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Foto: Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Areia/ foto: Marco Pimentel

Economia Criativa: redes de cooperação empresarial fortalecem a competitividade e a inovação

Aprendizado coletivo, interação e governança na era da colaboração

5 de fevereiro de 2024

As redes de cooperação de micro e pequenas empresas têm contribuído para significativas mudanças, através do aprendizado coletivo, a interação entre as empresas, a socialização do conhecimento e até as inovações de produtos, serviços e processos. No cenário contemporâneo é importante compreender os benefícios e os fatores que contribuem para a criação e a gestão das redes empresariais.

A cooperação vem da capacidade pessoal de conceder algo sem exigir nada em troca, a condição essencial para ocorrer a cooperação em rede, entre as pessoas, na busca de objetivos coletivos. Quando as empresas percebem a oportunidade de alcançar objetivos comuns, a cooperação entre elas acontece, tornando-as mais fortes e competitivas, porque estão fortalecidas em rede.

A governança territorial é um dos caminhos para os municípios, que buscam o desenvolvimento socioeconômico sustentável e a articulação dinâmica de seus atores, no atingimento de objetivos compartilhados.

Analisando as estratégias do turismo de cada região, podemos afirmar que as associações empresariais e culturais, as instâncias de governança do Programa de Regionalização do Turismo – MTUR, que funcionam de forma atuante, possibilitam a qualificação dos associados, através de cursos, consultorias e inúmeras soluções proporcionadas pela governança colaborativa, seja em serviços, produtos ou infraestrutura.

A governança colaborativa é um mecanismo de gestão que permite possibilidades de êxito às estratégias de cooperação e competitividade, estabelecidas coletivamente. Na prática, alguns fatores precisam ser geridos com sucesso, pela governança colaborativa do turismo. Um deles é a gestão ambiental do território turístico, o uso de novas tecnologias, a escolha de lideranças inspiradoras, que contagiam a colaboração de todos os parceiros e dos negócios do turismo.  A liderança é decisiva para estabelecer e manter regras básicas claras, criar confiança, facilitar o diálogo e explorar ganhos mútuos.

A colaboração entre as organizações só começa a acontecer quando surgem os resultados concretos e percebidos para os envolvidos. Daí a importância de se definir objetivos comuns, para as organizações participantes, tornando-as fortes e competitivas, quando colaboram entre si, visando ganhos impossíveis de alcançar de forma individual e isolada.

O comportamento colaborativo se sustenta com relacionamentos contínuos e estratégicos que estimulam e mantêm a cooperação em rede, como o meio mais rápido de qualquer empresa obter maior capacidade de adaptação às mudanças.

As redes de cooperação é um dos caminhos alternativos, para o enfrentamento das dificuldades comuns e a busca de soluções. Elas facilitam a realização de ações de interesses comuns e a transação de recursos para a execução de projetos coletivos e colaborativos.

Uma das configurações de redes de cooperação empresarial são as redes associativas, que são mais presentes em setores nos quais as grandes empresas exercem influência sobre as micro e pequenas empresas.

O associativismo empresarial só faz sentido e só traz resultados, com o engajamento dos associados nas ações colaborativas, que possibilitem às micro e pequenas empresas ter ganhos em escala, de produção e de mercado. Um dos desafios das redes associativas é que elas devem ser geridas como uma nova organização, que planeja, organiza, direciona e controla, para tomar decisões e alcançar os resultados esperados da cooperação.

Atura

Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia-PB é um dos exemplos de rede associativa que alinha a sua estratégia com as estratégias das empresas associadas, convergindo para uma estratégia forte em direção aos objetivos coletivos. Somando-se a isso, a ATURA segue os passos necessários de uma nova organização, competitiva e duradoura, onde é possível, a cooperação exitosa, a seleção de parceiros e a interação entre os associados e o ambiente externo.

As micro e pequenas empresas que se estruturam em redes associativas com as características destacadas da ATURA, se adequam com mais facilidade às demandas competitivas e alcançam crescimento acima da média, porque compartilham ideias e experiências para o desenvolvimento dos negócios.

Regina Amorim

Foto: Linkedin

Sobre Regina Amorim

É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.