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pib, maior projeção do pib
Foto: Freepik

Pesquisa mostra melhora no humor do brasileiro sobre vida pessoal e perspectiva do país

Pesquisa RADAR FEBRABAN mostra que a inflação e o aumento do custo de vida continuam sendo preocupação do brasileiro com 81% da população avaliando que os preços “aumentaram muito ou aumentaram”

8 de outubro de 2025

O humor do brasileiro apresentou variação positiva no segundo semestre de 2025, com melhoria na perspectiva sobre a vida que levam (72%), repetindo o patamar de março e superando o recuo observado em junho (70%). Ao mesmo tempo, a percepção sobre a evolução da vida pessoal e familiar comparada ao ano passado apresenta recuperação, chegando a 44%, após quedas no primeiro e segundo trimestres.
Seguindo a mesma tendência positiva, quanto à vida pessoa e familiar, 65% acreditam que ela “vai melhorar” nos próximos meses, com variação positiva ante os 63% anteriores e após recuo de 12 pontos observado entre março e junho. 
Os dados são revelados pela nova edição da Pesquisa RADAR FEBRABAN, realizada entre os dias 21 e 26 de setembro de 2025 com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País. A pesquisa também apurou as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras e avaliou temas como expectativas do brasileiro sobre o país e sua vida pessoal, além de suas aspirações de consumo e o Pix.
O mesmo viés de melhora se verifica nas percepções sobre a evolução do país em relação a 2024, que chegaram a 34% e mantiveram-se relativamente estáveis, com variação positiva em relação a junho (33%), depois de apresentar queda constante desde dezembro.
Nesse terceiro trimestre do ano, para além das tensões econômicas internas, os brasileiros precisaram lidar com uma nova pressão externa: as tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros impostas pelos Estados Unidos, o chamado “tarifaço”. Nesse contexto, um misto de cautela e otimismo perpassa as avaliações sobre o país e a economia”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.

 

A inflação e o aumento do custo de vida continuam sendo preocupação do brasileiro na terça parte de 2025, mas também é perceptível uma melhora no sentimento. Em setembro, 81% avaliaram que os preços “aumentaram muito ou aumentaram”. Em março, esse percentual chegou a 89%, o maior da série histórica.
A Pesquisa RADAR FEBRABAN é realizada trimestralmente pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) e mapeia a percepção e expectativa da sociedade sobre a vida, aspectos da economia e prioridades para o país.
A íntegra do levantamento de junho de 2025 do RADAR FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN News-IPESPE pode ser acessada neste link.

 

Seguem mais resultados do levantamento:

***

 

BALANÇO PESSOAL E FAMILIAR

  • Subiu de 70% para 72% aqueles que se dizem muito satisfeitos ou satisfeitos em relação à sua vida pessoal;
  • O contingente insatisfeito caiu de 15% para 14%;
  • Passou de 78% para 80% os que avaliam que sua vida pessoal e familiar em 2025 ou melhorou (44%) ou ficou igual (36%);
  • Subiu de 63% para 65% aqueles que acreditam que sua vida e de sua família vai melhorar no restante do ano;
  • Caiu de 22% para 20% os que avaliam que a vida piorou em 2025.
  • Mantiveram-se em 11% os que vislumbram uma piora na vida pessoal e familiar, com poucas variações ao longo da série histórica.

 

VISÃO DO PAÍS EM 2025

  • Aumento de 1 ponto na avaliação de que o país melhorou em 2025, indo de 33% para 34%, revertendo tendência de queda observada desde dezembro de 2024. ​​
  • Percepção de piora do país oscilou de 38% para 37%, alterando o viés de alta verificado desde setembro de 2023.
  • ​Para 27% o país nem melhorou nem piorou esse ano, até o momento. Em junho, a percepção de estabilidade era de 28%.
  • 65% acreditam que em 2025 o Brasil irá melhorar (41%) ou ficar como está (24%).
  • Houve avanço na expectativa de melhora, que oscilou de 40% para 41%, também alterando a tendência de queda na expectativa favorável desde dezembro de 2023.
  • Expectativa de piora moveu-se de 32% para 31%.

 

 

PERCEPÇÃO DE ALTA DA INFLAÇÃO

  • Caiu de 83% para 81% o contingente que afirma que os preços aumentaram muito ou aumentaram nos últimos seis meses.
  • Subiu de 11% para 12% o montante que indica estabilidade, e também cresceu de 5% para 7% os que mencionam queda.

