreu em Campina Grande e foi promovido pela Embrapa Algodão. Na oportunidade, a instituição financeira anunciou a intensificação da oferta de crédito para estruturação da cadeia produtiva.
“O Banco do Nordeste considera a cultura orgânica do algodão um nicho de mercado socialmente muito importante, em especial por envolver a agricultura familiar. Faremos um apoio sistemático à atividade para que a cadeia produtiva da cotonicultura orgânica da Paraíba ganhe novos espaços no mercado”, ressaltou o agente de Desenvolvimento do BNB, Kennedy Wanderley.
Exemplos da Agricultura Familiar e de empresas MPE
A coordenadora do Arranjo Produtivo Local (APL) do algodão da Paraíba e integrante da associação Rede Borborema de Agroecologia (RBA), Suzana Aguiar, destaca a atuação de agricultores familiares nos últimos 20 anos, na retomada da cultura do algodão no estado. “A retomada da atividade surge em rede regenerativa, quando os agricultores familiares passaram a reconsiderar a produção, com apoio da Embrapa Algodão e de outros parceiros. Os ganhos mais relevantes são a diminuição do êxodo rural, a segurança alimentar e o fortalecimento dos próprios agricultores, por meio das associações e de cooperativas”, destaca.
No estado, há pelo menos três núcleos de organização dos agricultores, como a RBA, a Associação de Certificação Participativa dos Produtores Agroecológicos do Cariri Paraibano (ACEPAC), e a Cooperativa gerida pelo Polo Borborema (Coopborborema). Na Paraíba, a produção é realizada nos territórios da Borborema, Cariri, Curimataú e Sertão.
De acordo com a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), uma unidade produtiva de um hectare tem capacidade média de produção de 1,2 tonelada de algodão, a cada ano.
Exemplo de integração comunitária com a agricultura familiar, a empresa Santa Luzia Redes e Decoração foi reconhecida em 2023 no Prêmio Banco do Nordeste da MPE, pela inovação, compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento social.
Com sede em São Bento, a indústria participa do APL da cultura do algodão agroecológico e orgânico, com comunidades tradicionais de agricultores assentados. “Tenho um amor especial por esse trabalho que realizamos com as comunidades quilombolas para aquisição do algodão orgânico e que nos fez alcançar mais de 20 países com nossos produtos”, destacou o diretor-executivo, Armando Dantas, durante a solenidade de premiação realizada pelo BNB.