logo paraiba total
logo paraiba total
paulo nascimento
Foto: Paulo Nascimento/Arquivo Pessoal

Jampa Gastronomia: Por que decidi lançar uma revista independente sobre gastronomia paraibana e escrever sobre culinária regional da Paraíba

Paulo Nascimento fala sobre a Revista Jampa Gastronomia com foco nas trajetórias de chefs e empreendedores da culinária regional da Paraíba

6 de novembro de 2025

Aquele desejo de empreender estava em mim, só não sabia como concretizá-lo na área do jornalismo. Me inscrevi, então, para participar de workshops do Estadão junto com o Paladar. Lá, aprendi sobre o compromisso do jornalismo gastronômico: não se trata apenas de fazer um vídeo para o TikTok dando dicas de restaurantes e “debulhando” em lanchonetes em João Pessoa.

Foi então que percebi que, na Paraíba, faltava um veículo voltado à gastronomia além do prato. Faltavam as reportagens que contam as histórias dos chefes, as suas origens e o porquê de um prato ser daquela forma, a inspiração por trás dos negócios alimentícios e a razão pela qual aquele profissional decidiu empreender na culinária do nosso estado. A partir dessa ideia, criei a Revista Jampa Gastronomia.

A revista foi bem aceita de imediato. Recebi um convite do Chef Lucas Monteiro, do Abo Botânica e Café, que nos chamou para um almoço pelo veículo. Isso deu um gás ao projeto e me motivou a entrevistar mais chefs e a conhecer a história de diferentes cozinhas. Acredite, há muitas histórias, e contarei algumas nesta minha nova coluna.

Muitos chefs, como Tássio Medeiros, elogiaram a iniciativa quando expliquei que a revista buscava contar a história daqueles que fazem a cena da gastronomia paraibana acontecer, indo além dos pratos. Claro, os pratos são muito importantes, pois é o que chega à mesa do grande apreciador de experiências gastronômicas. No entanto, saber de onde a comida veio refina muito mais o sabor.

Eu venho de uma família muito nordestina, e, apesar de ser carioca, cresci apreciando a boa comida das minhas avós. Uma delas fazia pamonha para vender onde morávamos no Rio de Janeiro, e toda a vizinhança nordestina vinha comprar tapiocas e pamonhas. É isso que a culinária faz: ela junta pessoas, acolhe. Mesmo na terra mais estrangeira em que você estiver, comer algo da sua casa traz imediatamente o sentimento de lar.

Minha avó faleceu, e eu vim morar no Nordeste. Por causa de suas comidas, não senti estranheza. E hoje, aproveito toda oportunidade que tenho para comer uma boa tapioca e lembrar dela!

Portanto, meu objetivo é ajudar a culinária nordestina a ganhar visibilidade, conectar mais pessoas a novos sabores, e fazer com que ela seja palco de boas conversas entre nordestinos que se encontraram por acaso. Contar as boas histórias desses nordestinos que fazem essa cena acontecer é o que move a Jampa Gastronomia e a coluna desse que te escreve.

Muito prazer, meu nome é Paulo Nascimento, e vou te mostrar mais desse mundo!

Fonte: Paulo Nascimento