Censo 2022: Mulheres passam a ser maioria entre os responsáveis pelas unidades domésticas na PB
Dados mostram aumento da presença feminina como responsável por domicílios e crescimento das uniões homoafetivas, refletindo transformações sociais
25 de outubro de 2024
Por unidade doméstica, entende-se o conjunto de pessoas que vivem em um domicílio particular, cuja constituição se baseia em arranjos feitos pela pessoa, individualmente ou em grupos, para garantir para ela mesma alimentação e outros bens essenciais para sua existência. Em 2022, havia pouco mais de 1,37 milhão de unidades domésticas no estado, cerca de 290 mil a mais do que em 2010 (1,08 milhão).
Destaque-se também que, em 2022, a grande maioria dos responsáveis pelas unidades domésticas paraibanas (67,1%), o que corresponde a quase 921,9 mil pessoas, tinha idade acima de 40 anos. Em 2010, o percentual de pessoas responsáveis dessa faixa etária era menor (63,2%). Por sua vez, entre 2010 e 2022, houve redução dos percentuais de responsáveis das faixas etárias mais jovens.
Quanto ao critério de cor ou raça, a maioria dos responsáveis se declarou como de cor parda (55,6%), seguida pelos de cor branca (33,8%), preta (9,9%), indígena (0,6%) e amarela (0,2%). Em 2010, esses percentuais eram de 52,1% (pardos), 38,7% (brancos), 7,3% (pretos), 1,4% (amarelos) e 0,5% (indígenas). Esses números mostram uma redução, entre os dois censos, dos percentuais dos responsáveis que se declararam brancos e amarelos, enquanto apontam para um aumento dos percentuais correspondentes aos pardos, pretos e indígenas.
Número de pessoas morando sozinhas cresce mais que o dobro em 12 anos, na Paraíba
Entre 2010 e 2022, na Paraíba, o contingente de pessoas morando sozinhas, em unidades domésticas classificadas como unipessoais (com apenas um morador), passou de pouco mais de 109 mil para quase 228 mil, respectivamente, apresentando um crescimento de 108,6%. Isso contribuiu para que sua participação no total das unidades domésticas aumentasse 6,5 pontos percentuais (passou de 10,1%, para 16,6%, respectivamente). Do total de 227.992 moradores em unidades domésticas unipessoais, a maioria, totalizando 95.576 pessoas (41,9%), tinha 60 anos ou mais de idade. Desses, 57.615 eram mulheres (60,3%) e 37.961 eram homens (39,7%).
Total de domicílios paraibanos com presença de relações homoafetivas cresce mais de 600%
A análise da distribuição das unidades domésticas da Paraíba por presença de cônjuge da pessoa responsável pelo domicílio mostra que, entre 2010 e 2022, houve um crescimento expressivo (636,6%) do número de unidades com relações homoafetivas, formadas por pessoa responsável e cônjuge ou companheiro do mesmo sexo. Em termos absolutos, esse número passou de 885 unidades domésticas, em 2010, para 6.519 unidades, em 2022. Em termos relativos, essas unidades ainda têm uma participação pequena (0,5%) no total de unidades domésticas do estado. Mas a comparação com 2010, quando o percentual era de apenas 0,1%, revela um crescimento importante.
Outro conjunto de unidades domésticas que cresceu fortemente (7,7 pontos percentuais) no estado, no período de 12 anos, foi o daquelas que se caracterizam pela ausência de cônjuge. Em 2010, elas representavam 32,7% do total de unidades domésticas da Paraíba e, em 2022, passaram a representar 40,4%. Em termos absolutos, a quantidade dessas unidades passou de 354,2 mil, em 2010, para 555,5 mil, em 2022, o que representa um aumento de 56,8%.
Simultaneamente, houve decréscimo de 8,1 pontos percentuais na proporção de unidades domésticas com responsável e cônjuge de sexo diferente, que caiu de 67,2% para 59,1%, entre 2010 e 2022. Apesar dessa perda de participação, as unidades domésticas com esse tipo de constituição ainda são maioria e, em termos absolutos, apresentaram crescimento razoável (11,5%) em seu número, que passou de 727,7 mil para 811,4 mil, no mesmo período.
Proporção de domicílios com presença de cônjuge e filho(s) cai, aumentando a participação dos casais sem filhos
Outro resultado importante da pesquisa relacionado à constituição das unidades domésticas, diz respeito à presença de filhos da pessoa responsável e/ou de seu cônjuge. Por esse critério, a análise da distribuição das unidades domésticas paraibanas mostrou uma queda expressiva (11,5 pontos percentuais) da proporção de unidades formadas pelo responsável e cônjuge com filho(s) de ambos, que caiu de 45,1% (487,8 mil unidades) para 33,6% (461,7 mil unidades). Em termos relativos, a variação no número de unidades com essa característica foi de -5,4%.
Já as unidades domésticas com responsável sem cônjuge e com filho(s) apresentaram crescimento de 30,4%, passando de 184,6 mil para 240,8 mil unidades, entre 2010 e 2022, embora sua participação no total de unidades domésticas paraibanas tenha se mantido relativamente estável, em torno de 17% %.