Economia Criativa: como transformar ideias em resultados no mercado brasileiro
Do conceito à prática, Regina Amorim aponta a diferença entre imaginação, criatividade e inovação e como o perfil criativo do brasileiro pode ser um diferencial competitivo
15 de dezembro de 2025
De uma maneira geral os indivíduos confundem imaginação, criatividade e inovação. Mas elas se diferenciam no conceito de cada definição. Imaginação é pensar em coisas que não estão presentes nos nossos sentidos. Criatividade é desenvolver ideias originais que tenham valor. Inovação é transformar a ideia criativa em algo real. Não há inovação sem comunicação. Ela deve ser clara, suscinta e convincente, baseada em fatos.
O que leva um chef de cozinha a ser admirado é fazer com criatividade o que as pessoas comem todo dia. Inovar na cozinha é oferecer um prato que o outro não conhece. É um exercício de criatividade. Para compreender mais sobre imaginação, criatividade e inovação, use a sua competência, que em sintonia com o autoconhecimento e com o que há de melhor ao seu redor, estimula você a avançar e tornar-se competitivo.
Quanto mais equilibrado e sintonizado você estiver com o ambiente ao seu redor, mais poderá perceber as sutilezas, que o ajudarão a fazer melhor, ao entregar produtos e serviços que venham atender às necessidades do mercado.
Tudo que fazemos com paixão e amor nos dá felicidade e favorece nossos melhores insights para a criação e a novidade. A criação gera estímulos. Criar fora do padrão é por excelência, o material da criação. É mais um aspecto da criatividade que faz parte do cenário contemporâneo do século 21.
Domenico De Masi, sociólogo italiano, dizia que a maneira de ser do brasileiro é uma promessa de bons frutos para o mundo, pois concilia trabalho com lazer, o lúdico com o criativo. Como exemplo cita o carnaval do Rio de Janeiro, com toda a capacidade de organização criativa do brasileiro. Ele via no Brasil um modelo potencial para o futuro do mundo. Ele acreditava que a maneira de ser do brasileiro — caracterizada pela miscigenação, solidariedade, alegria e capacidade de conciliar trabalho, lazer e estudo, denominado por ele de “ócio criativo” — oferecia um caminho alternativo e mais humano para a sociedade global, que ele considerava excessivamente estressada e competitiva.
O Brasil em tudo permite que façamos nossas escolhas, por isso temos a agilidade para lidar com as mudanças, a capacidade de adaptação, que outras pessoas muitas vezes não têm. A reinvenção constante é necessária e a criatividade é simultaneamente um desejo e uma decisão do nosso tempo.
Todo criador é generoso, é aquela pessoa que compartilha sua atenção, seu talento e conhecimento, para ajudar os outros, sem esperar nada em troca. Quem não é generoso não pode ser criador. É preciso ser desprendido de vaidade e egoísmo, para ser verdadeiramente, um criador.
É preciso ter coragem para fomentar o crescimento de ecossistemas locais e regionais. O termo “ecossistema local” se aplica a qualquer ambiente e a sua interação entre os elementos não vivos e os seres vivos, de forma equilibrada. Ter legitimidade e visibilidade, no ecossistema local e regional é ser percebido, valorizado e reconhecido, de forma simbólica e política, abrindo novas portas de referências, narrativas e abordagens no processo de construção de um ecossistema de impacto, uma rede de organizações, investidores, instituições e indivíduos que colaboram para gerar mudanças sociais e ambientais positivas, de forma sustentável. As lideranças locais e regionais precisam assumir o papel de facilitador desse processo local.
Um dos fatores para manter a criatividade em alta e não perder seu potencial inovador é não se prender às limitações. Amplie e diversifique a sua área de atuação, porque ela sempre dá origem a novas possibilidades e oportunidades. Criatividade e inovação estão sempre juntas. Ter mente aberta e criativa, disposição para experimentar, arriscar e aprender, impulsiona a nossa capacidade de inovação.
Sempre haverá espaço para o empreendedor criar, surpreender e encantar clientes, com produtos e serviços únicos e revolucionários. Se quiser ser bem-sucedido na vida e nos negócios, só o conhecimento não basta, é preciso agir. Não adianta enxergar a oportunidade e continuar na zona de conforto. Ela depende exclusivamente do seu esforço e da sua determinação. Acredite em você!

Foto: Linkedin
Sobre Regina Amorim
É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.
Fonte: Regina Amorim