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Foto: Divulgação

Fliaraxá 2025 reúne Scholastique Mukasonga e autores nordestinos

Festival literário em Araxá tem 100 autores e programação gratuita de 1º a 5 de outubro; escritora ruandesa e autor baiano são homenageados da edição

1 de outubro de 2025

O Fliaraxá chega à sua 13ª edição trazendo ao Brasil a escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, que é a autora homenageada do festival, assim como o baiano Itamar Vieira Junior. Além deles, o festival conta com a presença de mais de 100 escritores e escritoras de diversas regiões do país, envolvidos pelo tema “Literatura, Encruzilhada e Memória”. A escritora camaronesa Léonora Miano é presença confirmada.

O Festival Literário Internacional de Araxá vai acontecer entre os dias 1.º e 5 de outubro de 2025, no Teatro CBMM do Centro Cultural Uniaraxá. O Patrono é Agripa Vasconcelos, autor de romances como “A vida em flor de Dona Beja”, e o escritor homenageado local é Fernando Braga de Araújo, autor de livros como “Araxá põe a mesa”.

O Fliaraxá é viabilizado por meio da Lei Rouanet e apresentado pelo Ministério da Cultura e CBMM, que em 2025 completa 70 anos de fundação. O patrocínio é do Itaú e Bem Brasil e apoio cultural Centro Cultural Uniaraxá e Academia Araxaense de Letras, em uma realização da Associação Cultural Sempre um Papo. Toda programação é gratuita, com tradução simultânea em Libras e transmitida online pelo canal @fliaraxa do Youtube.

Entre os escritores e artistas confirmados, além dos autores regionais e dos que lançarão seus livros no 13.º Fliaraxá, estão: Ale Santos, Bianca Santana, Calila das Mercês, Cecília Oliveira, Cristiane Sobral, Cidinha da Silva, Cláudio Fraga, Daniella Zupo, Eliane Marques, Geni Núñez, Henrique Marques Samyn, Hugo Monteiro Ferreira, Itamar Vieira Junior, Jamil Chade, Jeovanna Vieira, Jeferson Tenório, João Anzanello Carrascoza, Juliana Monteiro, Léonora Miano, Lívia Sant’Anna Vaz, Lisa Alves, Marcelino Freire, Mara Vasconcelos, Mariana Carrara, Matheus Leitão, Morgana Kretzmann, Myriam Scotti, Natalia Timerman, Nina Rizzi, Paulo Scott, Ricardo Ramos Filho, Scholastique Mukasonga, Sérgio Abranches, Simone Paulino, Taiane Santi Martins, Tatiana Salem Levy, Tino Freitas e Vinícius Neves Mariano.

É nesse contexto que o Festival reúne mais de 100 autores e autoras de diferentes origens sociais, étnicas e geográficas, reafirmando seu compromisso de equilíbrio com a diversidade, a ética e a transformação. A curadoria desta edição está a cargo dos escritores Jeferson Tenório, Bianca Santana e Sérgio Abranches, que assinam a programação de Afonso Borges. Além disso, o curador Leo Cunha atua no campo infantojuvenil, e Rafael Nolli, Carlos Vinícius e Luiz Humberto França, na curadoria local.

Segundo o presidente do Festival, Afonso Borges, “a proposta temática do Fliaraxá – Literatura, Encruzilhada e Memória – é convidar a todos e todas a uma reflexão sobre a importância da lembrança, sob a perspectiva histórica, frente caminhos éticos que a humanidade necessita se orientar. Esta é a vida da Scholastique: o dever da memória posta em uma encruzilhada. Assim como toda a literatura do Itamar, fundada na gênese do brasileiro”.

