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construção civil
Foto: Divulgação

Com o avanço da construção civil, como prevenir acidentes de trabalho nos canteiros de obras

Com crescimento de 25,2% no número de empregos formais em dois anos, setor registra alta nos acidentes de trabalho; construtoras reforçam treinamentos, controle de riscos e ações de saúde mental

29 de julho de 2025

Com o crescimento acelerado da construção civil na Paraíba, os cuidados com a segurança dos trabalhadores se tornam ainda mais essenciais. Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, apontam que o número de benefícios por acidentes de trabalho mais que dobrou no estado nos últimos quatro anos. Enquanto isso, o setor formal cresceu 25,2%, segundo o Novo CAGED, colocando a Paraíba como o quarto estado com maior crescimento proporcional de empregos na construção.

Entre 2020 e 2024, os casos de concessão de auxílio por acidentes (B91) saltaram de 679 para 1.796. O número de auxílios permanentes por acidente (B94), que indicam sequelas duradouras, subiu 48% entre 2023 e 2024. Esse cenário acende um alerta: como acompanhar o crescimento do setor sem comprometer a segurança dos profissionais?

Para o engenheiro Jairo Dutra, da Eco Construtora, investir em prevenção é o primeiro passo. A empresa, que atualmente emprega cerca de 250 trabalhadores e prevê um aumento de 40% no quadro de pessoal em 2025, adota uma política estruturada de segurança nos canteiros. “Cada treinamento é guiado pelo Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), o que permite identificar, avaliar e controlar os riscos presentes em cada atividade”, explica Dutra.

A base da prevenção está na formação contínua. Segundo o engenheiro, a Eco realiza treinamentos práticos sobre o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs), promove palestras regulares, além de diálogos diários de segurança (DDS) com as equipes. “Segurança não é evento pontual, é rotina”, pontua.

Nos últimos meses, a construtora também passou a incorporar ações voltadas para a saúde mental e o combate ao assédio, em consonância com a atualização da NR-1, que trata da gestão de riscos psicossociais. “Recentemente levamos a todos os nossos canteiros palestras educativas sobre assédios, com foco na prevenção e no respeito ao ambiente de trabalho”, relata o especialista.

Além dos aspectos técnicos e normativos, a cultura de organização e limpeza é tratada como prioridade. “Uma obra limpa e bem organizada reduz significativamente os riscos. Profissionalismo e segurança caminham juntos”, afirma Jairo Dutra.

A construção civil paraibana emprega atualmente mais de 52 mil trabalhadores formais e representa 10% de todas as vagas de emprego do estado. Em João Pessoa, o Sine oferece, neste momento, 88 vagas para servente de obras e 67 para pedreiros, sinalizando o fôlego do setor.

Para Carlos Feitosa, sócio da Eco Construtora, o debate sobre segurança vai além das normas e atinge valores fundamentais da sociedade. “A prevenção de acidentes de trabalho é um termômetro da maturidade civilizatória de uma sociedade, pois revela o valor que ela atribui à dignidade humana. Uma organização que prioriza condições laborais seguras demonstra que compreende que o progresso econômico não pode se sustentar sobre o sacrifício de vidas e a saúde do trabalhador. O verdadeiro desenvolvimento se mede não apenas pelo PIB, mas pela capacidade de garantir que cada cidadão retorne são e salvo para sua família ao fim do dia.”

Com novos empreendimentos em andamento, como o Eco Parahyba, Eco Jardins, Eco Lanai e Eco Aeropark, a perspectiva é que o número de trabalhadores nos canteiros cresça ainda mais. Diante disso, o compromisso com a prevenção se mantém como prioridade. “O crescimento do setor deve ser acompanhado de responsabilidade. Segurança é parte do nosso planejamento e da nossa cultura”, conclui o engenheiro.

Fonte: Assessoria