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espumante de umbu
Foto: Espumante de Umbu | Foto: Divulgação/Embrapa

Embrapa e UFRGS desenvolvem espumante a partir do umbu, fruta típica do semiárido nordestino

Pesquisa transforma o umbu em uma bebida exótica e sustentável, com potencial para fortalecer a economia local e a agricultura familiar.

29 de janeiro de 2025

O umbu, fruta típica do sertão nordestino com casca esverdeada e polpa abundante, tem sido cada vez mais explorado por pequenos produtores, ganhando novas formas de processamento, como geleias, licor, compotas e sucos. Agora, um estudo realizado pela Embrapa, em parceria com cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), trouxe uma novidade: a possibilidade de transformar o umbu em espumante.

O estudo, conduzido em conjunto com a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), no semiárido baiano, entre 2020 e 2024, teve como objetivo criar um produto de alto valor agregado a partir do umbu. Foram produzidas duas versões da bebida: uma sem gaseificação, mais próxima de um vinho, e outra gaseificada, com características de um espumante. Segundo a pesquisadora Aline Biasoto, a versão gaseificada foi a mais apreciada pelos consumidores, por seu frescor e adequação ao gosto do público brasileiro. Surpreendentemente, a bebida não precisou de grandes quantidades de açúcar para atingir um sabor agradável.

A produção do espumante de umbu seguiu o método tradicional conhecido como Champenoise, utilizado na produção dos espumantes franceses, como o Champagne, e também na Cava (Espanha) e no Franciacorta (Itália). Esse método artesanal, que envolve duas fermentações – uma delas dentro da garrafa – confere maior sabor e qualidade ao produto, além de ser acessível para pequenos produtores, pois não exige maquinário complexo.

O umbuzeiro, árvore resistente à seca e considerada “sagrada” no sertão, é uma importante fonte de renda e alimentação para as famílias sertanejas, além de ser rico em vitaminas e minerais. A produção de espumante a partir do umbu ajuda a reduzir o desperdício da fruta, que é altamente perecível, e agrega valor ao produto, atraindo consumidores interessados em inovações.

Essa iniciativa pode fortalecer a economia local e a agricultura familiar, além de contribuir para a melhoria da economia circular em uma região marcada pela escassez de água. A pesquisadora ainda ressalta que, embora a bebida tenha características de espumante, ela não pode ser chamada oficialmente assim, já que essa denominação é reservada para bebidas produzidas a partir da uva. Porém, se houver interesse dos produtores, o espumante de umbu poderá ganhar um nome próprio, como ocorreu com a cidra, que segue o mesmo processo de fermentação e gaseificação natural, mas é feita com maçã.

A pesquisa promete transformar o umbu em um produto ainda mais valorizado, oferecendo ao mercado uma bebida exótica com potencial de conquistar novos consumidores.

Fonte: Redação com Investindo por Aí