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Foto: Freepik

Franchising brasileiro cresce 10,8% em 12 meses e fatura R$ 293,5 bilhões, aponta ABF

Setor gerou 1,747 milhão de empregos diretos e abriu 4.644 novas operações no terceiro trimestre; todos os 12 segmentos registraram alta, liderados por Limpeza e Conservação

5 de dezembro de 2025

O mercado de franquias brasileiro registrou um crescimento nominal de 10,8% no acumulado dos últimos doze meses, e de 9,1% no terceiro trimestre, aponta a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela ABF- Associação Brasileira de Franchising. Esse período teve a combinação, no campo macroeconômico, de fatores positivos (menor inflação, elevada taxa de emprego e melhora nos índices de confiança) e negativos (juros elevados e restrição de crédito), com alavancas positivas dentro do setor, especialmente a demanda por serviços, o interesse nas áreas de lazer, entretenimento e turismo, somadas à busca das redes por ajustes operacionais e eficiência.

 

Com isso, o faturamento do setor avançou de R$ 264,874 bilhões para R$ 293,535 bilhões no período referente aos doze últimos meses. Já no terceiro trimestre frente a igual período do ano passado, o faturamento foi de R$ 76,607 bilhões.

Segundo a ABF, o franchising brasileiro (presente atualmente em 126 países) continua transformando as localidades onde atua, gerando emprego e renda, e desenvolvendo o empreendedorismo assistido.

 

“O sistema de franquias alia inovação, capacidade de adaptação em cenários adversos e força coletiva, o que está refletido nesse crescimento do terceiro trimestre deste ano. Crescemos acima da média do varejo e mantivemos nossa trajetória de longo prazo, apoiada em ganhos de eficiência na gestão, no fortalecimento das operações existentes e na capacidade de entregar valor ao consumidor”, afirma Tom Moreira Leite, presidente da ABF.

 

Empregos e expansão

A pesquisa da ABF também aponta que as redes de franquias empregam diretamente 1,747 milhão de pessoas no período analisado, reafirmando sua importância para o mercado de trabalho brasileiro.

 

O desempenho do setor nesse terceiro trimestre corrobora com os resultados do estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) e pela Datrix – recentemente divulgado pela Associação – que reforça a imagem positiva do franchising na opinião pública. A pesquisa mostra que 78% dos entrevistados têm visão positiva das franquias, índice que cresce após esclarecimentos sobre o modelo de negócios. A nota média do setor foi de 7,8 (em escala de 0 a 10).

 

Entre os elementos mais reconhecidos pelos consumidores estão: Geração de empregos (79%), Contribuição ao desenvolvimento econômico (90%) e Apoio a pequenos empreendedores (87%). Além disso, 61% dos brasileiros afirmam confiar mais em produtos e serviços de marcas franqueadas, e a imensa maioria, 93%, relata satisfação com as experiências de consumo. O estudo conclui que o setor de franquias atua como um “motor de desenvolvimento econômico e social”, responsável por gerar renda, fortalecer o empreendedorismo e ampliar oportunidades em todas as regiões do País.

 

A expansão das redes de franquias também avançou no trimestre. O saldo de novas operações resultou em 4.644 delas frente ao mesmo intervalo de 2024, totalizando 200.152 operações de franchising em todo o Brasil.

 

Segmentos crescem na totalidade

Todos os 12 segmentos do franchising registraram alta do faturamento no terceiro trimestre de 2025. O maior avanço foi registrado em Limpeza e Conservação, com 14,5%. Entre os principais fatores, o segmento se destacou pela transformação habitacional, especialmente nas grandes cidades, com a opção das pessoas por lares mais compactos e ambientes reduzidos; escassez de mão de obra, com aumento da contratação de serviços externos especializados, e pela mudança de comportamento do consumidor, que busca por praticidade e experiências de maior qualidade no serviço.

 

Saúde, Beleza e Bem-Estar alcançou o segundo lugar, com faturamento 13,1% maior. O desempenho positivo refletiu o aumento do poder aquisitivo e da massa salarial dos trabalhadores, ainda que moderado, a maior flexibilidade na rotina das pessoas, que facilita o acesso a serviços de estética, cuidado e prevenção e a tendência crescente de autocuidado, associada à busca por qualidade de vida.

 

Já Alimentação – Comércio e Distribuição registrou o terceiro maior crescimento, com 12,7%. O segmento foi beneficiado especialmente pela desinflação, que elevou as margens das redes e aliviou o bolso do consumidor; pelo orçamento familiar mais direcionado ao consumo fora do lar, após a recomposição parcial da renda, e pela dinâmica do mercado de trabalho, com maior retorno ao presencial e maior circulação de pessoas.

 

Na sequência, temos os segmentos de Entretenimento e Lazer (11,8%), e Hotelaria e Turismo (9,1%).

 

Para o presidente da ABF, “o bom desempenho de todos os segmentos do franchising comprova a abrangência e a consistência do mercado de franquias nacional como um todo. E os segmentos que mais cresceram traduzem mudanças estruturais no comportamento do consumidor brasileiro, evidenciando a capacidade das redes de inovar, ajustar modelos e responder rapidamente às novas necessidades e expectativas da população. Esse movimento demonstra que o setor está não apenas atento às transformações do mercado, mas preparado para capturar oportunidades em diferentes áreas, fortalecendo sua presença e relevância em todo o País.”

 

Projeções

Tendo em vista os resultados do mercado de franquias até setembro, a ABF espera que o franchising cresça em 2025 dentro das projeções feitas pela entidade, ou seja, crescimento de 8% a 10% no faturamento, e expansões de cerca de 2% nos indicadores de operações, redes e empregos diretos.

 

“O setor encerra o terceiro trimestre de 2025 com resultados sólidos, confiança fortalecida e perspectivas positivas para 2026. Apesar do enfraquecimento da atividade econômica brasileira e da manutenção de juros elevados, que dificultam investimentos e reduzem o apetite ao risco, o franchising mostrou vitalidade e capacidade de crescimento consistente. Permanecem no radar, no entanto, fatores internos, como o risco de aumento da inadimplência e a desaceleração do PIB, e externos, como as incertezas no campo internacional”, conclui Tom Moreira Leite.

 

Metodologia

A Pesquisa de Desempenho Trimestral do Franchising referente ao período de julho a setembro de 2025 envolveu uma base amostral com 409 redes respondentes que representam aproximadamente 40% do faturamento e 31% das operações de franquias. Abrangendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-Americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras

Fonte: Assessoria