FliParaíba 2025 celebra ancestralidade com toré indígena, coco quilombola e cultura cigana na abertura
Festival Literário Internacional ocupa Centro Histórico de João Pessoa até sábado com debates, oficinas e lançamento de obras
28 de novembro de 2025
A abertura do Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba 2025), movimentou o Centro Cultural São Francisco, nessa quinta-feira (27), em João Pessoa, com lançamentos de livros e sessão de autógrafos, toré indígena, coco quilombola, sarau cigano e vernissage, além de concerto com a Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste. O festival é uma realização do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-PB), em parceria com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Fundação Espaço Cultural (Funesc), Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) e Centro Cultural São Francisco.
A cerimônia de abertura contou com as presenças do governador da Paraíba, João Azevêdo, e da primeira-dama, Ana Maria Lins. O secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, falou sobre o tema central desta edição do FliParaíba, “Nossa Língua, Nossa gente: ancestralidade, identidade e o futuro da democracia”.
“Quando a gente fala de ancestralidade a gente fala de história e não tem como a gente falar de futuro sem conhecer de onde nós viemos. Hoje a gente ouviu aqui o tupi-guarani, ouvimos o calon, que é um dialeto da língua romani, preservado nas comunidades ciganas de Sousa. Hoje também vimos coco de roda quilombola, a Paraíba tem mais de 30 comunidades quilombolas. Não faria sentido pensar sobre o futuro da democracia se a gente não pudesse trazer para esse ambiente esse passado tão potente. Vejam onde moram as sutilezas, vejam onde nós estamos e onde essas pessoas estão entrando hoje. Desejo, de verdade, que possamos explorar as sutilezas deste festival”, frisou Pedro Santos.
“Sou um dos guardiões da história e do idioma cigano”, foi o que afirmou com orgulho Antônio Pedro, cigano da etnia Calon. Estou muito feliz por estar aqui com meu povo, sou conhecido como o Patativa dos Ciganos, por ser um amante da poesia e ser semianalfabeto igual Patativa do Assaré era, para mim é uma alegria receber esse apelido. Os ciganos de Sousa quando querem saber sobre o idioma, sobre a história antiga, eles vêm a mim, conheço a história do meu povo de A a Z. Sou considerado um resguardador”, ressaltou Antônio Pedro.
Já a quilombola Doraci da Silva disse que para ela é gratificante ter o seu quilombo representado pelo coletivo Caiana dos Crioulos, do município de Alagoa Grande. “Estar aqui no meio dessas pessoas vivenciando essa cultura maravilhosa, estar entre os indígenas, entre os ciganos, vivendo toda essa riqueza cultural nesse festival é muito bom”.
A professora de Língua Portuguesa, Lindjane Pereira, lançou seu primeiro livro, uma coletânea de contos, ‘Entre Muros e Sussurros’. “São 12 contos que têm como pano de fundo a pandemia, sobre como a pandemia amplificou dores que a gente pode vivenciar em qualquer época. Muitos dos contos têm relação com o universo feminino como um conto de abertura, que se chama Asfixia e tem Dora como personagem principal. Ela é uma profissional, mãe, esposa que se sentia muito culpada, porque não tinha tempo para a família por conta do trabalho. Os contos vão tratar de questões sociais, de questões tecnológicas. É, digamos, uma coletânea sobre dor, mas é também sobre como a gente recomeçou a partir da dor”, destacou.
Durante a noite houve a vernissage da exposição ‘Versos Parahybridos’, que traz imagens e poemas de pessoas das comunidades indígenas, quilombolas e ciganas da Paraíba. O concerto da Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste, regida pelo maestro Lucílio Souza, fechou a programação de abertura do festival apresentando músicas clássicas do autêntico forró de raiz.
Também participaram da abertura, a presidente da Empresa Paraibana de Comunicação, Naná Garcez; a presidente da Fundação Espaço Cultural, Bia Cagliani; o presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos, José Manuel Diogo; o secretário de Estado da Cultura de Portugal, Alberto Santos e o deputado estadual, Dudu Soares.
O FliParaíba continua nesta sexta-feira (28). A programação foi iniciada às 9h e se estende até às 23h, com oficina de cordel e de xilogravura, lançamentos de livros e sessão de autógrafos, cinco mesas temáticas com autoras e autores convidados para debater a língua portuguesa, batalha do conhecimento, toré indígena dos anciãos do município de Baía da Traição, espetáculo poético-musical de Lukete e, encerrando a noite, a cantora Maria Gadú faz um concerto inédito com a Camerata Parahyba.
Programação — A edição 2025 do Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba) será marcada por uma vasta programação, que inclui debates, shows, exposições, lançamentos de livros, manifestações da cultura popular e uma programação especial para o público infantojuvenil.
Nesta quinta-feira, dia de abertura do FliParaíba, feira de livros e lançamentos literários foram as grandes atrações deste primeiro dia de evento, além de atrações culturais, como o Coco Quilombola do coletivo cultura Caiana dos Crioulos, de Alagoa Grande. A grande atração da noite foi a Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste, cuja apresentação foi prestigiada pelo governador João Azevêdo.
