logo paraiba total
logo paraiba total
emprego
Foto: Banco de Imagens

Escassez de trabalhadores no comércio atinge a Paraíba e acende alerta para empresas, aponta especialista em RH

Psicóloga Márcia Peixoto, da Roots Talent, analisa o cenário e destaca que setores de varejo e logística estão entre os mais afetados pela falta de mão de obra

30 de outubro de 2025

A falta de trabalhadores no comércio brasileiro atingiu o maior nível dos últimos cinco anos, segundo levantamento recente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O estudo mostra que, em 2024, quase 42% das empresas do setor relataram dificuldades para contratar ou reter funcionários, índice que vem crescendo desde a pandemia.

Na Paraíba, o cenário segue a mesma tendência. Com o avanço do varejo digital, o aumento das vendas híbridas (físicas e online) e a expansão de centros logísticos, empresas locais enfrentam cada vez mais obstáculos para preencher vagas, especialmente em funções operacionais e de atendimento direto ao público.

Segundo a psicóloga e especialista em Recursos Humanos Márcia Peixoto, diretora da Roots Talent, a situação no estado reflete o movimento nacional, mas apresenta particularidades regionais. “Na Paraíba, sentimos que há duas realidades coexistindo. Enquanto o número de empregos formais cresce, muitos empregadores enfrentam dificuldade para encontrar profissionais com o perfil adequado ou dispostos a permanecer por muito tempo nas funções”, explica.

De acordo com dados do Novo Caged, o comércio foi responsável por cerca de 22% das admissões formais no estado em 2024. Ainda assim, o turnover (rotatividade de pessoal) no setor é um dos mais altos, superando 30% ao ano em algumas empresas de médio porte, o que gera custos com treinamento, integração e queda de produtividade.

Entre os segmentos mais afetados, Márcia destaca o varejo tradicional, com cargos como atendente, vendedor e operador de caixa, e também o comércio eletrônico e de atacado, que vem crescendo, mas sofre com a escassez de profissionais qualificados em logística, estoque e atendimento digital. “As empresas relatam alta rotatividade e carência de trabalhadores preparados. Isso impacta diretamente a produtividade e eleva custos com reposição e capacitação”, pontua a especialista.

O problema, segundo ela, não está apenas na ausência de candidatos, mas na mudança de perfil e de expectativas do trabalhador moderno. “As novas gerações valorizam mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, boas condições de trabalho e reconhecimento. Empresas que não acompanham essas mudanças acabam perdendo atratividade”, afirma Márcia Peixoto.

Para a especialista, o caminho para reverter o quadro passa por investimento em qualificação, cultura organizacional e retenção de talentos. “O desafio hoje não está apenas em contratar, mas em reter talentos. As empresas que enxergam o colaborador como investimento, e não como custo, certamente sairão na frente nesse novo cenário do mercado de trabalho. As pessoas são os maiores ativos de qualquer organização. O empregador precisa compreender isso: profissionais querem se sentir pertencentes, valorizados por suas competências e reconhecidos pela importância do que fazem”, destaca Márcia.

Fonte: Vivass Comunicação