O processo curatorial abarca a seleção e a organização de mesas de debate, oficinas criativas, lançamentos de livros, atividades infantojuvenis, maratona de leitura, palestras cênico-literárias, Prêmios de Redação e de Desenho, além de exposições e apresentações musicais e teatrais. Em um mundo atravessado por crises ambientais, políticas e simbólicas, o 13.º Fliaraxá é um encontro diverso e inclusivo, permeado por convidados que instigam o pensamento relativo aos rumos da humanidade por meio da escuta, da leitura e do debate. A programação completa está no site www.fliaraxa.com.br

Lançamento de livros

Uma das marcas do Fliaraxá é a valorização da produção independente. Autoras e autores terão espaço para lançar gratuitamente suas obras durante o Festival, com a única contrapartida de doar dois exemplares para bibliotecas da cidade (a doação fica sob responsabilidade da produção do Fliaraxá). As vendas também poderão ser realizadas diretamente pelos escritores, via Pix, sem cobrança de comissão. Para lançar seu livro no 13.º Fliaraxá, o(a) autor(a) deve preencher o formulário disponibilizado no site do evento até o dia 19 de setembro. Após o preenchimento, a equipe do Festival entrará em contato para agendar a data e hora do lançamento, que será realizado na livraria do Fliaraxá. Posteriormente, a agenda será divulgada no site do Festival e a produção do evento enviará para o autor inscrito um flyer para divulgação.

Prêmio de Redação e Desenho

Perpetuando a tradição de suas edições anteriores, o 13.º Fliaraxá realiza o Prêmio de Redação e Desenho do evento. Com o tema “A literatura na encruzilhada – O valor do livro e do escritor na vida de um país”, a proposta do concurso é inspirar reflexões sobre o papel que os livros desempenham na vida cotidiana, o impacto de um escritor na sociedade, quais escolhas podem ser feitas para manter a literatura viva, e demais questões tangentes à construção de um Brasil mais leitor, crítico e criativo. O prêmio é voltado para estudantes entre 4 e 18 anos de idade, matriculados em escolas públicas e particulares de Araxá. O concurso é dividido em seis categorias: três para redação e três para desenho, respeitando as faixas etárias e também garantindo a participação de pessoas com deficiência (PCDs). Os estudantes podem participar com apenas um trabalho por categoria, que deve ser digitalizado e enviado pela escola à organização do Evento. As redações devem ser escritas à mão, com caneta preta ou azul, na folha oficial disponibilizada no site do 13.º Fliaraxá. Já os desenhos podem ser feitos com o material da escolha do aluno.

A premiação é um estímulo à parte: os primeiros colocados de cada categoria receberão R$1.000,00, os segundos colocados, R$500,00, e os terceiros, R$300,00. Além disso, os professores dos alunos premiados serão presenteados com um livro da autora homenageada do 13.º Fliaraxá, Scholastique Mukasonga.

As inscrições vão de 30 de julho a 18 de setembro de 2025, e os trabalhos devem ser enviados para o e-mail redacao@fliaraxa.com.br, acompanhados do Termo de Autorização (para estudantes menores de 18 anos de idade). Todos os documentos, incluindo o regulamento da premiação e as folhas de desenho e redação, estão disponíveis em fliaraxa.com.br. A divulgação dos vencedores será feita no dia 4 de outubro, durante a cerimônia de premiação no 13.º Fliaraxá.

Maratona de Leitura – Seja Breve

Dentro da programação do 13.º Fliaraxá, está a Maratona de Leitura – Seja Breve, uma atividade formativa voltada para a leitura e reflexão, em parceria com a Editora Seja Breve, de Bernardo Ajzenberg e Cadão Volpato. O desafio propõe que cada participante tenha quatro horas para ler um livro escolhido na hora e, logo depois, escreva uma redação com reflexões sobre a obra. A data e o local da realização da ação, que acontece durante o Festival, serão divulgados em breve, no site do 13.º Fliaraxá.

Serão disponibilizadas 25 vagas ao público, e as inscrições devem ser feitas por meio de formulário on-line (a ser divulgado). Os dez melhores textos serão premiados com R$300,00 cada. Os laureados serão anunciados no sábado, 4/10, na cerimônia do Prêmio de Redação e Desenho. Todos os participantes receberão, como presente, o livro que leram durante a maratona e um certificado oficial. Trata-se de uma atividade gratuita e aberta a qualquer pessoa interessada, sem restrição de idade.

“Para Abrir Outras Janelas”: palestra cênico-literária, com Odilon Esteves

O ator Odilon Esteves, uma das atrações convidadas do 13.º Fliaraxá, leva a palestra cênico-literária “Para Abrir Outras Janelas” para integrar a programação do Evento. Cada encontro tem duração de duas horas, com duas sessões programadas em dias diferentes, para ampliar o acesso do público. As performances serão realizadas nos dias 3 e 5 de outubro, das 10h às 12h, no Centro Cultural Uniaraxá.

