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Foto: Divulgação

Em congresso em João Pessoa, Joaquim Levy destaca impacto positivo dos carros híbridos

Para Levy, “a eletrificação híbrida tem efeito positivo” na transição energética.

4 de novembro de 2024

O ex-ministro da Fazenda e ex-gerente do Banco Mundial, Joaquim Levy, participou do painel “Crise Climática e Transição Energética: Qual a Agenda para o Brasil?” no XVII Congresso da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE), realizado entre 30 de outubro e 1º de novembro em João Pessoa. Em sua participação, Levy abordou os desafios do Brasil no desenvolvimento de energias como hidrogênio verde, biogás, biometano e GLP, e discutiu a eletrificação no setor de transportes.

Para Levy, “a eletrificação híbrida tem efeito positivo” na transição energética, destacando sua simpatia pelos avanços no uso de biocombustíveis. Atualmente diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do Banco Safra, o economista já havia defendido essa posição em outros eventos e entrevistas.

Donizete Tokarski, diretor superintendente da Ubrabio, também abordou a eletrificação dos transportes com uma visão crítica, alertando para o consumo de carros elétricos cuja energia vem de combustíveis fósseis: “Não podemos consumir carros elétricos que são carregados com geradores que queimam combustível fóssil. Isso acontece em algumas concessionárias. Precisamos de um pensamento crítico”. Tokarski também defendeu a necessidade de medir as emissões “do berço ao túmulo” e criticou a desproporção na política de subsídios do Brasil, que destina cerca de R$ 81 bilhões aos combustíveis fósseis, enquanto os biocombustíveis recebem apenas R$ 18 bilhões.

O pesquisador Donato Aranda, diretor do PROCAT e do LIPCAT na UFRJ, participou do painel, enfatizando a vocação brasileira para os biocombustíveis. Aranda apontou que, entre 2022 e 2023, a indústria de biocombustíveis no Brasil registrou um aumento de 18% no número de empregos, em contraste com o crescimento de apenas 1,5% na indústria em geral. Ele também ressaltou o potencial de descarbonização do setor sucroenergético, conforme avaliado pelo programa RenovaBio, e afirmou que o Brasil pode produzir hidrogênio verde a partir do etanol por menos de dois dólares por quilo, uma alternativa vantajosa.

A professora Joisa Dutra Saraiva, da FGV EPGE, abordou o alto custo da energia no Brasil, atribuindo-o ao elevado custo de capital e aos subsídios múltiplos que encarecem os preços.

O presidente-executivo do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, também participou do congresso e comentou as discussões levantadas. “Na nossa visão, além dos subsídios cruzados que tornam o Brasil um país com energia barata, mas uma conta cara, o evento trouxe à tona a necessidade de contabilizar as externalidades positivas dos biocombustíveis e os benefícios para a saúde pública. O evento apontou os subsídios elevados aos combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, mostrou como os biocombustíveis têm sido melhor compreendidos pelos economistas e juristas”, declarou Barbosa.

O XVII Congresso Anual da ABDE reuniu especialistas, acadêmicos e autoridades para discutir inovações e reformas na Análise Econômica do Direito, com foco em políticas públicas para o futuro do país. O evento foi realizado no Centro Cultural Ariano Suassuna, no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), encerrando-se na última sexta-feira.

Fonte: Assessoria