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Foto: Emanuel Cavalcante/Divulgação Embrapa Amapá

Programa Fomento Rural aumenta renda familiar em 30% e impulsiona venda agrícola

Estudo do MDS analisou a implementação da iniciativa em três estados: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pará. Em 2025, ministério investiu R$ 145 milhões no programa, que teve a inclusão de mais de 32 mil famílias no ano

11 de dezembro de 2025

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) divulgou uma pesquisa sobre os avanços do Programa Fomento Rural. O estudo analisou a implementação da iniciativa em três estados , com características distintas: Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pará. Em cada um deles, mil famílias elegíveis foram identificadas pelas Ematers locais.

Seis anos após a implementação, o Fomento Rural demonstrou impactos substanciais de longo prazo. A renda total familiar aumentou 30% na média dos três estados, com efeitos mais fortes na renda do trabalho (44%). O programa facilitou a comercialização agrícola, com famílias beneficiárias apresentando maior probabilidade de vender excedentes em todos os estados.

A integração produtiva se fortaleceu, com aumento de 18% nas solicitações de crédito, especialmente em Minas Gerais e no Pará, onde o acesso ao Garantia Safra melhorou substancialmente.

A coordenadora-geral de Fomento à Inclusão Produtiva Rural e Acesso à Água do MDS, Ana Amélia da Silva, defendeu que o Fomento Rural tem se consolidado como um instrumento importante para o enfrentamento da pobreza no campo e a inclusão produtiva sustentável das famílias atendidas pelas políticas do MDS.

“A avaliação representa um marco para o programa, pois pela primeira vez foi possível mensurar seus impactos de longo prazo para a população atendida em diferentes contextos regionais do país”, argumentou Ana Amélia.

Os resultados apresentaram padrões distintos entre os três estados:

No Rio Grande do Sul verificaram-se os efeitos mais fortes na renda;

Em Minas Gerais, houve redução de 19,5% nos gastos com alimentação, provavelmente devido ao aumento do autoconsumo da produção rural, e um aumento de 130% na participação em associações de produtores;

No Pará, o programa levou a um aumento na abertura de novas terras e melhoria significativa na infraestrutura produtiva.

A avaliação também foi capaz de identificar pontos que podem ser fortalecidos pelo programa, como componentes relacionados ao empoderamento feminino e à educação nutricional das famílias, a necessidade de maior integração com programas como o Pronaf, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e de integração com as economias locais urbanas em localidades periurbanas, ou seja, no entorno das cidades.

Os pesquisadores enfatizaram que o período da pandemia coincidiu com o momento em que as famílias estavam começando a pôr em prática seus projetos produtivos, quando finalmente estavam prontas para expandir sua produção e comercializar os excedentes agrícolas. Na ausência da pandemia, eles consideram a probabilidade de que os efeitos positivos seriam ainda maiores do que os identificados.

“Os resultados demostraram que o Fomento Rural gera efeitos duradouros sobre a renda e a situação de segurança alimentar das famílias, mesmo diante de um choque, como foi a pandemia de Covid-19”, avaliou a coordenadora-geral Ana Amélia.

Balanço de 2025

O MDS pagou ao todo, em 2025, R$ 144,4 milhões em recursos diretamente para as famílias atendidas pelo programa (sendo R$ 83,5 milhões em 1ª parcela e R$ 60,8 milhões em 2ª parcela).

No ano, 32.139 novas famílias foram incluídas, sendo 4.585 famílias beneficiadas com a primeira parcela somente em dezembro. Com isso, elas podem iniciar seus projetos produtivos com apoio dos serviços de acompanhamento técnico. Outras 2.353 famílias foram beneficiadas com a segunda parcela, para completar o ciclo do benefício, totalizando um investimento de R$ 16,6 milhões por parte do MDS neste mês.

De todas as famílias incluídas em 2025, 70,9% (ou 22.870 famílias) foram incluídas por meio de parcerias do MDS com os governos estaduais, que conta com 23 Unidades da Federação aderidas ao programa.

Outros 16% (ou 5.160 famílias) foram incluídos no âmbito da integração entre os programas Fomento Rural e Cisternas, que prevê a execução conjunta de ações de inclusão produtiva rural e de acesso à água. Deste total de famílias, 4.069 são do Semiárido e 1.091 da Amazônia.

Já 10,4% (ou 3.373 famílias) foram incluídos em 2025 por meio das parcerias com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), por meio de chamadas via Agência Nacional de Ater (Anater). Por fim, 2,6% (ou 826 famílias) foram incluídos por meio de parcerias com outros órgãos federais.

Fomento Rural

O Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Fomento Rural) combina duas ações: acompanhamento social e produtivo e transferência direta de recursos financeiros não reembolsáveis, no valor de R$ 4,6 mil, para que as famílias rurais mais pobres desenvolvam seus projetos produtivos.

Os pagamentos são feitos em duas parcelas, sendo a primeira no valor de R$ 2,6 mil e a última de R$ 2 mil, condicionados à elaboração e desenvolvimento do projeto produtivo no qual os recursos serão aplicados.

Com essa articulação entre apoio técnico e financeiro, espera-se que as famílias beneficiárias possam se estruturar ou ampliar sua capacidade produtiva, de modo a aumentar ou diversificar a produção de alimentos e as atividades geradoras de renda, contribuindo para a melhoria da segurança alimentar e nutricional e a superação da situação de pobreza.

Fonte: Agência Gov