
João Pessoa abre hackathon internacional da NASA com foco em inovação, dados, impacto e diversidade
10 melhores equipes locais apresentam seus pitches no Ilha Tech e disputam vagas na fase global do hackathon da NASA
6 de outubro de 2025
O maior hackathon do mundo apoiado pela NASA começou com força total em João Pessoa. A abertura oficial do NASA International Space Apps Challenge João Pessoa 2025 aconteceu na noite da sexta-feira (3/10), no Ilha Tech, reunindo participantes de diversas áreas para 48 horas de criatividade e colaboração ao longo do sábado (4) e domingo (5).
Durante a cerimônia, Dani Bezerra, Local Lead (líder local) do hackathon na capital, destacou a dimensão global do evento.
“A gente deve ter pra mais de 500 líderes espalhados pelo mundo realizando esse evento simultaneamente. O hackathon da NASA foi pensado por cientistas e engenheiros da agência, mas também para gerar impacto aqui, onde vivemos. Por mais que os desafios sejam globais, a gente precisa olhar para os problemas da nossa comunidade e pensar soluções que possam ser aplicadas no mundo real, aqui em João Pessoa, onde a gente vive”, afirmou.
Dani explicou que o Space Apps Challenge é um programa de inovação e engajamento público da diretoria de missões científicas da NASA, criado em 2012. Em 2024, o evento registrou 93 mil participantes em 163 países, com quase 10 mil projetos submetidos. O Brasil se manteve no Top 5 de países com mais participantes e teve três equipes entre as dez melhores do mundo, sendo uma delas nordestina, de Maceió (AL).
Em João Pessoa, as duas equipes premiadas no ano passado ficaram entre as mil melhores soluções globais, um marco para o ecossistema local.
“Nós somos muito capazes. O brasileiro é extremamente criativo. A frase ‘a NASA tem que estudar o brasileiro’ existe por um motivo. Então vamos fazer com que nossos projetos sejam incríveis, pra que a gente consiga apresentá-los lá na NASA”, reforçou Dani.
A edição 2025 trouxe uma novidade: o formato híbrido, com parte das equipes participando presencialmente no Ilha Tech e outras de forma online. Além disso, o evento contou com um espaço de descontração, com videogames, Just Dance e sessões de massagem com fisioterapeutas, promovendo momentos de relaxamento aos ‘maratonautas’.
De acordo com Dani, os desafios propostos pela NASA não se limitam à tecnologia digital — também é possível desenvolver soluções sociais, metodologias ou jogos, desde que utilizem ao menos uma fonte de dados da agência.
A importância dos dados e das pesquisas científicas, inclusive, foi algo enfatizado durante o Painel Temático “Aprender, Lançar e Liderar”, na noite de abertura do Space Apps, que contou com a presença de Thayane Belchior (CEO da TrêsBê Delas e co-líder do NASA Space Apps Jampa desde 2023), Lucas Meira (Aromist) e Fernanda Lima (GMH Trade).
O evento, promovido pela Agência Espacial Americana (NASA), conecta pessoas do mundo inteiro para desenvolver soluções inovadoras para desafios reais da Terra e do espaço, utilizando dados abertos da própria NASA e de agências espaciais parceiras.
O hackathon é gratuito e aberto para qualquer pessoa com vontade de colaborar — estudantes, profissionais, autodidatas e curiosos. De artistas a cientistas.
“O mais interessante é isso: pessoas que não são da área de tecnologia podem participar e desenvolver algo relevante. O importante é criar soluções inovadoras e de impacto real”, pontuou Dani Bezerra.
Em João Pessoa, o Space Apps Challenge é realizado pela TrêsBê Delas, startup da qual Dani é COO, em correalização com o Ilha Tech, hub de inovação criado pelo publicitário e jornalista Ruy Dantas, presidente da Sin Group.
Falando em nome de Ruy, Thayane Belchior, Advisor de Comunidade do Ilha Tech, ressaltou o papel do hub como agente de transformação e diversidade.
“O Ilha é um centro de inovação e impacto. A gente incuba startups e projetos que recebem uma série de benefícios. Nosso grande objetivo é fomentar o empreendedorismo e a inovação, mas não pensando apenas na transformação digital, e sim em como essa inovação chega lá na ponta e transforma vidas”, ressaltou.
Thayane também enfatizou a importância de popularizar o Ilha Tech com pessoas diversas:
“Queremos encher o espaço de mulheres, de pessoas LGBTQIAPN+, abrir caminhos pra que a inovação tenha a cara de todos os públicos.”
O tema global do hackathon em 2025 é “Aprender, Lançar e Liderar”, sucedendo o de 2024, “O sol que tudo toca”.
As dez melhores equipes locais serão selecionadas para apresentar seus pitches nesta quinta-feira (9/10), quando serão escolhidas as três vencedoras e a menção honrosa, votada pelos próprios participantes.
Encerrando o fim de semana, Dani Bezerra e Thayane Belchior avaliaram positivamente os dois primeiros dias de maratona.
“A gente vai ter projetos de alto impacto sendo apresentados na próxima quinta-feira. Recebemos uma galera bastante qualificada, concentrada e aplicada. As expectativas estão altas porque eles escolheram desafios incríveis e estão criando soluções que podem ir pro mercado e mudar a vida das pessoas. João Pessoa está no páreo de novo, e quem sabe, dessa vez, a gente não manda um paraibano pra NASA”, disseram.
Fonte: Assessoria