
Valor da produção agrícola da PB cresce pelo 5º ano consecutivo; tendência nacional é de queda
Indicador estadual aumentou 17,2%, entre 2023 e 2024, passando de R$ 2,58 bilhões para R$ 3,03 bilhões.
12 de setembro de 2025
Entre 2023 e 2024, na Paraíba, o valor total da produção das lavouras temporárias e permanentes apresentou crescimento de 17,2%, passando de cerca de R$ 2,58 bilhões para R$ 3,03 bilhões, respectivamente. Essa é a 5ª alta consecutiva do indicador estadual, contrariando a tendência de queda observada no cenário nacional, onde houve retração pelo 2º ano consecutivo. As informações fazem parte dos resultados da Pesquisa Agrícola Municipal 2024, divulgados nesta quinta-feira (11), pelo IBGE.
A variação anual positiva do indicador estadual (17,2%) contrasta com a queda de 3,9% observada na média brasileira, além de ter ficado bem acima da alta registrada na média nordestina, que foi de 7,6%. No ranking de todas as unidades da federação, a Paraíba obteve o 9º melhor resultado. Já no cenário regional, o resultado paraibano foi o 4º maior, inferior apenas aos de Pernambuco (26,7%), Ceará (22,9%) e Sergipe (21,3%). As maiores altas foram obtidas pelo Espírito Santo (59,2%) e Amapá (43,4%); enquanto os estados afetados pelas maiores quedas foram o Mato Grosso do Sul (-30,8%) e o Mato Grosso (-21,3%).
Outro resultado estadual que contrasta com o observado no cenário nacional foi o crescimento da produção de grãos (cereais, leguminosas e oleaginosas) na Paraíba, entre 2023 e 2024, que inclui os seguintes produtos: algodão herbáceo (em caroço), amendoim (em casca), arroz (em casca), fava (em grão), feijão (em grão) e milho (em grão). Esse crescimento se deu tanto em termos de valor da produção (19,2%), como de quantidade produzida (12,5%) e área colhida (8,4%). Enquanto isso, no Brasil, houve diminuição de 17,8% no valor da produção e de 7,5% na quantidade produzida de grãos, mesmo com um aumento de 0,7% na área colhida.
Entre os produtos com maior participação no valor total da produção agrícola paraibana, destaca-se a cana-de-açúcar, com 40,2%; seguida pelo abacaxi, com 22,2%; a banana, com 8,6%; a mandioca (5,3%) e a batata-doce (3,9%).
Paraíba volta a ser o maior produtor de abacaxi do país, apesar da queda de 1,3% na produção
Em 2024, a produção de abacaxi da Paraíba alcançou a marca de 300,9 milhões de frutos, voltando com isso a ser o maior produtor nacional da fruta, apesar da queda de 1,3% na quantidade produzida em relação a 2023, quando a produção estadual, que era então a 2ª maior do país, foi de 304,8 milhões de frutos. O 2º maior produtor em 2024 é o estado do Pará, com 290,4 milhões de frutos, seguido por Minas Gerais, com 143,7 milhões, e Rio de Janeiro, com 135,3 milhões.
No último ano, os municípios paraibanos que lideraram a produção de abacaxi foram: Pedras de Fogo, com 68,4 milhões de frutos; Itapororoca (60 milhões); Araçagi (48 milhões); Santa Rita (31,5 milhões); e Lagoa de Dentro (12 milhões).
Em termos de valor da produção do abacaxi, embora a Paraíba tenha apresentado um crescimento de 42,4% entre 2023 (R$ 471,6 milhões) e 2024 (R$ 671,8 milhões), o estado segue com o 2º valor mais elevado do Brasil, tendo a sua frente somente o estado do Pará, cujo valor da produção foi de R$ 1,08 bilhão.
Com esse crescimento no valor da produção, a lavoura do abacaxi ganhou participação no valor total da produção agrícola paraibana, subindo de 18,3% em 2023, para 22,2% em 2024, e se manteve com a 2ª maior proporção entre todas as lavouras do estado, inferior apenas à da cana-de-açúcar (40,2%).
Nos totais das áreas plantada e colhida das lavouras de abacaxi, no estado, verificou-se uma pequena expansão (0,5%), ambas passando de 9.368 hectares (ha) em 2023, para 9.419 ha em 2024.
