
Na Paraíba, efetivo do rebanho bovino cresce em 2024 e atinge maior patamar da série histórica
Rebanho de caprinos, suínos e ovinos também apresentaram tendência contínua de crescimento a partir de 2013
18 de setembro de 2025
O rebanho bovino, na Paraíba, teve um crescimento de 40% entre 2005 e 2024, com seu efetivo passando de 1,05 milhão para 1,47 milhão de cabeças, respectivamente, apesar de uma queda brusca no ano de 2012 (967 mil cabeças). Nos anos seguintes, esse rebanho apresentou crescimento contínuo, atingindo o maior patamar da série histórica. O grupamento bovino se mantém como o mais expressivo da pecuária estadual, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE, nesta quinta-feira (18).
Essa pesquisa fornece informações sobre os principais efetivos da pecuária existentes nos Municípios brasileiros na data de referência do levantamento, 31 de dezembro, bem como sobre a produção de origem animal e o seu respectivo valor no ano em questão. Os dados são obtidos pela Rede de Coleta do IBGE, mediante consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente à produção, comercialização, industrialização, fiscalização, fomento e assistência técnica à agropecuária.
Os caprinos e ovinos seguiram trajetórias semelhantes, com números próximos e evolução contínua a partir de 2013. Em 2005, havia pouco mais de 657 mil caprinos e 411 mil ovinos, enquanto em 2024 os dois rebanhos atingiram patamares similares, em torno de 849 mil e 842 mil cabeças, respectivamente. O rebanho suíno, por sua vez, apresentou crescimento expressivo em 20 anos, mais que dobrando de tamanho, passando de cerca de 145 mil cabeças, em 2005, para mais de 317 mil, em 2024.
No comparativo de 2024 com o ano de 2023, os rebanhos paraibanos tiveram variações positivas. O rebanho bovino apresentou expansão de 4,3%, assim como o caprino (2,7%), o ovino (3,7%), o suíno (5%), o equino (6,2%) e o bubalino (6,7%), embora esses dois últimos tenham baixa representatividade no total do rebanho do estado. Na análise da série histórica, entre 2015 e 2024, observa-se crescimento expressivo em vários rebanhos. O destaque é o rebanho de suínos (81,7%), seguido pelos de ovinos (67,9%) e caprinos (49,8%). Os bovinos tiveram um aumento inferior aos demais (25,8%), mas se manteve como o maior efetivo absoluto do estado.
Considerando os efetivos municipais, os cinco maiores rebanhos de bovinos estão em Pombal (29,3 mil cabeças), Sousa (26,9 mil), Paulista (25,7 mil), Piancó (20,7 mil) e Monteiro (20,4 mil). Para o rebanho suíno, Queimadas (11 mil) aparece em destaque, acompanhada por Barra de Santana (7,7 mil), Campina Grande (7 mil), Pocinhos (6,2 mil) e Cajazeiras (5,9 mil). Em relação aos ovinos, Sumé lidera com 32,3 mil cabeças, seguido de Monteiro (29,6 mil), Barra de São Miguel e Barra de Santa Rosa (ambos com 25 mil cada), assim como Pombal (23,5 mil).
Rebanho de caprinos da Paraíba é um dos maiores do Brasil
Em 2024, os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) mostram que o Brasil mantém forte concentração de caprinos no Nordeste, já que esse tipo de rebanho se adapta muito bem ao clima semiárido de parte da região. A Paraíba, com 848,9 mil cabeças, aparece na 5ª colocação nacional, logo atrás do Ceará (1,14 milhão), mas à frente do Rio Grande do Norte (669 mil) e do Maranhão (379 mil). A Bahia lidera o ranking com 4,2 milhões de cabeças, seguida por Pernambuco (3,4 milhões) e Piauí (2,06 milhões).
Já em relação ao efetivo de rebanho caprino nos municípios da Paraíba, Monteiro ocupa posição de liderança (40,1 mil cabeças), seguido de Sumé (31,6 mil), São João do Tigre (30,4 mil) e Serra Branca (30,1 mil). Os quatro primeiros municípios listados pertencem à microrregião do Cariri Ocidental paraibano, enquanto Boqueirão está inserido no Cariri Oriental.
