Operação judicial bloqueia streamings ilegais com milhões de usuários pagos na América Latina
Trata-se de plataformas que operam globalmente com cerca de 8 milhões de usuários pagantes, com forte presença na América Latina. Ao todo, 28 plataformas serão desativadas neste mês por essa razão.
6 de novembro de 2025
Quatorze plataformas pagas de transmissão ilegal de conteúdos audiovisuais foram bloqueadas entre sábado e esta terça-feira por ordem da Justiça da Argentina, deixando milhões de pessoas sem acesso a serviços de entretenimento em toda a América Latina.
As plataformas bloqueadas até o momento são: My Family Cinema, TV Express, Eppi Cinema, Vela Cinema, Cinefly, Vexel Cinema, Humo Cinema, Yoom Cinema, Bex TV, Jovi TV, Lumo TV, Nava TV, Samba TV e Ritmo TV.
My Family Cinema e TV Express eram marcas que atuavam globalmente há vários anos, oferecendo diferentes opções de assinatura a centenas de milhares de usuários. Eppi Cinema era um desdobramento da primeira, com atuação principalmente no Brasil.
O processo de bloqueio começou no último sábado e continuará ao longo do mês, já que a Promotoria de Cibercrime de Buenos Aires (UFEIC), na Argentina, tem como alvo um total de 28 plataformas.
Milhões de usuários já foram afetados em toda a América Latina com os primeiros quatorze bloqueios. O maior impacto foi registrado no Brasil, onde estavam 74% dos clientes pagantes desses aplicativos.
A queda da rede de plataformas é consequência direta da operação realizada pela Justiça argentina em colaboração com grande parte da indústria audiovisual no dia 28 de agosto, em Buenos Aires.
Na ocasião, foram realizadas quatro buscas nas sedes das empresas controladoras dessas plataformas, conseguindo desmantelar completamente a operação.
No momento da operação, a rede de marcas de transmissões ilegais contava com até 6,2 milhões de usuários ativos pagantes, embora registros históricos verificados no local indiquem que a rede chegou a ter, neste ano, até 8 milhões de assinantes.
A rede distribuía sinais de televisão sem autorização por meio de aplicativos, cobrando dos usuários entre três e cinco dólares por mês.
O bloqueio massivo foi resultado de uma denúncia feita pela Alianza Contra a Pirataria Audiovisual (ALIANZA), após uma investigação minuciosa conduzida por seus especialistas ao longo de mais de um ano.
O caso também contou com o apoio contundente da LALIGA, instituição que se apresentou como parte interessada na investigação liderada pela Unidade Fiscal Especializada na Investigação de Crimes Cibernéticos (UFEIC) de San Isidro, na província de Buenos Aires.
A UFEIC certificou as provas apresentadas pela ALIANZA e avançou com um trabalho investigativo detalhado. Posteriormente, o Juizado de Garantias nº 4 de San Isidro ordenou o procedimento judicial para desmantelar a rede que violava os direitos autorais.
Embora as áreas de marketing, tradução e vendas da rede pirata operassem na Argentina, a administração, finanças e TI estavam na China, segundo informações obtidas na investigação.
O processo judicial foi impulsionado pela ALIANZA com apoio técnico e jurídico da LALIGA, DIRECTV Latin America, Nagravisión e Telecom Argentina. Além disso, a Motion Picture Association (MPA) passou a integrar o processo após as buscas.
Fonte: Assessoria