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Foto: Freepik

Mobile se consolida como principal canal do e-commerce brasileiro; tráfego web recua

Aplicativos de e-commerce crescem 10,6% e marketplaces como Mercado Livre e Shopee lideram audiência; setor esportivo impulsiona tráfego mobile

29 de dezembro de 2025

O comércio eletrônico brasileiro atravessa uma mudança estrutural marcada pela crescente predominância do mobile. Enquanto o tráfego via web registrou queda de 4,8%, os aplicativos de e-commerce avançaram 10,6%, indicando que smartphones e tablets deixaram de ser apenas complementos para se tornarem o principal canal de acesso às lojas digitais. O movimento evidencia que empresas que ainda concentram suas estratégias no desktop correm o risco de perder relevância em um mercado cada vez mais orientado pelo consumo móvel.

 

O levantamento também aponta para a alta concentração do setor. As dez maiores operações de e-commerce do país respondem por 57,5% da audiência total, lideradas por Mercado Livre (15,3%), Shopee (11,6%), Amazon Brasil (10,4%) e Shein (4,4%). Essa consolidação reflete estratégias distintas: o Mercado Livre mantém vantagem competitiva com uma logística robusta e portfólio diversificado, enquanto a Shopee aposta em preços agressivos e campanhas promocionais constantes. No segmento de aplicativos de marketplace, a Shopee concentra 39,2% do tráfego mobile, destacando-se como uma plataforma pensada desde a origem para dispositivos móveis.

 

O desempenho por categoria reforça a importância dos aplicativos na experiência de compra. O varejo esportivo liderou em novembro, com crescimento de 30,1% no tráfego total, impulsionado por marcas como a Nike, que registrou alta de 62,4% e manteve a terceira posição no ranking do setor, e a Mizuno, que avançou uma colocação. O papel dos apps é evidente: os acessos via aplicativo cresceram 29,9%, com a Netshoes concentrando 40,5% do tráfego mobile, o equivalente a cerca de 5,3 milhões de acessos, o que evidencia a preferência do consumidor por compras esportivas em dispositivos móveis.

 

De acordo com Rebecca Fischer, co-fundadora e Chief Strategy Officer (CSO) da Divibank, o consumidor digital exige respostas rápidas, personalização e conveniência, mas, acima de tudo, quer ser ouvido e respeitado, ponto em que muitas empresas ainda falham. “Transformar dados em experiências memoráveis é mais do que uma questão de eficiência: é um compromisso com relevância, humanidade e confiança. Em tempos de inovação acelerada, talvez a escuta continue sendo a tecnologia mais poderosa de todas”, afirma.

 

O setor de turismo, embora apresente recuo no volume total de acessos, também se beneficia da migração para aplicativos, com crescimento de 7,2% no período. O Airbnb lidera nesse recorte, com 15,1% de participação no tráfego mobile, reforçando o aumento do planejamento de viagens para o fim do ano, período tradicionalmente impulsionado pelas férias de verão.

 

Os dados indicam que o mobile deixou de ser apenas um canal alternativo para se tornar estratégico, moldando a forma como consumidores interagem com marketplaces e marcas. Plataformas que não adaptarem suas operações para dispositivos móveis tendem a perder participação de mercado, enquanto empresas que investirem em aplicativos, personalização e experiência do usuário têm maior potencial de consolidar sua liderança.

 

Fonte: Assessoria