Fundo Amazônia aprova R$ 2 bi em 2025 para avançar em meta de desmatamento zero
No maior volume anual desde sua criação, Fundo alavancou ações de combate aos incêndios, restauração florestal e atividades produtivas sustentáveis; resultados contribuem para o cumprimento das metas climáticas e dos objetivos do PPCDAm
18 de dezembro de 2025
Com cerca de R$ 2 bilhões em projetos aprovados em 2025, o maior volume anual desde sua criação, o Fundo Amazônia ampliou a escala de atuação, avançou na restauração de áreas degradadas, expandiu o apoio a atividades produtivas sustentáveis em toda a Amazônia Legal e ampliou ações de combate e prevenção a incêndios florestais para o Cerrado e o Pantanal.
O desempenho do ano se soma aos resultados do período de 2023 a 2025, quando o Fundo aprovou e contratou R$ 3,7 bilhões em projetos, o equivalente a 56% de todo o volume apoiado desde sua criação, consolidando a retomada operacional e a ampliação da capacidade de execução.
A expansão contribui diretamente para o cumprimento das metas climáticas brasileiras sob o Acordo de Paris e dos objetivos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), liderado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Os dados foram apresentados durante a Reunião Anual de Doadores do Fundo Amazônia, realizada nesta quarta-feira (17/12) na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro (RJ).
O encontro reuniu representantes dos países apoiadores para a prestação de contas sobre a execução dos projetos. Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e coordenado pelo MMA e, o Fundo representa a maior iniciativa mundial para a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD+) e um dos principais instrumentos de execução da política ambiental e climática brasileira.
Os excepcionais resultados atingidos pelo Fundo Amazônia nestes três anos de governo do presidente Lula refletem a retomada, de modo prioritário, da política ambiental e climática no Brasil, que se traduz na redução de mais de 50% do desmatamento na Amazônia em 2025 na comparação a 2022”, destaca a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
“Essa queda viabiliza a captação de novos recursos ao Fundo, o que nos permite, por sua vez, levá-los a quem de fato protege a floresta – populações indígenas, comunidades tradicionais e locais –, fortalecendo também a promoção da ciência, tecnologia e inovação no bioma. Dessa forma, o mecanismo atinge o principal objetivo pelo qual foi criado: promover o desenvolvimento sustentável na região.”
Após a retomada do apoio a novos projetos em 2023, o número de doadores internacionais passou de dois para nove países, incluindo Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Suíça, Japão, Dinamarca, Irlanda e União Europeia. Desde janeiro de 2023, foram firmados US$ 309 milhões em novos contratos de doação, com US$ 212 milhões já internalizados, além de novos compromissos financeiros em andamento.
Os projetos aprovados pelo Fundo Amazônia em 2025 financiam a estruturação de 30 bases operacionais, capacitação de cerca de 5 mil profissionais e distribuição de 500 veículos e 30 mil equipamentos, reforçando brigadas estaduais e os Corpos de Bombeiros no enfrentamento aos incêndios florestais, em todos os nove Estados da Amazônia Legal. E também, nos estados com bioma Cerrado e Pantanal – Minas Gerais, Goiás, Piauí, Bahia, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.
As ações fortalecem a capacidade de resposta dos estados e ampliam sensíveis prevenção de incêndios florestais e queimadas, contribuindo para a implementação da política de Manejo Integrado do Fogo.
Na agenda de restauração, o programa Restaura Amazônia destina R$ 450 milhões à recuperação de áreas degradadas, já com 45 projetos selecionados, abrangendo 26 Terras Indígenas, 80 assentamentos e oito Unidades de Conservação, consolidando o Arco da Restauração como política pública estruturante.
O Fundo também investiu R$ 595 milhões em atividades produtivas sustentáveis, em projetos que beneficiam mais de 20 mil famílias e fortalecendo mais de 60 organizações locais, com destaque para o apoio à agenda indígena.
Retomada
Os resultados de 2025 reforçam a ampliação da capacidade operacional do Fundo desde sua retomada. Se entre 2023 e 2025 foram aprovados e contratados R$ 3,7 bilhões em projetos, no período anterior, entre 2009 e 2018, foram aprovados R$ 2,9 bilhões, ao longo de uma década (em valores atualizados pela inflação).
Ao longo de 17 anos, o Fundo Amazônia aprovou mais de 140 projetos, apoiou mais de 650 instituições, alcançou mais de 75% dos municípios da Amazônia Legal e beneficiou mais de 260 mil pessoas, consolidando-se como um dos principais instrumentos globais de financiamento ambiental.
Para sustentar esse crescimento, a estrutura organizacional do Fundo foi fortalecida, aumentando a capacidade técnica para análise, acompanhamento e execução dos projetos. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca que o desempenho recente confirma a relevância do Fundo como política pública estruturante.
“O Fundo Amazônia demonstra que é possível combinar rigor na governança, escala de financiamento e resultados concretos no território. A retomada do Fundo permitiu acelerar a análise e a execução dos projetos, ampliar a cooperação internacional e transformar recursos em ações efetivas de proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e inclusão social”, disse o presidente.
Ao detalhar as principais ações implementadas com o apoio do Fundo, no âmbito do MMA, o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, enfatizou que a parceria com a comunidade internacional tem potencializado a execução de compromissos assumidos pelo Governo do Brasil.
A redução de 39,5% na média nacional de incêndios, quando comparados os anos de 2017 e 2024, com destaque para a Amazônia (-75,8%) e o Pantanal (-93,3%), e a implementação do programa União com os Municípios, que já conta com a adesão de 70 dos 81 municípios prioritários no combate ao desmatamento e incêndios florestais na Amazônia Legal, foram algumas das medidas mencionadas. A estruturação de órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), também foi ressaltada.
“O apoio da comunidade internacional não reduz o nosso empenho. Pelo contrário, ele se soma ao esforço crescente do Governo do Brasil para cumprir suas metas. Estamos cumprindo nossos compromissos e criando adicionalidade. Realizando concursos, integramos mais de 800 novos servidores ao Ibama e aumentamos significativamente o orçamento do órgão”, pontuou Capobianco.
Segundo o superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri, os resultados reforçam a confiança na capacidade operacional do Fundo.
“O desempenho de 2025 mostra que o Fundo Amazônia está preparado para operar em escala, com carteira diversificada e capacidade técnica para acompanhar a execução. A ampliação da base de doadores e o volume de recursos disponíveis indicam um ciclo consistente de novos investimentos.”
Fundo Amazônia
Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem como objetivo viabilizar o apoio nacional e internacional a projetos para a conservação e o uso sustentável das florestas na Amazônia Legal, região que engloba os nove estados da região. Em coordenação do MMA, que preside o Comitê Orientador do Fundo Amazônia, o BNDES é responsável pela captação e pela gestão de recursos e pela contratação e pelo monitoramento das iniciativas financiadas pelo Fundo Amazônia.
Fonte: Agência Gov