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algodão
Foto: Secom PB

Agricultores do Reassentamento Águas de Acauã realizam nova colheita de algodão agroecológico

Governo da Paraíba planeja ampliar cultivo para 60 famílias em 30 municípios; produção sustentável é consorciada com alimentos

26 de setembro de 2025

Famílias agricultoras, entidades da agricultura familiar, da pesquisa e extensão rural, e empresas do ramo da cotonicultura participaram do Dia Especial da Colheita do Algodão Orgânico, no Reassentamento Águas de Acauã, zona rural de Itatuba, Agreste paraibano, nesta quinta-feira (25).

Todo trabalho, do plantio a colheita, teve o acompanhamento técnico do Governo da Paraíba, por meio da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer). Com os resultados positivos do cultivo do algodão agroecológico colorido na área do reassentamento, o Governo da Paraíba quer ampliar no próximo ano o número de municípios cultivando algodão agroecológico colorido ou branco, passando das atuais 20 para 60 famílias em 30 municípios, totalizando 450 hectares plantados.

O roçado agroecológico vem sendo plantado desde 2022 e, no ano seguinte, ocorreu a primeira colheita de algodão agroecológico. No ano de 2024, os agricultores familiares do reassentamento também receberam da Empaer a declaração de produção agroecológica, atestando práticas como o manejo sustentável do solo, a ausência de agrotóxicos e a preservação da biodiversidade local.

Com a assistência técnica continuada pela Empaer, a região Agreste está retomando a produção do algodão agroecológico em dinâmicas de convivências com os insetos que, controlados, não se transformam em pragas. O algodão é plantado em consórcio com outras culturas, como feijão, milho, gergelim, jerimum, quiabo, maxixe e fava, em um modelo de produção diversificado e sustentável.

Conforme o gerente regional da Empaer em Itabaiana, Paulo Emílio de Souza, o evento de colheita se constitui em uma mostra da produção do algodão agroecológico consorciado com culturas alimentícias. É uma ação conjunta com outras unidades produtivas nos municípios de Ingá, Itabaiana, Salgado de São Félix, entre outros. Ele informou que as sementes de algodão foram disponibilizadas pelo OCC – Organic Cotton – empresa que faz a aquisição da produção após a colheita.

O presidente da Empaer, Aristeu Chaves, que esteve presente ao evento que marcou o início da colheita do algodão, afirmou que “era um dia muito especial para toda a extensão rural”. O diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural, Jefferson Morais, também participou do Dia Especial sobre a Colheita do Algodão.

Em dois anos, tem aumentado o número de famílias aderindo ao projeto, as parcerias estão se renovando, juntando-se à Empaer, a UEPB, a Cehap, o MDA, a UFPB, Sebrae, UFCG, o Peasa, Parque Tecnológico, o Insa, várias Secretarias do Estado, empresas que compram o algodão.

O agricultor familiar Cláudio José da Silva, que desde criança acompanhava seus pais no cultivo de algodão, afirmou que com imenso prazer, agora mais de 20 anos depois, retornou ao cultivo desta cultura consciente de que “está vivendo um novo tempo”. Antes, segundo ele, tomava dinheiro emprestado ao banco para plantar algodão, mas agora já planta sabendo o preço que vai vender. E ressaltou o apoio da Empaer para avançar nestas conquistas, “graças a assistência técnica”.

O Reassentamento Águas de Acauã faz parte de um projeto inovador de apoio às famílias desalojadas das suas casas pela construção da Barragem de Acauã, num processo de discussão e negociação pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e entidades parceiras junto ao Governo da Paraíba. Assim, as famílias prejudicadas puderam recomeçar suas vidas no ambiente com moradia e produção rural.

O coordenador do MAB/PB, Osvaldo Bernardo, justificou que o conjunto das ações gerou confiança nas famílias que anteciparam a participação no sistema de produção agrícola, mesmo antes da entrega das 100 habitações, em construção pelo Governo da Paraíba, por meio da Companhia de Habitação Popular (Cehap).

Segundo ele, o trabalho é uma forma pedagógica no sentido de que as famílias agricultoras possam desempenhar sua atividade na produção e aprimorar a relação de intimidade com a terra. Mesmo sem que estejam morando na Agrovila, houve a preocupação de começar a produzir. São 20 famílias trabalhando com o plantio de algodão em 2025.

Fonte: Secom PB