Confira a programação completa até sábado:
28/11/2025 – Sexta-feira
Pavilhão Literário
Praça São Francisco
09:00 – Feira de livros e lançamentos literários
Área Expositiva
Claustro
09:00 – Exposição “Versos Parahybridos”
Espaço Formativo
De Profundis
09:00 – Oficina de Cordel
Com Anne Karolynne | Campina Grande – Paraíba
Inscrições – A partir de 14/11/2025
14:00 – Oficina de Xilogravura
Com Josafá de Orós | Campina Grande – Paraíba
Inscrições – A partir de 14/11/2025
Espaço de Debates
Nave Central
10:00 – Mesa 1 | A língua como território de cidadania
1. Aline Cardoso | João Pessoa – Paraíba
2. Bernardina Freire | Aroeiras – Paraíba
3. José Manuel Diogo | Coimbra – Portugal
4. Silviano Santiago | Formiga – Minas Gerais
Mediação: William Costa | Campina Grande – Paraíba
11:30 – Mesa 2 | Vozes ancestrais
1. Eva Potiguara | Baía Formosa – Rio Grande do Norte
2. Marcilânia Alcântara | Sousa – Paraíba
3. Mestra Doci | João Pessoa – Paraíba
Mediação: Vanessa Brandão | Manaus – Amazonas
15:00 – Mesa 3 | Mulheres que fundam mundos
1. Andréa Nunes | João Pessoa – Paraíba
2. Inês Pedrosa | Coimbra – Portugal
3. Odete Semedo | Bissau – Guiné-Bissau
Mediação: Marília Arnaud | Campina Grande – Paraíba
16:30 – Mesa 4 | Ai se sêsse
1. Bráulio Tavares | Campina Grande – Paraíba
2. Itamar Vieira Júnior | Salvador – Bahia
3. Iza Mara Poetiza | São José do Egito – Pernambuco
Mediação: Efigênio Moura | Monteiro – Paraíba
18:00 – Mesa 5 | Jornalismo, cultura e democracia
1. Amanda Lima | Cascavel – Paraná
2. Fernando Mattar | São Paulo – São Paulo
3. Joana Belarmino | João Pessoa – Paraíba
4. Jorge Panzera | Belém – Pará
Mediação: Sílvio Osias | João Pessoa – Paraíba
19:00 – Batalha do Conhecimento
Inscrições – 14/11 a 21/11/2025
Palco Principal
Adro
20:00 – Toré Indígena | Toré dos Anciãos
21:00 – Show | Lukete
22:00 – Show | Maria Gadú e Camerata Parahyba
29/11/2025 – Sábado
Pavilhão Literário
Praça São Francisco
09:00 – Feira de livros e lançamentos literários
Clique para ver o cronograma de lançamentos
Área Expositiva
Claustro
09:00 – Exposição “Versos Parahybridos”
Espaço Formativo
De Profundis
09:00 – Oficina de Cordel
Com Anne Karolynne | Campina Grande – Paraíba
Inscrições – A partir de 14/11/2025
14:00 – Oficina de Xilogravura
Com Josafá de Orós | Campina Grande – Paraíba
Inscrições – A partir de 14/11/2025
Espaço Curumim
Igreja de São Francisco
10:00 – Toré Infantil
Toré Ka’a rerekoaretá
Aldeia Brejinho | Marcação – Paraíba
11:00 – Contação de História
“Dom Ramon e seu violão: o toco e a mãe da lua”
Com Marcilânia Alcântara | Sousa – Paraíba
15:00 – Contação de História
”Minhas Memórias das oralidades Potiguara e Tupinambá”
Com Eva Potiguara | Baía Formosa – Rio Grande do Norte
16:00 – Contação de História
”O Coco de Roda do Quilombo Caiana dos Crioulos e os mistérios da Pedra do Reino Encantado”
Com Nalva de Rita de Chicó e Adyla Rita | Alagoa Grande – Paraíba
17:00 – Teatro de Bonecos
“Colcha de Retalhos”
Com Cia Boca de Cena | João Pessoa – Paraíba
Espaço de Debates
Nave Central
10:00 – Mesa 6 | Territórios literários em trânsito
1. Ernesto Mané Jr. | João Pessoa – Paraíba
2. Germano Almeida | Boa Vista – Cabo Verde
3. Sérgio Botelho | João Pessoa – Paraíba
Mediação: Helder Moura | Campina Grande – Paraíba
11:30 – Mesa 7 | O corpo político da língua
1. Alberto Santos | Penafiel – Portugal
2. Ana Adelaide Tavares | João Pessoa – Paraíba
3. Hildeberto Barbosa Filho | Aroeiras – Paraíba
Mediação: Sandra Raquew Azevedo | João Pessoa – Paraíba
15:00 – Mesa 8 | Literatura em travessia
1. Afonso Cruz | Figueira da Foz – Portugal
2. Calila das Mercês | Conceição do Jacuípe – Bahia
3. Edney Silvestre | Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Mediação: Cyelle Carmen | João Pessoa – Paraíba
16:30 – Mesa 9 | A rua é nós
1. Filosofino | João Pessoa – Paraíba
2. Kalyne Lima | João Pessoa – Paraíba
3. MC Marechal | Niterói – Rio de Janeiro
Mediação: Phelipe Caldas | João Pessoa – Paraíba
18:00 – Mesa 10 | Leitura, edição e democracia
1. Jézio Gutierre | São Paulo – São Paulo
2. Magno Nicolau | João Pessoa – Paraíba
3. Rafael Chervenski | Brasília – Distrito Federal
Mediação: Alexandre Macedo | João Pessoa – Paraíba
Palco do Conhecimento
Praça São Francisco
19:00 – Batalha do Conhecimento
Inscrições – 14/11 a 21/11/2025
Palco Principal
Adro
20:00 – Toré Indígena | Caciques Potiguaras e Tabajaras
21:00 – Show | Joyce Alane
22:00 – Show | Mariana Aydar