Cana-de-açúcar perde participação no valor da produção agrícola da Paraíba, mas ainda é predominante
Embora tenha apresentado crescimento de 6,4% no valor da produção entre 2023 (R$ 1,14 bilhão) e 2024 (R$ 1,22 bilhão), a lavoura da cana-de-açúcar perdeu participação no valor total da produção agrícola paraibana, diminuindo de 44,3% para 40,2%, respectivamente, o que corresponde a uma queda de 4,1 pontos percentuais (p.p.). Mesmo assim, ainda tem participação predominante entre todas as lavouras do estado, tanto temporárias como permanentes, e segue com proporção bem superior à da cultura do abacaxi (22,2%), que é a 2ª colocada.
Em 2024, o estado produziu cerca de 7,18 milhões de toneladas de cana, o que mostra um crescimento de 1,6% frente ao ano anterior, quando a quantidade produzida foi de 7,07 milhões de toneladas. A produção da Paraíba no ano passado foi a 9ª maior do Brasil e a 3ª maior do Nordeste. Na região, foi inferior apenas às obtidas pelos estados de Alagoas (18,7 milhões de toneladas) e de Pernambuco (16,1 milhões de toneladas). A área colhida na Paraíba em 2024 também cresceu 1,6% frente a 2023, aumentando de 109,2 mil ha para 110,9 mil ha.
Entre os municípios paraibanos, em 2024, as maiores quantidades produzidas de cana-de-açúcar foram constatadas em: Pedras de Fogo (1,14 milhão de toneladas); Santa Rita (955,5 mil t); Sapé (663 mil t); Rio Tinto (637 mil t) e Mamanguape (633,8 mil t).
Paraíba segue, pelo 8º ano consecutivo, como o 2º maior produtor de fava em grão do país
A PAM aponta que, desde 2017, a produção de fava na Paraíba tem sido a 2ª maior entre todas as unidades da federação, sendo desde então superada apenas pela quantidade produzida pelo Ceará. Em 2024, essa situação foi mantida, com a produção cearense alcançando 4.307 toneladas, enquanto a quantidade produzida na Paraíba foi de 2.839 toneladas. O 3º maior produtor de fava do país é Pernambuco, com 1.280 toneladas.
O quantitativo estadual do último ano aponta para uma retração de 12,9% na produção de fava, frente a 2023, quando o total produzido no estado foi de 3.260 toneladas. Nesse mesmo comparativo, a área colhida com o produto também recuou, diminuindo de 9.231 ha para 8.250 ha, o que corresponde a uma redução de 7,7%. Por sua vez, o valor da produção manteve-se praticamente estável, variando de R$ 25.948,00 para R$ 25.893,00.
No Brasil, a produção dessa lavoura está majoritariamente concentrada no Nordeste. Entre as 10 unidades da federação com alguma quantidade relevante produzida em 2024, oito são dessa região. O único estado nordestino que não compõe esse ranking é a Bahia; enquanto o Rio Grande do Sul e Tocantins são os únicos estados produtores que não são nordestinos.
Dos 123 municípios paraibanos com produções de pelo menos uma tonelada de fava em grão, os responsáveis pelas maiores quantidades foram: Mogeiro, com 240 toneladas; Queimadas (203 t); Araçagi (165 t); Alagoa Grande (150 t); Fagundes e Campina Grande, ambos com 112 toneladas.
Paraíba registra maior produção de coco-da-baía desde 2005 e segue como o 9º maior produtor do país
A PAM 2024 também constatou que a Paraíba produziu cerca de 83,5 milhões de frutos do coco-da-baía, a maior quantidade desde 2005 e a 9ª maior entre todas as unidades da federação, posição essa que vem sendo ocupada pelo estado há mais de dez anos. Os maiores produtores do país, no ano passado, foram o Ceará (588,5 milhões de frutos) e a Bahia (359,9 milhões).
Frente à quantidade produzida em 2023, de 69,1 milhões de frutos, houve aumento de 20,9% na produção paraibana de coco-da-baía.
Quando comparado ao resultado de 2019 (33,9 milhões de frutos), a menor produção dos últimos vinte anos (2005 a 2024), o avanço foi de 146,4%, o que indica uma forte recuperação da lavoura no estado, nos últimos cinco anos.
A área colhida com o produto na Paraíba também apresentou crescimento entre 2023 e 2024, passando de cerca de 6,6 mil ha para aproximadamente 7,2 mil ha, uma expansão de 8,7%. No mesmo período, o valor da produção paraibana do coco-da-baía registrou crescimento ainda mais acentuado, de 23,6%, partindo de R$ 67,3 milhões em 2023 e alcançando R$ 83,2 milhões em 2024, sendo o 9º maior do país. Já a participação dessa lavoura no valor total da produção agrícola estadual cresceu levemente, tendo passado de 2,6% para 2,7%, respectivamente.