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Foto: Embrapa

Paraíba mantém liderança nacional na produção de mangaba e cresce 2.775% na extração de umbu

Extração de umbu é a terceira maior do Brasil e tem crescimento de 2.775,5% em 10 anos

25 de setembro de 2025

A produção extrativa vegetal da mangaba na Paraíba continua como a maior do Brasil em 2024, com um total de 914 toneladas (t), apesar da queda de 4,3% em relação ao ano anterior (2023), segundo a pesquisa sobre a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgada nesta quinta-feira (25), pelo IBGE. Em 10 anos, houve um expressivo crescimento da produção estadual, de 572,1%.

O estado lidera a extração da mangaba à frente do Rio Grande do Norte (641 t), Minas Gerais (330 t) e Sergipe (308 t). Em nível municipal, os maiores produtores são Rio Tinto, com 305 toneladas, seguido por Baía da Traição (285 t) e Marcação (180 t), todos no litoral norte do estado. A extração vegetal se refere à coleta de produtos da natureza, como frutos, madeira, fibras e sementes, sem a existência de plantio ou cultivo.

Já a produção de umbu apresentou o crescimento mais expressivo no período de 10 anos, de 2.775,5%, saindo de 80 toneladas em 2015 para 2.302 toneladas em 2024, com destaque para o forte avanço ocorrido a partir de 2022, quando superou a barreira das 1,8 mil toneladas. Em relação a 2023, o crescimento da produção de umbu foi de 7,4%.

A Paraíba é o terceiro maior produtor de umbu do país, atrás apenas da Bahia (5.831 t) e de Minas Gerais (5.655 t). Os municípios do estado com os maiores índices de extração foram Juazeirinho, com 450 toneladas, acompanhado por São Vicente do Seridó (422 t) e Olivedos (350 t).

Em relação à castanha-de-caju, a extração estadual apresentou trajetória mais instável, alcançando o pico de 520 toneladas em 2020, mas recuando gradualmente até 310 toneladas, em 2024. A Paraíba ficou na terceira colocação nacional, enquanto Bahia (609 t) e Pernambuco (566 t) tiveram as maiores produções do Brasil. A extração desse produto apresentou decréscimo em relação ao ano anterior (-5,2%), mas um aumento de 50,5%, em 10 anos. Os municípios paraibanos com maiores produções de castanha de caju em 2024 foram Jacaraú, com 50 toneladas, Pilar (19 t) e Bananeiras (16 t).

 

Ao analisar as grandes categorias, a produção extrativa vegetal de alimentos, na Paraíba, cresceu 3,8% em um ano e significativos 850,7% entre 2015 e 2024, partindo de 422 toneladas para 4.012 toneladas, respectivamente. A produção de cera (de carnaúba) apresentou retração de 6,3% em 2024, em relação ao ano anterior. No campo energético, tanto o carvão vegetal quanto a lenha mantiveram evolução constante, com altas, respectivamente, de 33,9% e 44,0% em 10 anos; e de 1,7% e 1,6%, no último ano. Já a produção de madeira em tora vem crescendo de forma contínua desde 2018, alcançando seu pico em 2024, com produção de 3.680 metros cúbicos. Somente no último ano, houve um aumento 13,4%.

Apesar de aumentos significativos na extração de vários produtos, a Paraíba registrou valor de produção de R$ 29,8 milhões, o sétimo menor do país e o terceiro menor do Nordeste, ficando à frente apenas dos estados de Sergipe (R$ 2,9 milhões) e Alagoas (R$ 7,9 milhões). No cenário nacional, o Pará se destaca como o maior produtor, com valor de R$ 2,73 bilhões, seguido pelo Mato Grosso (R$ 1,04 bilhão) e pelo Paraná (R$ 577,4 milhões).

Valor da produção na silvicultura aumenta 432,6% em um ano

A silvicultura está relacionada a uma formação florestal produzida por pessoas, desde o plantio até a colheita, visando à produção de carvão vegetal, lenha e madeira, entre outros. O valor da produção paraibana passou de R$ 258 mil, em 2023, para R$ 1,37 milhão, 2024, uma variação de 432,6% em apenas um ano. Porém, mesmo considerando valores nominais (não deflacionados), o valor da produção da sivicultura paraibana caiu 85,3% em uma década, passando de R$ 9,36 milhões em 2015 para R$ 1,37 milhão em 2024. No último ano, a Paraíba ficou com o 3º menor valor da produção, como também a 3ª menor área total (2,5 mil hectares) da silvicultura do Brasil.

Em relação aos produtos da silvicultura, a produção de lenha apresentou forte oscilação ao longo da série, com um salto expressivo em 2024, quando alcançou 4.470 m³, após quedas em anos anteriores. Dentro desse grupo, a lenha de eucalipto manteve participação relevante, embora em patamares bem inferiores aos do início da série, enquanto a lenha de outras espécies registrou aumento expressivo no último ano, alcançando 4.040 m³. Já a madeira em tora teve retração significativa após 2016, com números reduzidos desde então e retomada moderada em 2024, quando chegou ao patamar de 4.132 m³.

Ao comparar apenas os resultados do último ano (2024 frente a 2023), nota-se um forte crescimento em diversos segmentos. A lenha total foi o produto que mais se destacou, com aumento de 504,9% no volume produzido, puxado especialmente pela lenha de outras espécies, cuja produção cresceu 734,7%. O carvão vegetal também mais que dobrou (166,7%), ainda que sua base produtiva seja pequena. A produção de madeira em tora teve crescimento de 22,9%, com aumento mais significativo na categoria voltada para papel e celulose (36,2%).

Fonte: IBGE