Governo bloqueia mais de 19 mil sites de apostas ilegais e encerra 483 contas bancárias
Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram ação da Secretaria de Prêmios e Apostas entre janeiro e setembro de 2025; 22 instituições de pagamento foram notificadas
15 de dezembro de 2025
A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, bloqueou 19.180 URLs usadas para ofertar apostas ilegais no Brasil. Os dados foram obtidos pela Pay4Fun, por meio de pedido à Lei de Acesso à Informação ao Ministério da Fazenda.
Os bloqueios fazem parte da estratégia do governo para frear a atuação de empresas que operam fora das regras do mercado regulado, que entrou em vigor em 2024. Segundo a SPA, esses sites costumam burlar normas de segurança, não recolher tributos e operar sem garantias ao consumidor.
Além das URLs, ao menos 242 páginas e perfis foram removidos em 2025 por promoverem publicidade ilegal sobre bets de janeiro a setembro e 182 publicações que promoviam apostas irregulares.
Sistema financeiro também entra na mira
O relatório mostra que o governo tem atuado para cortar o fluxo financeiro que abastece o mercado ilegal. Entre março e setembro, 483 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas foram encerradas após indícios de ligação com operações não autorizadas.
Instituições de pagamento também foram alvo. A SPA notificou 22 empresas do setor por possível manutenção de contas irregulares. De acordo com o Ministério da Fazenda, as notificações levaram ao encerramento de novas contas e ao envio de informações adicionais para apoiar investigações em andamento.
Irregularidades reportadas e casos pendentes
O documento aponta ainda que 36 instituições comunicaram irregularidades ao governo no período analisado, o que inclui bancos, empresas de pagamento e plataformas digitais. As denúncias enviadas após 15 de setembro seguem em análise. Para a Fazenda, as ações são importantes para reduzir a concorrência desleal entre operadoras autorizadas e ilegais e para consolidar a regulamentação das bets no país.
Para Leonardo Baptista, CEO e cofundador da Pay4Fun, o Brasil deu o passo certo ao regular as apostas online, mas ainda está no meio do caminho. “Os dados mostram que o mercado ilegal continua muito grande, e é impossível consolidar um setor bilionário enquanto a maior parte das operações permanece fora da fiscalização. Combater o fluxo financeiro irregular e ampliar a regulação para o jogo físico são prioridades claras para o segundo ano da lei. Não regular o que já existe não reduz a atividade, só impede o Estado de acompanhar, arrecadar e proteger o apostador”, aponta o executivo.
Fonte: Assessoria