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Foto: Agência Brasil

Insegurança alimentar nos domicílios paraibanos diminui quase 10% entre 2023 e 2024

Em relação a 2017-2018, quando o indicador foi de 53,5%, houve recuo de 21,1 pontos percentuais

10 de outubro de 2025

 

Do total estimado de domicílios particulares permanentes existentes na Paraíba (1,486 milhão), em 2024, a proporção dos que apresentaram algum grau de insegurança alimentar (IA) foi de 32,4%, recuando 3,5 pontos percentuais (p.p.) frente a 2023 (36%). Entre 2023 e 2024, houve uma redução de 9,9% no número de domicílios paraibanos em situação de insegurança alimentar (passou de 534 mil para 481 mil unidades, respectivamente), o que corresponde a 53 mil domicílios a menos nessa condição.

No comparativo com 2017-2018 (53,5%), houve queda de 21,1 p.p.. As informações são oriundas do módulo de Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2024, cujos resultados foram divulgados pelo IBGE, nesta sexta-feira (10).

A pesquisa traz informações sobre a condição de segurança alimentar nas unidades domiciliares do país, tendo como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Por meio dessa escala, é possível identificar e classificar os domicílios de acordo com os graus de severidade com que o fenômeno é vivenciado pelas famílias neles residentes, possibilitando, assim, estimar a magnitude do problema da insegurança alimentar nessas unidades.

O indicador estadual de domicílios em insegurança alimentar calculado para 2024 ficou acima da média brasileira (24,2%), mas abaixo da nordestina (34,8%). Já no ranking das unidades da federação, embora tenha sido a 11ª mais elevada do Brasil, foi a 3ª menor do Nordeste, onde o Ceará (30,5%) e o Rio Grande do Norte (29,4%) aparecem com os dois melhores resultados.

Embora tenha havido redução na prevalência de insegurança alimentar em 2024, a pesquisa mostra que 34,3% (1,4 milhão) da população paraibana ainda vivenciavam alguma restrição alimentar ou se preocupavam com a possibilidade de ocorrência de tal restrição, devido à insuficiência de recursos para a aquisição de alimentos. Em 2023, havia cerca de 1,5 milhão de pessoas nessa condição, ou seja, 121 mil pessoas a mais que em 2024.

População paraibana afetada por insegurança alimentar grave cai quase 35%, levando o indicador estadual a 3,9%, o menor do Nordeste

Considerando os diferentes graus de insegurança alimentar, o levantamento constatou que a maior redução na quantidade de domicílios com insegurança alimentar ocorreu naqueles em situação grave, com variação de -34,8% entre 2023 (89 mil) e 2024 (58 mil), correspondendo a uma variação absoluta de -31 mil domicílios. Assim, a proporção de domicílios com insegurança alimentar grave, no total dos domicílios paraibanos, em 2024 (3,9%) teve queda de 2,1 pontos percentuais frente a 2023(6%).  No ano passado, o indicador paraibano foi superior à média do Brasil (3,1%), mas inferior à do Nordeste (4,4%), onde a Paraíba se destaca com o melhor resultado, junto ao Rio Grande do Norte (3,9%).

Houve uma variação de –33,9% (-74 mil pessoas) no contingente de residentes nesses domicílios, entre 2023 (218 mil) e 2024 (144 mil pessoas), fazendo com que a participação desse grupo no total da população residente caísse de 5,3% para 3,5%, respectivamente, ficando esse último resultado como o 2º melhor da região, atrás apenas do Piauí (3,3%).

A insegurança alimentar grave se configura quando a experiência da fome passa a ser de fato vivenciada no domicílio, havendo redução da quantidade de alimentos consumida também pelas crianças, como resultado da falta de comida.

Em outros 115 mil domicílios paraibanos (7,8% do total domicílios), nos quais moravam 313 mil pessoas (7,6% do total de residentes), em 2024, foi constatada a condição de insegurança alimentar moderada, indicando que neles havia redução da quantidade de alimentos entre os adultos ou ruptura nos padrões de alimentação, como resultado da falta de comida. Quando comparado com 2023 (127 mil domicílios; 376 mil moradores), constatou-se redução de 9,4% (-12 mil) no total de domicílios e de 16,8% (-63 mil) no total de pessoas nessa situação.

Nos níveis nacional e regional, a proporção de domicílios nessa situação era menor, de 4,5% e 7,5%, respectivamente. No ranking das unidades da federação, a Paraíba se destaca com a 5ª maior proporção do país, menor apenas que as do Pará (10,1%), Roraima (9,2%), Bahia (8,5%) e Piauí (8,1%).

Já a proporção estadual de domicílios em situação de insegurança alimentar leve, diminuiu de 21,5%, em 2023, para 20,7%, em 2024. O indicador estadual para 2024 ficou acima do nacional (16,4%), mas abaixo do regional (22,5%). Além disso, foi o 3º menor do Nordeste, superior apenas aos do Rio Grande do Norte (19,3%) e Ceará (19,8%).

Esse último indicador representa 308 mil domicílios, onde se estimava residir 23,2% (959 mil pessoas) da população paraibana. A insegurança alimentar leve ocorre quando há preocupação ou incerteza quanto ao acesso à comida no futuro, bem como inadequação da qualidade dos alimentos, devida a estratégias voltadas para o não comprometimento da quantidade.

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Fonte: IBGE