Produção de etanol e safra de cana-de-açúcar 2024-2025 cresce no Norte e Nordeste
Aumento na produção de etanol e açúcar destaca o Nordeste, que exporta 62% de sua produção de açúcar, mas sofre com irregularidade das chuvas
3 de janeiro de 2025
Na safra 2024-2025, a moagem de cana-de-açúcar nas regiões Norte e Nordeste atingiu 35,86 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 2,2% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Impacto das condições climáticas na produção
De acordo com a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), o desempenho da safra reflete as dificuldades enfrentadas devido à irregularidade das chuvas, que afetaram a produtividade agrícola. Embora o início da safra tenha apresentado resultados positivos, a expectativa é que a moagem total seja menor do que o previsto, com uma redução de cerca de 1 milhão de toneladas, chegando a 62 milhões de toneladas, abaixo da meta inicial de 63 milhões.
Apesar disso, o clima trouxe um benefício: houve um aumento na concentração de Açúcar Total Recuperável (ATR), indicador fundamental para a produção de açúcar e biocombustíveis.
Nordeste: Alta qualidade e forte presença nas exportações
O Nordeste se destaca não apenas pela quantidade, mas principalmente pela qualidade de sua produção. O ATR aumentou entre 8 e 12 kg por tonelada de cana, o que eleva a qualidade dos produtos finais, como açúcar e etanol, permitindo que a região mantenha a produção mesmo com uma safra de menor volume.
A região também se mantém como um importante polo exportador, enviando cerca de 62% de sua produção de açúcar para o mercado internacional, especialmente por meio dos portos de Maceió (AL), Recife (PE), Suape (PE), João Pessoa (PB) e Natal (RN).
Produção de etanol e açúcar cresce significativamente
A produção de etanol hidratado, utilizado em veículos flex, saltou para 933,5 milhões de litros, marcando um aumento expressivo de 27,9% em comparação com os 729,7 milhões de litros do ciclo 2023-2024. Em relação ao açúcar, a produção alcançou 2,18 milhões de toneladas, representando um crescimento de 18,2% sobre a safra anterior.
Desafios para a próxima safra
Embora a safra atual tenha apresentado números positivos em termos de qualidade e aumento na produção, os desafios climáticos podem impactar a moagem da próxima safra. A seca prolongada, que beneficiou o aumento do ATR, pode afetar o desenvolvimento das lavouras para a safra 2025-2026.
Com uma produção adaptável e de alta qualidade, o Nordeste continua a se consolidar como uma região estratégica para a indústria sucroenergética no Brasil, enfrentando adversidades climáticas enquanto mantém sua relevância no mercado interno e externo.
Fonte: Redação