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café, cafés especiais
Foto: Freepik

Plataforma de rastreabilidade de café é lançada para impulsionar o segmento

Produtos com Indicação Geográfica (IG) ganham ferramenta que ampliará acesso a mercados nacionais e estrangeiros; projeto foi desenvolvido pelo Sebrae com parceiros

26 de novembro de 2024

A plataforma Origem Controlada Café, que faz a rastreabilidade dos produtos com Indicação Geográfica (IG) deste segmento, foi lançada nesta quinta-feira (21) na Semana Internacional do Café, que ocorre em Belo Horizonte. O sistema, que reúne e monitora dados sobre 15 IGs brasileiras de café, supre uma necessidade de mais de 100 mil produtores espalhados por 424 municípios. A partir dessa ferramenta, eles estarão mais aptos a vender seus produtos internamente e para o mercado internacional.

“A rastreabilidade é uma exigência do mercado. Hoje, o comprador do exterior quer todos os dados do produto com origem controlada. E a plataforma consegue dar essas respostas, informando quem produz, onde, a qualidade, características sensoriais dos cafés que têm IG, além de vários outras informações técnicas”, explicou Hulda Giesbrecht, analista de Inovação do Sebrae.

Também participaram do lançamento Antonio Tafuri, analista da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e Marina Zimmerman, assessora técnica do Instituto CNA. A plataforma é resultado de um projeto desenvolvido em conjunto pelo Sebrae, ABDI e Instituto CNA. Até agora, 15 IGs de café aderiram – apenas uma no Brasil ainda não integra o sistema.

Fazem parte da plataforma as seguintes IGs: Alta Mogiana, Campo das Vertentes, Canastra, Caparaó, Chapada Diamantina, Espírito Santo (conilon), Mantiqueira de Minas, Matas de Minas, Matas de Rondônia (robusta amazônico), Montanhas do Espírito Santo, Norte Pioneiro do Paraná, Região de Garça, Região do Cerrado Mineiro, Região de Pinhal e Sudoeste de Minas.

O registro de Indicação Geográfica (IG) é concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para atestar que um determinado produto ou serviço tem qualidades especiais graças à origem geográfica. Com as IGs, os produtos são mais valorizados e as regiões produtoras podem se beneficiar coletivamente. “A IG torna possível que o produtor se empodere. E a plataforma, que foi um trabalho coletivo, vem para auxiliar ainda mais esses empreendedores do café. Foram dois anos de trabalho feito com os produtores e para os produtores. É isso que diferencia essa ferramenta lançada hoje”, destaca Hulda.

A analista, chamada por Tafuri, da ABDI, de “a mãe das IGs no Brasil” e “maior referência do país no assunto”, durante o evento, destaca que a plataforma deve se estender a outras cadeias produtivas de IGs, como mel, queijo, vinhos, por exemplo. “Será desenvolvida a partir das necessidades de cada cadeia, mas, sem dúvida, a plataforma do café nos dá um aprendizado importante para os novos projetos”, diz Hulda.

Público já atendido pela plataforma

– 4.237 propriedades;
– 3.451 produtores de café;
– 424 municípios abrangidos;
– 15 regiões produtoras em seis estados.

Benefícios e diferenciais

– Maior garantia aos compradores sobre a procedência e qualidade dos cafés no Brasil;
– Apresenta aos consumidores os perfis sensoriais dos cafés no Brasil, mostrando que o país não produz apenas quantidade e diversidade;
– Traz as histórias dos produtores e de suas famílias que dedicam uma vida inteira de geração em geração no cultivo do produto;
– Dá visibilidade aos produtores de café, que são impulsionadores dessa cadeia produtiva prioritária para a economia do Brasil.

Módulos da plataforma

– Módulo de controle: para garantir a origem e qualidade do produto, fazendo avaliação de conformidade. Possibilita os registrar os dados que comprovam o cumprimento do Caderno de Especificações Técnicas da IG;
– Módulo de rastreabilidade: onde são alimentados os dados dos produtores e propriedades, incluindo dados de georreferenciamento, sobre as etapas de produção e comercialização, entre outros;
– Módulo de inteligência: integra os dados gerados dos módulos descritos acima, agregando dados estratégicos sobre cada território. É fonte atualizada e confiável para a governança das IGs;
– Módulo de comunicação: ambiente onde produtores, empresas, entidades gestoras e apoiadoras da cadeia produtiva do café podem interagir, com interface para se comunicar com o mercado e consumidores.

Fonte: ASN