Economia Criativa: Campina Grande se consolida como polo de inovação com turismo de experiência
Cidade paraibana é a 3ª mais inovadora do Brasil e Regina Amorim fala sobre o "Caminhos da Inovação" lançado pelo Sebrae-PB para atrair talentos e investidores
27 de outubro de 2025
A classe criativa, em muitas cidades, se tornou centros de inovação, porque atrai negócios. Para o professor Richard Florida da Universidade de Toronto, a classe criativa deve chegar a 50% da força de trabalho norte-americana em 2030. Essa realidade não será diferente para as grandes cidades brasileiras ou de outros países. Para uma cidade desenvolver a sua classe criativa é necessário priorizar talentos, criatividade e tecnologia.
Campina Grande, segunda maior cidade do estado da Paraíba, com população estimada em cerca de 443.911 habitantes (IBGE) tem evoluído como polo de inovação e tecnologia, sendo a cidade mais inovadora do Nordeste e a terceira do Brasil. A cidade possui um ecossistema forte com a presença da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), o Centro de Inovação e Tecnologia (CITTA), e programas de aceleração, tais como o “Impulse Campina”, que conecta o meio acadêmico ao setor produtivo, atrai startups e grandes empresas.
Uma das estratégias para atrair mais talentos criativos e ampliar a oferta turística de Campina Grande, SEBRAE em parceria com o Governo do Estado da Paraíba, formataram o roteiro “Caminhos da Inovação”, uma experiência imersiva, ao ambiente das startups e projetos de tecnologia que atraem olhares de investidores e pesquisadores. Caminhos da Inovação compõe o Catálogo de Experiências Turísticas da Paraíba, edição 2024. O turismo de experiência mexe com as emoções e proporciona viver com intencionalidade cada destino turístico, pois as pessoas e os talentos criativos são a essência do turismo de experiência. O Sistema SEBRAE tem o Polo de Turismo de Experiência, sediado no SEBRAE ES, para responder a uma tendência global que valoriza experiências autênticas, transformadoras e sustentáveis.
Experiências turísticas de inovação e conhecimento são consideradas uma vitrine de aceleração de negócios para Campina Grande e outras cidades inovadoras, ao motivar a viagem de turistas, empreendedores criativos e pesquisadores, para essas cidades. Muitos talentos criativos já estão em Campina Grande, colaborando com as empresas que crescem continuamente, para atender à mercados globais. Campina Grande é cidade criativa da UNESCO, no segmento de artes midiáticas, pela sua capacidade de explorar soluções criativas e fortalecer redes de conhecimento, inspirando e disseminando o desenvolvimento tecnológico. O ecossistema de inovação de Campina Grande integra conhecimento acadêmico e empreendedorismo criativo, com notoriedade econômica, cultural e tecnológica e com capacidade de unir os diferentes, com estilo de vida distinto e com mentalidade aberta à diversidade.
O City Lab, plataforma digital que aborda as tendências, desafios e o futuro das cidades e do urbanismo ao redor do mundo, da qual o professor Richard Florida é co-fundador e editor, classifica algumas cidades e regiões como “gigantes globais”, pois são competitivas e continuam a crescer em meio a um ambiente de crescente desconfiança e mudanças, em relação ao comércio global, às preocupações com imigração e ao lento crescimento da economia mundial. Estão nessa classificação as cidades de Londres, Toquio, Paris, Nova York e outras.
A classe criativa de trabalhadores intensivos em conhecimento, são atraídos para viver e trabalhar em muitas dessas cidades, “gigantes globais”, mesmo enfrentando os desafios de poluição, congestionamento, mudanças climáticas e escassez de água. Juntamente com talentos criativos e tolerância está a tecnologia e o seu potencial para melhorar a qualidade de vida dessas cidades globais, alterando a forma de como os produtos são fabricados e vendidos e de como as pessoas usam, compram, influenciam e interagem, umas com as outras.
A “destruição criativa” apresentada por Joseph Schumpeter, economista e cientista político austríaco em 1942, continua valendo para os tempos atuais. Ela é uma força que transforma a economia e as relações entre as pessoas. Um processo dinâmico onde a inovação constante desfaz estruturas econômicas antigas para dar lugar a novas, impulsionando o crescimento e a produtividade através de novos produtos, serviços, mercados e tecnologias.

Foto: Linkedin
Sobre Regina Amorim
É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.