
Brasil deve fechar 2025 com 1,5 milhão de novos empregos CLT, afirma ministro do Trabalho e Emprego
Luiz Marinho comenta que impacto das tarifas adicionais dos Estados Unidos está sendo amenizado pela eficiência do Governo Federal em agir rapidamente, e que juros praticados no Brasil impactam mais que tarifaço
26 de setembro de 2025
O Brasil deve fechar o ano com a criação de 1,5 milhão de novos empregos formais. O dado foi anunciado pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante o programa Bom Dia, Ministro dessa quinta-feira (25/9), transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Na segunda-feira (29/9) eu vou anunciar o Caged de agosto. Vem crescendo de novo, mas abaixo do ritmo que vinha crescendo anteriormente. Mês passado já cresceu abaixo do ritmo. Evidente que o final do ano sempre tem as compras natalinas e demais. Será um bom (último) trimestre, acredito que o crescimento do PIB está garantido. Este ano acho que está dado, vamos ter um saldo da ordem de 1,5 milhão de empregos formais no Brasil”, disse o ministro
Mesmo com a menor taxa de desemprego da história, com taxa de desocupação no trimestre encerrado em julho em para 5,6%, segundo o IBGE, para Luiz Marinho o cenário de juros altos praticados no Brasil impede um crescimento maior do número de empregos. “Precisamos de uma economia forte, crescendo. Temos hoje um limitador que se chama juros praticado. O impacto dos juros é maior do que o tarifaço do (Donald) Trump (presidente dos Eatados Unidos). O tarifaço impacta setores específicos. Os juros impactam toda a economia”, afirmou
“Eu acredito que o Banco Central, nas próximas reuniões, não venham com novos aumentos de juros. É uma irresponsabilidade até do Banco Central em manter os juros no patamar que estão. Isso leva, quando se retoma o processo de aceleração, do crescimento de novo, a possibilidade desse movimento continuar. Aumenta a formalidade em relação à informalidade (de empregos). É isso que nós precisamos: da economia sempre forte e organizada para ter esse movimento”, explicou Marinho
Tarifaço
Para o ministro, com o Plano Brasil Soberano e a abertura de novos mercados no exterior aos produtos brasileiros, o País está preparado para enfrentar os impactos no mercado de trabalho das tarifas adicionais de 50% dos Estados Unidos, em vigor desde agosto.
“O impacto do tarifaço está sendo bastante amenizado pela eficiência do governo do presidente Lula em agir muito rapidamente, primeiro abrindo mercado, que é a melhor solução. Segundo, colocando recursos à disposição, que muitas vezes a empresa acaba conseguindo administrar a situação sem necessidade de ações mais extremadas. Então, creio que nós estamos passando bem”, disse Luiz Marinho
O Plano Brasil Soberano é uma Medida Provisória que prevê financiamento de R$ 30 bilhões para compensar prejuízos de exportadores afetados pelo tarifaço norte-americano. Prevê uma série de ações para compensar os exportadores afetados pelo aumento das tarifas, como linhas de crédito; prorrogação de prazos do regime de drawback; compras públicas; aportes a fundos garantidores de crédito; ampliação do Reintegra e prorrogação de prazos tributários.
“O presidente Lula, em dois anos e oito meses, abriu 437 novos mercados para os nossos produtos. Então isso amenizou e resolveu o problema de muita gente aqui. Mas tem aqueles que, eventualmente, não conseguem na rapidez colocar no mercado internacional, porque trabalhava exclusivamente para o mercado americano. É o caso de algumas empresas de eletrônica, autopeças, armamentos, Segurança. Você até vai substituir, você leva algum tempo para a substituição. Então para essas empresas, tem o Brasil Soberano, desde recursos disponíveis de crédito, bastante vantajoso para essas empresas, para que elas acessem o BNDES. O BNDES já está pronto, o Ministério do Trabalho soltou, a portaria na semana passada, e o BNDES já está cadastrando as empresas que tenha interesse e necessidade de fazê-lo”.
“O Ministério do Trabalho está aberto também para eventuais acordos trabalhistas, acordos coletivos, envolvendo o sindicato, envolvendo as empresas. Isso tem baixa procura até agora. Tem algumas consultas, mas nada de concreto das empresas que queiram fazer. Os acordos coletivos têm várias possibilidades colocadas, a depender da situação, se está mais ou menos agravada, de cada empresa”, disse.
Diálogo
Durante o bate-papo com radialistas de várias regiões, Luiz Marinho comentou sobre a possibilidade de uma reunião oficial com entre o presidente Lula e Trump. Lula teve um rápido encontro com o presidente dos Estados Unidos nos bastidores, ao final do discurso que fez na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, na última terça-feira (23/9).
“Evidentemente que o presidente americano tem todo o direito, é legítimo defender os interesses do povo americano, e o presidente Lula tem todo o direito legítimo de defender o interesse do povo brasileiro, da indústria brasileira. Tenho certeza que se os dois sentarem para conversar, tratando dos problemas comerciais, nós temos caminho para construir”, afirmou.
Fonte: Agência Gov