 

ASPECTOS DE MAIOR IMPACTO NA INFLAÇÃO

  • Caiu de 75% para 69% os que indicam alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico.
  • Reduziu-se de 30% para 28% o contingente que indica o preço do combustível, que mantém a segunda posição à frente de saúde e medicamentos, agora em terceiro lugar (27%).
  • 22% demonstram preocupação com os juros dos cartões de crédito, financiamentos e empréstimos, item que continua em quarto lugar.
  • 8% apontam os gastos com pagamento de escolas, faculdades e outros serviços de educação, além da compra de veículos e imóveis, que seguem em quinto lugar.

 

EXPECTATIVAS DOS BRASILEIROS

  • Inflação e custo de vida: a crença de que os preços irão aumentar caiu de 71% para 69%;
  • Desemprego: após relativa estabilidade no segundo trimestre de 2024, a expectativa de aumento do desemprego oscilou de 41% para 42%;
  • Poder de compra: A opinião de que haverá aumento do poder aquisitivo cresceu em relação a junho (de 23% para 26%), enquanto a maior parcela, que crê em perda, oscilou de 51% para 50%. Os que acreditam estabilidade somam 22% em setembro, frente a 24% em junho;
  • Endividamento: oscilou de 71% para 70% os que creem que vai aumentar;
  • Taxa de juros: decresceu de 68% para 65% a expectativa de aumento;
  • Impostos: a expectativa de aumento manteve-se em 71%, sustentando o patamar mais alto da série histórica. A percepção de estabilidade oscilou de 20% para 21% e a perspectiva de queda repetiu os 7% de junho
  • Acesso ao crédito: A expectativa de maior acesso ao crédito ficou inalterada em 32%, assim como a perspectiva de queda (31%). A percepção de estabilidade saiu de 34% para 32%.
  • Salários: Quesito com a maior variação e avanço do otimismo, a expectativa de aumento avançou de 23% para 34%, ao mesmo tempo em que apresentou recuo significativo a parcela que acha que os salários vão permanecer iguais (de 58% para 48%). A expectativa de queda, por sua vez, oscilou de 18% para 16%.

 

PRIORIDADES DA POPULAÇÃO

A lista de áreas a que o Governo Federal deveria dar mais atenção:

  • Saúde: continua no topo como prioridade na agenda da população (32%).
  • Emprego e Renda: aparece em segundo lugar, oscilando de 20% em junho para 19% em setembro.
  • Inflação e Custo de Vida: 10%;
  • Educação: empatado em terceiro lugar com Inflação e Custo de Vida, oscila dentro da margem, aparecendo com 10% das menções em setembro, contra 9% em junho.
  • Segurança: citada por 9%, sem variação em relação à onda anterior.
  • Corrupção: manteve os 8% da pesquisa anterior.
  • Fome e Pobreza: soma 4% em setembro, estável frente a junho.

 

DESEJOS DA POPULAÇÃO

 

  • Guardar dinheiro/investir: o desejo de aplicar na poupança manteve-se em 20%. Na mesma linha, a vontade de aplicar em outros investimentos manteve-se em 29%.
  • Moradia: o sonho de comprar uma casa caiu, saindo de 28% em junho para 25% em setembro. Desejo de reformar avançou de 15% para 18% no mesmo período. 
  • Educação: esse item marca 16% das menções, contra 14% no

levantamento anterior.

  • Viagens: o desejo de viajar em caso de sobras no orçamento alcança 11%.
  • Saúde: 11% citam o desejo de melhorar o plano de saúde.
  • Compra de carro: registrou 9%, um ponto abaixo de junho (10%).

 

PIX

 

  • A transferência e pagamento via PIX mantém ampla aprovação entre os brasileiros: 95%, mesmo percentual desde abril de 2024. A desaprovação oscilou um ponto para cima (de 2% para 3%) em relação a julho do ano passado.

 

  • Cresce a preferência pelos bancos para a utilização do PIX: avançou de 32% para 39% o número de brasileiros que se declaram mais confiantes nos bancos isoladamente para operações com PIX. Permaneceu inalterada a parcela que confia mais nas fintechs para esse tipo de operação (14%).

 

  • Houve queda, comparativamente a junho, do número de usuários que se sentem seguros com o PIX utilizando qualquer dos dois tipos de instituição, passando de 45% para 41% das menções.

 

  • O PIX parcelado já é conhecido por 8 em cada 10 brasileiros; 68% aprovam e 25% desaprovam a ferramenta. Para 86%, o fato de existir a opção de parcelamento melhora (34%) ou não altera (52%) a confiança no PIX. Embora a maioria aprove o PIX parcelado, apenas 33% declaram que usariam a ferramenta com cobrança de juros.

 

Fonte: Febraban