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óleo e gás
Foto: Freepik

Setor de óleo e gás brasileiro reduz emissões e se aproxima da meta climática sete anos antes

O inventário de Emissões do IBP em 2023 mostra que a intensidade de carbono do upstream (E&P), de 15,69 kg CO₂e/BOE, está muito próxima da meta (15,00 kg CO₂e/BOE) do Plano Clima para 2030, reforçando o Brasil como produtor de petróleo de baixo carbono

17 de novembro de 2025

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) está apresentando hoje na COP30 o 3º Inventário Setorial de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), referente ao ano-base 2023. O estudo consolida dados de empresas associadas dos segmentos de Upstream (Exploração & Produção), Midstream (Transporte & Logística) e Downstream (Refino & Distribuição) e será entregue esta semana à presidência da COP30.

O principal destaque do levantamento, que foi produzido pela consultoria WayCarbon, é a eficiência recorde na produção nacional de petróleo e gás. A intensidade de emissões do segmento de Upstream (E&P) caiu para 15,69 kgCO₂e/BOE (quilogramas de CO₂ equivalente por barril de óleo equivalente). Esse resultado posiciona o Brasil muito próximo da meta do Plano Clima de 15,00 kg CO₂e /BOE para 2030, o que significa que o setor está sete anos à frente do alcance de seu principal alvo de descarbonização. Além disso, está abaixo da média global do setor, registrada em 17,10 kg CO₂e/BOE (BP Energy Outlook – Mundo). Em um contexto global, esse dado reforça o Brasil como um produtor de petróleo de baixo carbono.

O desempenho positivo ocorre mesmo diante de um cenário de crescimento produtivo. O inventário mostra que, mesmo com o aumento de 13,4% na produção de petróleo e gás em 2023, as emissões absolutas consolidadas (Escopo 1 e 2) das empresas participantes caíram 5,8% em relação ao ano anterior, totalizando 57,56 milhões de toneladas de CO₂e em 2023 contra 61,11 milhões de toneladas de CO₂e em 2022. Esse dado comprova a desvinculação entre crescimento e aumento de emissões.

“Ou seja, o setor deixou de emitir cerca de 3,6 milhões de toneladas de CO₂, o equivalente às emissões de uma cidade do tamanho de Belo Horizonte, que tem 3 milhões de habitantes”, comparou Roberto Ardenghy, Presidente do IBP.

O executivo destaca que os dados são um atestado da eficácia da gestão climática do setor. “Estamos apresentando dados auditados e verificáveis que provam que a Transição Energética não é um ‘switch’ (troca), mas sim uma maratona de melhoria contínua. O Brasil não apenas continuará a ser um player global de energia, mas o fará com o menor impacto de carbono possível. Este Inventário é nosso compromisso de que a energia que move o mundo será produzida aqui com responsabilidade climática e foco na eficiência”.

A transparência como pilar de governança

O IBP reforça a transparência do processo: o levantamento abrange 98,2% da produção nacional de petróleo e gás e 90,6% das emissões de Escopo 1 e 2 dos segmentos pesquisados. Mais da metade das empresas participantes, 61%, tiveram seus inventários auditados por terceiros independentes, garantindo a confiabilidade dos dados.

Essa transparência é vital. O inventário de emissões do IBP serve como uma ferramenta de gestão climática para a indústria e, mais importante, como uma base de dados verificável para o desenvolvimento de políticas públicas na descarbonização do setor e na agenda do Combustível do Futuro.

Destaques do Inventário (dados adicionais)

Segmentação: O Upstream (Exploração e Produção) foi responsável por 48,8% das emissões, seguido pelo Downstream (Refino e Distribuição) com 42,9%.

Gestão de Metano: O metano representou 5% das emissões totais. O setor está ativamente engajado no Global Methane Pledge, visando à redução de 30% das emissões até 2030, com o Inventário atuando como base para monitoramento e mitigação.

Biocombustíveis: O segmento Upstream se destacou nas emissões de CO₂ renovável, que são contabilizadas separadamente. Isso reflete o uso e a produção de biomassa para combustíveis, alinhada à agenda de descarbonização e uma importante alavanca de descarbonização alinhada à agenda do Combustível do Futuro.

Fonte: Assessoria