Demissão de executivo do Itaú expõe prejuízos milionários com cartões corporativos
Caso no Itaú e na Meta destaca os danos causados por má gestão financeira e a importância de controle rigoroso de gastos corporativos.
12 de dezembro de 2024
A recente demissão do CMO do Itaú, motivada por mau uso do cartão corporativo, reacendeu o debate acerca dos impactos negativos da má gestão financeira nas empresas. A situação deixa claro como gastos não monitorados podem gerar não apenas prejuízos financeiros diretos, mas também danos à reputação e à confiança interna nas organizações. Não foram detalhados os gastos que categorizam o mau uso do cartão, mas segundo fontes próximas, o caso não envolve “incidentes isolados”. Tratava-se de um padrão de “desvio sério de conduta” do executivo.
No Brasil, desde 2020, quando o número de pessoas em home office aumentou (segundo IBGE, na época, cerca de 7,9 milhões de brasileiros trabalhavam de casa), o cartão multibenefícios se tornou algo bem mais comum e de acordo com uma pesquisa da Flash revela que o ticket médio das despesas corporativas por colaborador é de R$ 121,61 por transação, totalizando cerca de R$ 2 mil mensais. O uso deste benefício é uma prática comum no mundo empresarial, mas, sem mecanismos de controle adequados, esses instrumentos podem se tornar um grande risco.
“Quando os gastos não são comprovados ou ultrapassam os limites das políticas da empresa, os impactos negativos se acumulam e podem comprometer toda a saúde financeira do negócio. Existem algumas maneiras de monitorar e identificar comportamentos inadequados. A partir do momento que os gastos são consolidados em uma plataforma, o financeiro tem acesso e controle ao que e como isso foi gasto. Então, quando ultrapassa o valor das políticas, a plataforma faz um alerta. O colaborador também é obrigado a colocar o comprovante de pagamento na fatura e, quando não coloca, não é comprovado e não acontece o reembolso”, diz Fernando Nery, CEO da Portão 3 (P3), uma plataforma de gestão de pagamentos.
Recentemente, a Meta também demitiu um colaborador com salário anual de R$ 2 milhões após ele utilizar o vale-refeição da empresa para a compra de itens não relacionados à alimentação, como pasta de dente. O uso indevido do benefício, que por lei é destinado exclusivamente para refeições, levou a gigante da tecnologia a encerrar o contrato de trabalho.
Além da tecnologia, é fundamental que as organizações, independente de seu tamanho, cultivem uma cultura de responsabilidade e transparência, e isso inclui estabelecer políticas claras, realizar treinamentos e aplicar penalidades consistentes para violações. Casos envolvendo lideranças, como o do Itaú, ressaltam ainda mais a necessidade de padrões rigorosos para todos os níveis hierárquicos.
“Um ponto importante é a necessidade de o colaborador solicitar aprovação prévia do valor, especialmente em modalidades pré-pagas. Isso não apenas mitiga problemas de gastos excessivos, mas também garante maior controle e alinhamento com as políticas da empresa”, explica.
As empresas que investem em plataformas digitais de monitoramento e adotam práticas de governança sólida estão mais preparadas para evitar prejuízos relacionados a cartões corporativos, pois além de proteger o caixa, essas medidas reforçam a credibilidade e promovem um ambiente de confiança e compliance.
Fonte: Assessoria