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Foto: Divulgação

Aluska Oliveira: “Mais que preço, as pessoas buscam valor e cuidado — não é só presente, é experiência”

Empreendedora celebra 5 anos de trajetória trocando Direito pela gastronomia e se tornando referência em buffets e cestas afetivas na capital

2 de outubro de 2025

Transformar noites descontraídas de vinho e aperitivos entre amigos em um negócio de sucesso: assim nasceu a Alupast’s, marca que em 2025 celebra cinco anos de trajetória em João Pessoa. À frente do empreendimento está a bacharel em formação Aluska Barbosa, que trocou a carreira no Direito pela paixão de longa data pela gastronomia, uma decisão tomada em plena pandemia da covid-19, quando coragem e criatividade se tornaram seus maiores ingredientes.

Hoje, a Alupast’s é sinônimo de requinte em antepastos, buffets personalizados e cestas afetivas, o que lhe rendeu espaço em eventos arrojados, intimistas e em grandes celebrações. Ao longo do caminho, a empresária de 37 anos ampliou espaços para acompanhar o crescimento da empresa e consolidou a marca como referência na capital paraibana.

Na entrevista a seguir, Aluska fala sobre a história da Alupast’s, os bastidores do empreendedorismo feminino na gastronomia e os planos para o futuro do negócio.

Qual o significado por trás do nome “Alupast’s”? Esse é o seu primeiro empreendimento?

O nome Alupast’s é uma soma de “Alu”, que é a sílaba inicial do meu nome e “past”, de antepastos. A loja não é o meu primeiro empreendimento. Enquanto eu ainda trabalhava na área do Direito, eu já tinha um negócio no segmento de personalização de eventos. Ele tinha foco em produtos personalizados, como caixas, decorações para festas e eventos diversos. Com a chegada da pandemia eu iniciei esse novo negócio, que tinha mais a ver com o momento em que eu estava. A gastronomia sempre veio de um lugar de afeto para mim, receber as pessoas em casa e cozinhar para elas me deixa feliz. Foi nessa linha que nasceu o projeto.

Quais os principais serviços oferecidos pela empresa?

Hoje trabalhamos principalmente com buffet, delivery de aperitivos e as cestas personalizadas. Trazemos como opção as chamadas cestas de entrada, que já vem montadas previamente, e também a opção de cestas personalizadas, que são vendidas especialmente no final do ano. Nosso cliente final nessas datas são os escritórios, clínicas e várias outras entidades que costumam encomendar para suas equipes. Temos a preocupação de oferecer para os clientes um atendimento personalizado, por isso costumamos fazer parceria com sommeliers com o objetivo de harmonizar os nossos produtos com as bebidas, seja vinho ou espumantes. Por trabalhar com a parte de delicatessens, possuímos uma adega, e o cliente ainda consegue comprar geleia, queijos ou antepastos e combinar com as bebidas que temos disponíveis. Temos alguns itens para pronta entrega, mas boa parte do meu trabalho é sob encomenda, com todo o cuidado de entregar produtos frescos e sem conservantes para o cliente.

Quais foram as dificuldades por trás da implementação do projeto?

Eu comecei sem nenhum investimento externo, literalmente com a cara e a coragem e uma coisa foi puxando a outra. Inicialmente a ideia era vender os antepastos não só para o cliente final, mas também para supermercados e delicatessens. Fiz durante um tempo, mas não deu muito certo, tivemos muita inadimplência e acabou não valendo a pena, posteriormente abri o primeiro ponto físico e decidi vender exclusivamente para o consumidor final.

Fui desenvolvendo novas receitas, implantando novos itens ao cardápio e com isso gerou muitos desafios quanto a estrutura, adaptação de processos, estruturação de equipes, foram os maiores obstáculos, mas que serviram como combustível para inovar e consolidar a marca.

Já enfrentou situações em que precisou se reinventar completamente para continuar crescendo?

Sim, várias vezes… Eu acredito que reinventar faz parte da vida de todo empreendedor, seja na inovação do cardápio, na estruturação da equipe, na gestão, e no próprio cliente, que tem o desejo que lhe é, peculiar.

Quais os planos para o empreendimento?

Pretendemos abrir um espaço em nosso endereço para receber as pessoas em noites de vinho num futuro próximo. Gostamos da ideia dessa noite interativa com o intuito de criar conexões com os clientes, de preferência com uma sommelier em loja, ajudando a combinar os aperitivos com as bebidas disponíveis. Não penso em expandir para fora do estado, por enquanto procuro me manter na produção artesanal, que já é mais a cara do empreendimento.

Qual foi a maior lição que o empreendedorismo te trouxe até agora?

O empreendedorismo me ensinou que a disciplina e resiliência são tão importantes quanto talento. Ter paixão pelo que faz é essencial, mas é constância, a organização e a capacidade de se adaptar que realmente sustentam o negócio no longo prazo.

Quais tendências neste setor dos buffets e presentes afetivos você enxerga?

Existem muitas tendências voltadas para o seguimento de buffets, mas percebo que hoje as pessoas estão buscando opções informais, eventos mais intimistas e talvez isso seja uma consequência da pandemia. Então eu acho que esse segmento tende a crescer. As pessoas estão optando cada vez mais por receber os convidados em casa e atrelado a isso, estamos sempre nos especializando para oferecer um cardápio original, diversificado e com muito sabor. Quanto aos presentes, vislumbro muito a sustentabilidade e a autenticidade, mais que o preço as pessoas estão buscando valor, significado e cuidado em cada detalhe, e isso fazemos com muita dedicação. Porque entendemos que vai além de um presente, é uma experiência em cada detalhe.

Sobre ser uma mulher empreendedora na Paraíba, quais você acredita serem os principais desafios?

Conciliar a vida pessoal da vida profissional, creio que seja o maior desafio. Concorrência desleal; medo do fracasso, o medo de errar que reflete na pressão que um empreendedor sofre no dia a dia, mas o importante e a capacidade de se reinventar se for preciso, não ter medo.
Mas para aquelas que querem dar o primeiro passo, meu conselho é: Acredite no que você faz. Se você acredita no seu trabalho e no que você entrega em qualquer segmento que seja, não desista. Os percalços vão existir em qualquer ramo, até trabalhando em empresas privadas e órgãos públicos. Seja resiliente e persista nas suas convicções, se permitindo errar e mudar de ideia se é que quando necessário. Às vezes o modelo de negócio que você imaginou acaba não funcionando completamente, mas se forem feitos pequenos ajustes, tudo pode caminhar e prosperar.

Fonte: Vivass Comunicação