
Varejo alimentar enfrenta dificuldade para preencher vagas e precisa se adaptar ao novo perfil dos jovens
Atualmente, estima-se que haja cerca de 350 mil vagas abertas nesse segmento, mas preencher esses postos tem sido um desafio
8 de setembro de 2025
Apesar de concentrar milhares de oportunidades de trabalho, o varejo alimentar brasileiro vem encontrando obstáculos crescentes para contratar. O setor, que já foi a principal porta de entrada para jovens no mercado formal, agora convive com uma mudança de comportamento dessa geração, que valoriza mais a flexibilidade e tende a preferir atividades informais.
Atualmente, estima-se que haja cerca de 350 mil vagas abertas nesse segmento, mas preencher esses postos tem sido um desafio. A informalidade crescente e o avanço de alternativas como serviços de entrega e trabalho por aplicativo têm afastado muitos candidatos, sobretudo os mais jovens, que não se identificam com rotinas fixas e horários rígidos. O setor ainda possui potencial para atrair diferentes perfis de trabalhadores, no entanto, o movimento depende de maior investimento em capacitação e na valorização da gestão de pessoas.
Benefícios existem, mas precisam ser comunicados
Um dos principais gargalos identificados por empresas do setor está na forma como os benefícios são percebidos pelos candidatos. Muitos supermercados oferecem alimentação no local, assistência odontológica, seguro de vida, apoio psicológico e jurídico, além de práticas mais modernas, como dia de folga no aniversário e kit maternidade. Porém, esses diferenciais nem sempre são comunicados com clareza ou destaque suficiente durante os processos seletivos.
Para reverter esse quadro, redes têm apostado em feirões de empregabilidade e em estratégias mais ativas de recrutamento. A ideia é ampliar o contato com potenciais candidatos e apresentar os benefícios de forma mais direta, reforçando o valor de uma carreira estruturada dentro do setor.
Tecnologia como aliada na contratação
Diante das dificuldades de preenchimento de vagas, o setor também tem buscado apoio em soluções tecnológicas para modernizar seus processos de recrutamento. Um exemplo é o uso da plataforma Helppi, que conecta empresas a trabalhadores autônomos nas áreas de varejo e bens de consumo. Ela funciona por meio de um cruzamento de dados, com o perfil desejado e o sistema localiza os profissionais mais compatíveis, considerando critérios como localização, capacitação, avaliações anteriores e experiências práticas. Para os candidatos, há acesso a treinamentos online e liberdade para aceitar ou recusar oportunidades conforme sua disponibilidade.
Uma reinvenção em curso
O cenário atual exige que o varejo alimentar se reinvente e não apenas para preencher suas vagas, mas para se tornar uma opção de carreira mais atrativa e compatível com os valores da nova geração. Isso passa por reconhecer mudanças culturais, investir em qualificação contínua e reposicionar a imagem do setor como espaço de crescimento profissional e estabilidade.
Enquanto isso, a combinação entre tecnologia, flexibilidade e estratégias de comunicação mais eficazes pode ser a chave para conectar empresas e trabalhadores em um mercado de trabalho em plena transformação.
Fonte: CNDL