Rebanho de galináceos tem crescimento expressivo a partir de 2009
O efetivo de galináceos se manteve relativamente estável até 2008, em torno de 8,3 milhões de cabeças, mas a partir de 2009 apresentou forte crescimento, quando ultrapassou os 10 milhões. Os anos de 2012 a 2017 foram marcados por oscilações, com retomada consistente de crescimento a partir de 2018, alcançando 14,5 milhões de galináceos em 2024, o maior patamar da série, representando crescimento superior a 76% em relação a 2005, e de 10,3% em relação a 2023 (cerca de 13.2 milhões). Entre os municípios paraibanos, Pocinhos é o maior destaque (1,25 milhão), seguido por Pedras de Fogo (1,13 milhão), Guarabira (1,12 milhão), Mamanguape (937 mil) e Soledade (770 mil).
Já no caso específico das galinhas (poedeiras), a trajetória também foi de expansão, mas em ritmo mais lento. Entre 2005 e 2015, o número manteve-se próximo a 2,2 milhões de cabeças, com pequenas variações. A partir de 2016, observou-se crescimento mais expressivo, ultrapassando 3 milhões em 2022 e chegando a 4,2 milhões em 2024, quantitativo que representa mais que o dobro do volume registrado no início da série. Entre os municípios paraibanos, Pedras de Fogo se tornou o primeiro colocado (870,5 mil), seguido por Princesa Isabel (601,8 mil), Mamanguape (390,9), Esperança (296,4 mil) e Cuité (185 mil).
Na análise da série histórica entre 2015 e 2024, o destaque é o quantitativo de galinhas, que teve aumento de 86,7%. O total de galináceos cresceu 36,4%, enquanto as codornas apresentaram queda de 36,7% no período, diminuindo de 312 mil codornas, em 2015, para cerca de 198 mil, em 2024.
Paraíba é o terceiro maior produtor de camarão do Brasil
A produção de camarão tem forte concentração na região Nordeste, com destaque para os estados do Ceará e o Rio Grande do Norte. O Ceará aparece como líder isolado, com 83,8 mil toneladas, representando sozinho a maior parte da produção nacional. Em seguida, o Rio Grande do Norte ocupa a segunda posição, com 31,6 mil toneladas.
A Paraíba continuou a ter a terceira maior produção de camarão do Brasil em 2024, ano em que alcançou o patamar de 8,9 mil toneladas, superando estados como Pernambuco (6,6 mil), Bahia (4,8 mil), Piauí (4,3 mil) e Sergipe (4,2 mil).
A produção de camarão no estado segue trajetória ascendente. Enquanto em 2013, primeiro ano da série histórica, a produção era de 864 toneladas, em 2019 já ultrapassava 4,3 mil toneladas, alcançando 8,9 mil toneladas em 2024, um crescimento superior a dez vezes em pouco mais de uma década. O salto mais expressivo ocorreu entre 2019 e 2021, quando a produção praticamente dobrou. A partir de 2017, o camarão ultrapassa a produção de peixe no estado, se mantendo na dianteira da aquicultura a partir de então.
No caso dos peixes, a produção partiu de 978,5 toneladas em 2013 e chegou a 4,3 mil toneladas em 2024, o que representa crescimento de pouco mais de quatro vezes no período. A tilápia aparece como a espécie dominante, respondendo por mais de 99% da produção, com incremento contínuo entre 2013 (951,7 toneladas) e 2024 (4,2 mil toneladas). Outros peixes como tambaqui, carpa, pirarucu e traíra apresentam presença marginal ao longo do período, com pouca influência no volume total.
Produção de ovos de galinha cresce 192% em 20 anos
A produção de ovos de galinha na Paraíba teve um crescimento expressivo e contínuo. Em 2005, eram produzidas 25,6 mil dúzias, enquanto em 2024 esse número atinge 74,7 mil dúzias. Isso representa quase o triplo da produção em 20 anos, com uma curva de crescimento ainda mais acentuada a partir de 2019, quando os números ultrapassaram a marca de 40 mil dúzias.
Já a produção de ovos de codorna apresentou uma trajetória diferente: partiu de 672 dúzias em 2005, alcançando um pico de 4,5 mil dúzias em 2016, com retração nos anos seguintes, encerrando 2024 com produção de 2,5 mil dúzias, praticamente metade do máximo já registrado.