
OSPB executa músicas de D. Pedro I e de compositores brasileiros no concerto desta quinta-feira
Orquestra Sinfônica da Paraíba celebra Mês da Pátria com obras de Edino Krieger, Melquíades Kidbone e Alberto Nepomuceno
23 de setembro de 2025
O concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba desta quinta-feira, 25 de setembro, será comemorativo ao Mês da Pátria, iniciando com “Abertura da Independência”, composição do imperador D. Pedro I. O programa segue com músicas de três compositores brasileiros: Edino Krieger, Melquíades Kidbone e Alberto Nepomuceno.
Este 6º Concerto Oficial da Temporada 2025 começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, em João Pessoa, com regência do maestro Gustavo de Paco de Gea e participação do violinista Rodrigo Eloy como solista. A entrada é gratuita, mas o público deve retirar o ingresso na bilheteria da rampa 4. A distribuição começa às 19h.
Após a música de D. Pedro I, os músicos da OSPB e o solista Rodrigo Eloy vão executar o “Pequeno Concerto para Violino e Cordas”, obra de Edino Krieger, criada em 2008, que combina um violino solista com instrumentos de cordas, e possui três movimentos: Recitativo e Allegro, Digressões sobre um sino de Baden-Baden, e Tocata. Depois será a vez da “Suíte Nordestina”, de Melquíades Kidbone, e, encerrando, a “Sinfonia em Sol menor”, de Alberto Nepomuceno.
O maestro Gustavo de Paco destacou que o programa é totalmente brasileiro. “Vamos iniciar o concerto com uma obra muito curiosa, porque é uma obra escrita pelo imperador Dom Pedro I. Ele colocou o nome de Abertura, mas, na verdade, com o decorrer do tempo, essa música ficou conhecida como Abertura da Independência. Isso não quer dizer que esteja ligada diretamente à Independência. Obviamente, não foi o nome que o autor deu, o nome foi apenas Abertura, depois é que passou a ser chamada de Abertura da Independência”.
“Dom Pedro I foi músico, ele era fagotista, estudou composição, e aí está essa obra dele. Ela se assemelha muito ao estilo, por exemplo, das aberturas de Rossini, ou de algumas aberturas de óperas de Mozart”, explicou.
“A segunda peça também faz parte do repertório brasileiro. De uma obra da época colonial, passaremos a uma obra absolutamente moderna e contemporânea, escrita em 2009, que é Um Pequeno Concerto para Violino e Cordas, de Edino Krieger. Foi um compositor nascido na cidade de Brusque, Santa Catarina, e faleceu recentemente. Foi uma grande personalidade do mundo artístico e da composição no Brasil. Era membro da Academia Brasileira de Música, além de ter sido diretor da Funarte”, disse o maestro.
“Em seguida, teremos uma estreia. Vamos apresentar uma obra de um compositor nordestino, do Recife, discípulo do maestro Clóvis Pereira”, continuou o maestro. “Inclusive, ele dedica esta obra, Suíte Nordestina, ao próprio mestre. Temos uma alegria muito grande em contar com a presença de Melquiades Kidbone, um compositor jovem, muito talentoso. Essa suíte tem quatro momentos musicais bem delimitados: um lamento, um maracatu, um caboclinho e um baião. É uma obra muito bonita e o público certamente vai gostar, porque traz características bem marcantes do nosso Nordeste”.
Gustavo de Paco ressaltou que a Sinfonia em Sol menor, de Alberto Nepomuceno, possivelmente seja a primeira sinfonia escrita por um compositor brasileiro. “Nepomuceno era cearense, mas escreveu essa obra no período em que estava na Europa. A sinfonia foi composta em Berlim, em 1894, e teve também parte escrita em Paris, no ano seguinte. É a única sinfonia de Alberto Nepomuceno. É uma obra romântica, vibrante, muito bonita e que traz uma certa dificuldade para a orquestra. Espero que todo mundo goste”, finalizou o maestro.
O violinista Rodrigo Eloy disse ser um prazer poder estar junto à Orquestra Sinfônica da Paraíba para fazer esse solo. “Uma orquestra que eu cresci assistindo, depois me tornando membro e atualmente continuo como membro do corpo artístico da orquestra. Então é um prazer poder dividir o palco com meus colegas nesse solo, um concerto de música brasileira, do compositor Edino Krieger”, comemorou.
“Acho que vai ser uma experiência fantástica para o pessoal poder conhecer essa obra, que é pouco tocada nas salas de concertos, principalmente aqui no Brasil. Eu acho que é um momento de que a gente pode conhecer o repertório novo, principalmente para essa formação e violino solo com orquestra”.
O regente
Natural de Buenos Aires, Gustavo de Paco de Gea formou-se no Conservatório Juan José Castro. Atuou como flautista e docente em orquestras argentinas até 1978, quando passou a lecionar Flauta Transversal na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Fundou o Quinteto Latinoamericano de Sopros da UFPB, com apresentações no Brasil e no exterior.
Desde 1980, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica da Paraíba, destacando-se na promoção da música nordestina. Em 1985, assumiu o mesmo posto na Orquestra Sinfônica do Recife e no respectivo quinteto de sopros. Foi professor convidado do Centro de Criatividade Musical de Recife (1996–1997) e preparador da Orquestra Infantil da Paraíba.
Iniciou-se como maestro em 2001, fundando a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, onde atuou até 2010. Em 2012, tornou-se maestro da Orquestra Criança Cidadã e, em 2014, maestro assistente da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa. Rege a Orquestra Sinfônica da UFPB desde 2013 e, em 2022, assumiu a regência da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Em 2025, foi convidado a dirigir a Orquestra Filarmónica de Río Negro, na Argentina.
O solista
Rodrigo Eloy (violino) – Iniciou seus estudos de violino em 1994, aos três anos de idade, com o professor Ademar Rocha. Em 2004 entrou no curso de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob a orientação do professor Hermes Alvarenga. Nesta mesma instituição, em 2012, concluiu o curso de Bacharelado em Música, com habilitação em violino. Em 2016 recebeu o título de Mestre em Música e, em 2024, o título de Doutor em Música, também pela UFPB.
Durante a sua carreira, já participou de diversos festivais nacionais e internacionais, onde teve a oportunidade de ter aulas com professores de renome internacional, tais como Ole Bohn, Charles Stegeman, Leon Spierer, Mirian Fried, Shmuel Ashkenasi, Simon Bernardini, Daniel Guedes, entre outros.
Como camerista, já realizou diversos concertos no Brasil e no exterior, sendo constantemente convidado para participar de festivais de música, tais como a IV Semana Internacional de Música de Câmara do Rio de Janeiro, Música na Estrada, Sunflower Music Festival (EUA), entre outros.
Vem atuando constantemente como solista à frente das principais orquestras da Paraíba. Rodrigo Eloy é membro do corpo efetivo da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba, atuando como spalla. Também é membro do Quarteto de Cordas Eli-Eri e do Quinteto Uirapuru.
Entrada – A entrada para o concerto é gratuita, mas só terão acesso as pessoas que retirarem o ingresso na bilheteria da rampa 4, que estará aberta às 19h. Os idosos, cadeirantes e demais pessoas com dificuldade de locomoção têm entrada acessível na lateral da Sala de Concertos, ao lado do palco da Praça do Povo. O programa deste concerto estará disponível na bio da página da OSPB no Instagram: @orquestra.ospb.
Fonte: Secom PB