Grupo Lara descumpre decisão do TJPB e mantém atividades de aterro sanitário em Santa Rita
Empresa Lara Central de Tratamento de Resíduos, já investigada por desvio de verbas públicas, é alvo de denúncias ambientais e suspeitas de fraude no processo de licenciamento na cidade
15 de agosto de 2024
Uma Ação Popular em tramitação na 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital solicita a suspensão imediata do licenciamento para a construção de um aterro sanitário privado em Santa Rita, apontando supostas irregularidades ambientais e histórico de corrupção envolvendo a empresa Lara Central de Tratamento de Resíduos, que já foi alvo da Operação Monturo da Polícia Federal em Minas Gerais por desvio de verbas públicas.
Este grupo seria controlador da empresa ANE (Águas do Nordeste), atual responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário em território santarritense após vencer licitação realizada pela Prefeitura da cidade, na gestão do atual prefeito Emerson Panta.
O aterro, que estaria em construção em uma área de preservação ambiental, gerou denúncias de ambientalistas. A ação destaca modificações no projeto original e problemas com as licenças ambientais. Em novembro de 2023, a Justiça determinou a suspensão da obra, mas a Lara continuou as atividades de terraplanagem amparada por uma liminar do Tribunal de Justiça da Paraíba, até que a decisão de primeira instância foi mantida pelo desembargador Aluízio Bezerra.
O autor da Ação Popular, Fernando Antônio, expressa preocupação de que a empresa não respeite as decisões judiciais, como supostamente ocorreu em outros estados. Além disso, a Lara é acusada de irregularidades no recebimento de resíduos de Bayeux, município vizinho a Santa Rita.
O processo de licenciamento ambiental da obra é investigado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que em setembro de 2023 deflagrou a Operação Licença, apurando um esquema de corrupção na Sudema para facilitar a concessão de licenças ambientais. O Grupo Lara já esteve envolvido em diversos processos judiciais em Minas Gerais e São Paulo, o que aumenta as suspeitas em torno de suas atividades na Paraíba.
O portal Paraíba Total está aberto para receber e publicar a resposta da empresa Lara Central de Tratamento de Resíduos acerca das alegações mencionadas nesta matéria.
Fonte: Redação