Comportamento na Black Friday muda e 68% dos consumidores priorizam ofertas antecipadas
Pesquisa Cuponomia revela que consumidores distribuem compras ao longo do mês; eletrodomésticos (44%) e moda (43%) são categorias mais procuradas
19 de novembro de 2025
A expectativa dos consumidores para a Black Friday de 2025 aponta para uma consolidação da chamada Black November, reflexo da mudança no comportamento do consumidor e do amadurecimento do e-commerce. Segundo levantamento realizado pelo Cuponomia, plataforma que reúne cupons de desconto e cashback no e-commerce, 68% dos entrevistados afirmam que pretendem distribuir as compras ao longo de novembro, e não apenas na sexta-feira em que se comemora o evento. Essa tendência vem se fortalecendo ao longo dos anos: em 2021, por exemplo, o mesmo levantamento apontou que apenas 57% dos consumidores tinham intenção de comprar ao longo de todo o mês. A pesquisa completa está disponível no link.
“O consumidor brasileiro está mais racional e o e-commerce também amadureceu”, analisa Ivan Zeredo, diretor de marketing do Cuponomia. “Antes, as lojas precisavam lidar com picos de acesso, quedas de servidores e estoques esgotados em horas”, explica. Segundo ele, o setor aprendeu com isso e passou a distribuir as ofertas ao longo do mês, tornando o processo mais previsível e eficiente. “Essa reestruturação logística impulsionou a consolidação da chamada Black November”, completa Ivan.
Perfil e hábitos de compra
O perfil dos respondentes ajuda a contextualizar as expectativas para o evento. Mais da metade dos entrevistados (53%) têm entre 35 e 55 anos, faixa etária economicamente ativa e digitalizada. A intenção de compra permanece alta, mas com entrevistados que declaram estar mais estratégicos e atentos ao contexto de preços.
O levantamento sugere mudanças no comportamento ao longo do dia. Os entrevistados apontam que pretendem distribuir mais as compras ao invés de concentrá-las nas primeiras horas da Black Friday. Em 2025, apenas 16% dos consumidores pretendem realizar as compras na virada de quinta para sexta, proporção que já chegou a ser 26% em 2021.
Os dados sugerem uma tendência de um consumidor que acompanha mais as ofertas com antecedência e percebe que não há mais necessidade de concentrar decisões em um único momento do dia. “Não há mais aquela necessidade de madrugar para garantir preço. Isso vem de um planejamento maior das lojas, que passaram a sustentar as condições por mais tempo”, explica Zeredo.
A digitalização do consumo também segue em alta: 77% dos entrevistados afirmam que farão suas compras pelo celular, enquanto 69% usarão o computador, 16% pretendem comprar em lojas físicas e 5,1% via tablet. O crescimento do uso do smartphone em relação a 2024, quando o índice era de 73%, indica o mobile como principal porta de entrada do e-commerce e reforça a necessidade de plataformas cada vez mais rápidas, intuitivas e seguras.
Consumo mais planejado e estratégico
A análise sugere uma redução no impulso de compra: 63% dos participantes afirmam que vão aproveitar as ofertas para adiantar as compras de fim de ano, especialmente as de Natal, percentual levemente superior aos 60% registrados em 2024.
“A antecipação reforça o caráter estratégico do evento, que agora serve não apenas para aproveitar preços baixos, mas também para diluir gastos e planejar despesas futuras”, comenta Zeredo. “Essa é uma mudança de comportamento típica de um público mais racional, que usa o calendário promocional a seu favor”, afirma o executivo.
Categorias e preferências de compra
O levantamento mostra que 25% dos consumidores pretendem adquirir de um a dois produtos, 31% planejam comprar de três a quatro itens e 22% projetam adquirir mais de quatro. Ainda não sabem, 22%.
A variedade das categorias indica a amplitude da data e o equilíbrio entre itens de necessidade e desejo. Eletrodomésticos (44%) seguem na liderança, em alta em relação a 2024, quando somavam 39%. Na sequência aparecem moda e acessórios (43%), informática (30%), smartphones (28%), maquiagem e beleza (27%), outros eletrônicos (25%), passagens aéreas (22%), decoração (21%), esporte e fitness (20%), TV (18%), livros (16%), brinquedos e produtos infantis (15%), jogos e videogames (14%) e outros produtos não descritos (29%).
“O avanço de segmentos como viagens, beleza e produtos infantis mostra que o consumidor brasileiro volta a incluir compras de prazer e autocuidado em suas escolhas, sem abrir mão do planejamento e da busca por conveniência. A lista de desejos volta a coexistir com a lista de necessidades”, analisa Zeredo.
Formas de pagamento e confiança no e-commerce
O cartão de crédito permanece como o principal meio de compra, devendo ser utilizado por 80% dos entrevistados, seguido por cartão de débito ou PIX (18%) e boleto bancário (2%). A adesão crescente ao PIX e a queda do boleto podem refletir a busca por conveniência e agilidade, além da confiança no ambiente digital.
“A forma de pagamento é parte da experiência, pois, o consumidor quer rapidez, segurança e benefícios, e isso tem impulsionado a digitalização completa da jornada de compra”, reforça Zeredo. Vale destacar que, recentemente, foi lançado o PIX parcelado; portanto, há a possibilidade de que esse meio siga em alta nos próximos anos e se aproxime cada vez mais do cartão de crédito.
O levantamento sugere percepção positiva do e-commerce, já que em 2025, 80% dos participantes afirmam ter recebido seus pedidos dentro do prazo em 2024, enquanto apenas 8% relatam atrasos. O resultado pode indicar que a percepção positiva sobre o varejo digital sustenta o interesse pela data e a fidelização do público.
A soma desses fatores indica uma Black Friday operando de forma mais organizada, com foco no que o consumidor efetivamente procura: preço. “Os varejistas aprenderam com os problemas dos anos anteriores e hoje trabalham para garantir uma experiência consistente, em que o consumidor encontre o produto desejado por um valor competitivo. Nesse processo, além do ajuste de logística e precificação, entram os cupons e o cashback como ferramentas que ajudam a sustentar essa estratégia e maximizar as vendas”, explica Zeredo.
Fonte: Assessoria