“Para Abrir Outras Janelas” tem uma dinâmica interativa. A cada palestra, o público vota nas obras e autores que deseja que o Odilon interprete – seja por meio de trechos, leitura dramática ou comentários. Assim, é a plateia quem define o rumo da apresentação. O conteúdo da peça é o mesmo em ambas as sessões, embora a votação possa levar a caminhos diferentes. A base, no entanto, permanece a mesma.

A performance narra o percurso de leitura do palestrante, desde a quinta série, quando a literatura passou a fazer parte de sua vida. A influência familiar, com a presença de livros infantojuvenis, teve importância, mas o contato decisivo ocorreu quando Odilon estava na escola. Em Novo Cruzeiro, cidade mineira onde o ator morava à época, uma professora apresentou a coleção Vagalume. Odilon ficou impressionado com a capacidade das palavras de se transformarem em imagens, criando um verdadeiro filme mental. A leitura abriu novas perspectivas, comparáveis a “mil janelas” – daí surge o nome da peça.

Clube do Livro do Fliaraxá

O 13.º Fliaraxá promove, desde o início de junho, um clube de leitura em Araxá para ampliar o debate sobre memória, história e literatura africana e aproximar a cidade da obra da escritora homenageada Scholastique Mukasonga. O objetivo da proposta é, além de discutir a obra da escritora, levantar questionamentos a respeito do tema do Festival, “Literatura, Encruzilhada e Memória”. Os encontros são organizados pelo professor e escritor Rafael Nolli, de forma gratuita e aberta ao público.

Ao longo das reuniões do Clube, Nolli apresentou um pouco do contexto histórico, político e cultural de Ruanda, país no qual se fundamentam as histórias dos romances de Scholastique, discutidos ao longo dos encontros. O Clube também se dedicou a ler a obra “Stardust”, de Léonora Miano, autora camaronesa que estará presente no Festival. Os livros que pautam os encontros são disponibilizados pela própria organização do Fliaraxá aos participantes do Clube.

Convênio com o Instituto Terra

Um festival literário, como todo evento público, provoca excedente nas emissões de gases na atmosfera, em especial o dióxido de carbono. O aumento de carros e ônibus no entorno; a fabricação dos itens estruturais da montagem, o movimento de caminhões; o deslocamento dos convidados, vindos de outros estados e países: tudo isso aumenta a poluição no ar. Um grande evento, em qualquer lugar do mundo, por maior valor cultural que traga à cidade – no caso, Araxá – provoca danos à natureza, invisíveis a olho nu.

A solução mais comum é simples: compensar as emissões de carbono por meio do plantio de árvores. Por isso, em sua 13ª edição, o Fliaraxá dá sequência à parceria firmada nos anos anteriores com o Instituto Terra. Além de plantar árvores, o convênio com a instituição fundada por Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado garante o investimento no cultivo de plantas nativas, fundamentais para a regeneração do meio ambiente e a proteção da biodiversidade.

A parceria também apoia um dos pontos fortes do Instituto Terra: o investimento na educação ambiental, na formação de jovens profissionais especializados. No futuro, o convênio prevê ainda a recuperação de nascentes, atividade na qual o instituto tem excelência em seus 27 anos de existência.

Exposição educativa “Portinari para Crianças”

Com vistas à realização do 13.º Fliaraxá, a Associação Cultural Sempre um Papo e a CBMM promovem a mostra “Portinari para Crianças”, que apresenta 42 reproduções de obras do pintor Candido Portinari. As pinturas, que retratam crianças se divertindo com brinquedos e jogos, revelam as várias facetas que a infância pode ter, com seus atravessamentos sociais e culturais.

A exposição, que tem entrada gratuita, foi inaugurada no dia 16 de julho, e fica em cartaz até o dia 5 de outubro, no Parque do Cristo, localizado no Microdistrito de Santa Rita, em Araxá. A curadoria foi feita por João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, com a colaboração de Guilherme de Almeida, coordenador do Núcleo de Arte e Educação. A mostra conta com recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição, na forma de QR Codes.

Fonte: Assessoria