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Renata Câmara Avelino: “O cenário empresarial do presente e futuro vai ser altamente impactado pela força das mulheres”

A gerente de Educação Empreendedora e Empresarial do Sebrae-PB, Renata Câmara Avelino falou sobre pesquisa da instituição que traz dados sobre as mulheres no mundo dos negócios

8 de março de 2023

Neste 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data, que é marcada por homenagens, traz uma representatividade muito maior, com conquistas a serem celebradas, mas reflete também a luta por direitos de igualdade de gênero no âmbito dos negócios.

Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae e divulgada nesta última terça-feira (7), os donos de negócios brasileiros no 3º trimestre de 2022 alcançou a marca de 30 milhões. Desse total, 34,4% tem mulheres à frente dos negócios, o que corresponde a 10,3 milhões de mulheres empreendedoras. Já na Paraíba, neste mesmo período, o estado contava com 166.023 mulheres donas de negócio.

O Paraíba Total conversou com a gerente de Educação Empreendedora e Empresarial do Sebrae-PB, Renata Câmara Avelino, que falou o que estes números representam e quais ações podem contribuir para que o número de mulheres no comando dos negócios seja crescente. Confira abaixo:

O que os números dessa pesquisa representam para o empreendedorismo feminino?

Os dados mostram uma verdadeira revolução que está acontecendo no mundo dos negócios, porque nos últimos anos as mulheres vêm conquistando espaços de forma cada vez mais acelerada no universo do empreendedorismo. Então, essa participação delas no comando de negócios, estando mais escolarizadas, mais preparadas, só demonstra que o cenário empresarial presente e futuro vai ser altamente impactado pela força das mulheres. Pela maneira da mulher liderar, pela maneira dela conduzir os negócios com suas equipes e fazer a diferença no mercado. Porque precisamos de empresas cada vez mais conscientes do seu papel na sociedade e não apenas como fonte de renda e de lucro para as proprietárias, mas também empresas que possam impactar positivamente na sociedade.

Qual o impacto desses números para economia?

Na questão do impacto na economia, a pesquisa aponta, por exemplo, que temos 44% de MEIs na Paraíba e isso significa dizer que quase 50% das empresas formalizadas como microempreendedor individual são comandadas por mulheres. Então as mulheres também são protagonistas nesse processo de formalização de novos negócios. E quando há formalização de novos negócios, essas empresas passam a existir diante da Receita Federal, diante de todos os órgãos, gerando renda e fazendo circular riqueza no local onde elas se instalam.

Quais ações do Sebrae são possíveis destacar e que favorecem a fomentação do empreendedorismo na Paraíba?

Neste mês de março o Sebrae preparou uma programação com mais de 25 eventos entre palestras, oficinas e seminários voltados para capacitar as mulheres em gestão, em comportamento empreendedor, em inovação. Vamos realizar o ‘Empreender Verbo Feminino’ pela primeira vez em três cidades. Antes era só em João Pessoa, a partir deste ano passa a ser realizado em Campina Grande e Cajazeiras. Em Souza a gente vamos ter palestras em parceria com o Instituto Rede Mulher Empreendedora e o Google dentro de um programa chamado ‘Ela Pode’, trazendo também palestras de gestão de marketing digital e de empoderamento feminino. Em Monteiro, vamos trazer uma oficina voltada pra jovens a partir dos 16 anos que já empreendem chamado ‘Oficina Molecas que Empreendem’. Então existe uma série de capacitações que estão sendo realizadas em mais de 10 cidades da Paraíba pelo Sebrae.

O que é possível esperar para que as mulheres se destaquem cada vez mais como empreendedoras?

As pesquisas a cada ano mostram que as mulheres são mais escolarizadas do que os homens. Então elas buscam conhecimento, elas são mais abertas a aprender e isso favorece a entrada da mulher no mercado de trabalho de maneira mais preparada para enfrentar os desafios. Então, o que nós esperamos é que essa injeção de mulheres no mercado realmente possa fazer a diferença no dia a dia das empresas, na aceleração da economia. Mas de uma economia sustentável, voltada para aliar faturamento com respeito às diferenças, respeito ao meio ambiente, lucratividade, mas também diversidade, valorização das pessoas, que são aspectos que são trazidos muito fortemente pelas mulheres no mercado.