Empresas precisam fazer gestão de dados para planejar crescimento
Informações auxiliam na tomada de decisões estratégicas, mas o gerenciamento pode ser desafiador.
30 de outubro de 2024
Uma empresa orientada por dados tem maiores chances de crescimento, visto que as decisões são tomadas com base em informações ao invés de opiniões ou impressões pessoais, como informa o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
A gestão de dados possibilita que as organizações entendam melhor os clientes, otimizem as operações, prevejam tendências e identifiquem gargalos, fazendo escolhas mais assertivas e estratégicas. Entretanto, gerir essas informações pode ser desafiador, pois além de coletar os dados, é necessário saber como acessá-los, organizá-los e analisá-los da maneira correta.
A pesquisa “CEO decision making in the age of AI”, do Institute for Business Value (IBM), mostrou os principais desafios enfrentados na gestão de dados pelas organizações. Entre os CEOs que participaram do estudo, 40% indicaram relatórios e cálculos de dados pouco claros e os problemas em identificar insights significativos a partir deles.
Outro estudo, realizado pela KPMG, revelou que, apesar de 98% dos executivos brasileiros considerarem a utilização dessas informações uma importante ferramenta para o setor de marketing de crescimento, 64% não têm acesso fácil às principais métricas da própria empresa.
A falta de mão de obra especializada e a dificuldade de integração e comunicação entre departamentos são alguns dos desafios que podem surgir nesse processo. O Sebrae alerta que, sem uma estratégia adequada para o uso dos dados gerados, eles perdem a sua utilidade, sendo um grande potencial desperdiçado.
Tecnologias facilitam o gerenciamento de dados
Relatório da McKinsey & Company estima que, até 2030, o consumo de dados será 20 vezes maior do que hoje. Para gerenciar grandes volumes de informação, é possível utilizar tecnologias que facilitem o acesso, a análise, a integração entre sistemas e a automação de fluxos de trabalho.
O uso do armazenamento em nuvem permite flexibilidade e maior segurança para o acesso aos dados. Já o Big Data possibilita a análise em tempo real, enquanto uma ferramenta para modelagem de banco de dados é uma alternativa para criar um projeto visual para organizar e modelar as informações, planejando sistemas que são compreendidos com maior facilidade. Esses são alguns exemplos de tecnologias que podem agilizar e facilitar o gerenciamento.
A conectividade de dados de várias origens, incluindo mídias sociais, dispositivos IoT, sistemas ERP e CRM, facilita uma visão abrangente das operações e a criação de painéis de controle mais completos e precisos.
O Sebrae recomenda, ainda, alguns softwares que podem ajudar na análise de dados, como o Google Analytics, que fornece estatísticas e funcionalidades básicas para otimização de mecanismos de pesquisa e marketing.
O Microsoft Access também está entre as indicações, assim como o Excel. No entanto, o primeiro é considerado a melhor opção quando é preciso acompanhar e registrar dados regularmente e, em seguida, exibir, exportar ou imprimir subconjuntos desses dados. Além disso, é possível criar tabelas, estabelecer a conexão entre elas, efetuar consultas e gerar formulários e relatórios.
O Google Drive e o Dropbox estão entre as opções de ferramentas para facilitar a organização. Ambos permitem o armazenamento e o compartilhamento de documentos, planilhas e arquivos na nuvem, além da colaboração em projetos.
As ferramentas de Inteligência Artificial (IA) também podem ser utilizadas para o processamento de grandes volumes de informações, detectando padrões complexos que não são evidentes em análises manuais. Até o próximo ano, 75% das empresas irão utilizar pelo menos uma ferramenta com esse tipo de tecnologia para auxiliar na coleta e análise de dados, segundo pesquisa da Gartner.
Lei exige atenção à análise de dados
Apesar de a análise de dados ser apontada como essencial para a tomada de decisões estratégicas e o crescimento das organizações, o valor dessa informação não pode exceder os limites éticos e morais que envolvem a captação e o tratamento.
Com a promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD (lei nº 13.709/2018) no Brasil, o cuidado com essas informações passou a ser ainda mais necessário. A legislação estabelece diretrizes para a coleta, o armazenamento e o tratamento de dados pessoais pelas empresas públicas e privadas.
O Sebrae explica que o primeiro passo para uma organização se adaptar à lei é o mapeamento de dados, sendo necessário saber de quem os dados estão sendo coletados e em quais situações, como eles são armazenados, com qual finalidade, se eles são compartilhados com outra organização e se é solicitada a permissão para o tratamento dessas informações.
As restrições definidas pela LGPD evitam que as empresas façam coletas massivas sem consentimento dos titulares e os protegem de problemas causados pelo vazamento de dados. A multa para quem descumpre as determinações pode chegar a 2% do faturamento, limitada a R$ 50 milhões.
Fonte: Assessoria