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Foto: Divulgação

Entre otimismo e cautela: o Natal de 2025 reflete confiança, mas com orçamento controlado

Pesquisa da CNDL/SPC mostra que consumidor está mais consciente e pesquisa preços, mas se mantém disposto a gastar R$ 174 em média por presente

23 de dezembro de 2025

O Natal de 2025 chega com um sentimento ambíguo entre os brasileiros: a alegria de celebrar e presentear se mistura à necessidade de manter o orçamento sob controle. O resultado é um cenário de otimismo cauteloso, no qual o consumidor demonstra vontade de comprar, mas sem descuidar das finanças.

Segundo a pesquisa “Intenção de Compras para o Natal 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 76% dos consumidores pretendem comprar presentes neste fim de ano, o que representa cerca de 124,3 milhões de pessoas. Apesar de o número ser 5 pontos percentuais menor do que o registrado em 2023, o comportamento indica manutenção da confiança e do poder de compra.

Ticket médio mais alto, mas controle nas escolhas

A pesquisa mostra que o ticket médio dos presentes será de R$ 174, R$ 37 a mais que em 2023. O dado reflete uma elevação no valor unitário gasto por presente, ainda que o número total de itens comprados continue estável, com média de quatro presentes por consumidor.

O crescimento do ticket médio indica confiança moderada: o consumidor está disposto a gastar um pouco mais, mas prioriza qualidade e significado nas escolhas, em vez de quantidade. Em muitos casos, a opção é presentear menos pessoas, mas com produtos de maior valor simbólico.

O brasileiro chega ao fim de 2025 mais racional e consciente de suas finanças. 59% dos entrevistados acreditam que os preços estão mais altos que em 2024, o que reforça o papel da pesquisa de preços, realizada por 82% dos consumidores antes da compra.

Mesmo diante dessa percepção de aumento, o PIX (54%) e o pagamento à vista (79%) seguem como as formas preferidas, enquanto 48% ainda pretendem parcelar parte das compras, principalmente no cartão de crédito. Esse comportamento mostra que, embora a confiança esteja presente, a cautela com o endividamento é uma prioridade. O consumidor está mais maduro. Ele quer celebrar, mas sem comprometer o início de 2026. A compra de Natal se mantém como tradição, porém dentro de um planejamento financeiro mais claro.

Varejo otimista com as vendas

Com a estimativa de R$ 84,9 bilhões movimentados na economia neste fim de ano, o varejo tem motivos para celebrar. O período deve compensar parte das oscilações de consumo vistas ao longo do ano e consolidar o Natal como o principal momento de faturamento do comércio brasileiro.

A moderação no volume de compradores é compensada pela alta no valor médio gasto, especialmente nas classes A/B, que pretendem comprar até cinco presentes e estão dispostas a investir em produtos de melhor qualidade.

Para o varejo, o desafio será entregar conveniência e valor percebido, com boas condições de pagamento, estoques equilibrados e uma comunicação que reforce propósito, emoção e proximidade com o cliente.

O cenário do Natal 2025 é, em essência, o retrato de um consumidor que amadureceu. Ele aprendeu a equilibrar desejo e planejamento, emoção e racionalidade. A celebração segue forte, sustentada por tradição, afeto e otimismo, mas acompanhada de disciplina financeira e escolhas mais conscientes.

Se 2023 e 2024 foram marcados pela retomada da confiança, 2025 é o ano da consolidação do consumo responsável. E, para o varejo brasileiro, a mensagem é clara: o consumidor quer comprar, mas quer fazê-lo com propósito, segurança e equilíbrio.

Fonte: CNDL