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Foto: Divulgação

Fábio Bernardo: “João Pessoa já é um destino de luxo, com qualidade comparável a São Paulo e um estilo de vida que ainda preserva a tranquilidade”

Com forte presença no mercado de alto padrão, jornalista e RP reflete sobre a expansão do setor na capital paraibana, a sofisticação do consumidor local e o novo protagonismo da cidade no radar das grifes globais

21 de agosto de 2025

Há uma sofisticação que não grita — apenas ocupa, com leveza e intenção, os espaços onde o tempo desacelera e o olhar se apura. João Pessoa, conhecida por suas praias paradisíacas e estilo de vida tranquilo, vive agora uma transformação neste sentido. A capital paraibana tem experimentado um despertar elegante e se tornado destino de grandes grifes internacionais e eventos de alto padrão, movimentando um público sofisticado, conectado com a moda global e exigente em experiência e qualidade.

À frente desse novo tempo, Fábio Bernardo tem sido mais que um nome: é um fio condutor entre o Nordeste e as grandes maisons globais. Jornalista, empreendedor do segmento de arte, relações-públicas e anfitrião de eventos que revelam a delicadeza do detalhe, ele assina encontros com marcas como Dolce&Gabbana, Valentino, Balmain, Celine, Chloé, Emilio Pucci, Burberry e Louis Vuitton, reposicionando a capital paraibana no mapa do alto padrão.”As mulheres paraibanas não consomem as marcas apenas pelas marcas, como rótulos para embalagens ou chancelas para posicionamentos em determinados grupos sociais. Mais que isso, buscam estar conectadas com o mundo, a arte, as informações de moda em dia, o estilo e, sobretudo, com a qualidade dos produtos nos quais investem’, exemplifica.

Nesta entrevista que segue, Fábio fala sobre o poder de uma presença discreta, a sofisticação que nasce da escuta e a construção de um luxo que respeita o tempo, a cultura e o lugar de onde vem e avalia o posicionamento de João Pessoa como um destino cada vez mais desejado por grandes marcas e investidores do setor.

Como você avalia a expansão do mercado de luxo no Brasil, especialmente fora do eixo Rio-São Paulo?

Primeiro, acredito que seja importante ressignificar o que vem a ser luxo de fato. Numa linguagem mais contemporânea, o termo transcende o material, refletindo novos valores, vivências e experiências com diferentes formas e significados. Partindo de um olhar voltado apenas para o que é palpável, o Brasil, em sua totalidade e diversidade, é um dos maiores consumidores de grandes “labels” do mundo, o que pode ser justificado por uma influência considerável dos americanos em relação à forma de consumo. Praticamente todas as grandes marcas de alto padrão existentes estão com suas bandeiras muito bem fincadas no país, em pleno ritmo de crescimento, com resultados que só confirmam esse avanço.

Você esteve à frente da organização de eventos assinados por grandes marcas de luxo em João Pessoa. O que motivou essa aposta das marcas na capital paraibana?

De forma geral, não só João Pessoa, mas todo o Nordeste está no radar do mercado das grandes marcas mundiais. Curiosamente, em algumas praças onde essas marcas ainda não se instalaram com lojas, estão os seus melhores clientes. Dolce&Gabbana, só para mencionar um exemplo, tem uma paraibana no seu top 10 de melhores clientes do Brasil. A Valentino, em Recife, já nos confidenciou — e não dá para guardar segredo — que as clientes de João Pessoa têm as melhores performances em consumo na loja de Pernambuco. As mulheres paraibanas não consomem as marcas apenas pelas marcas, como rótulos para embalagens ou chancelas para posicionamentos em determinados grupos sociais. Mais que isso, buscam estar conectadas com o mundo, a arte, as informações de moda em dia, o estilo e, sobretudo, com a qualidade dos produtos nos quais investem.

O que torna João Pessoa um mercado atraente para marcas de alto padrão?

Sem dúvida, o potencial de consumo, vinculado, antes de tudo, à informação. Somos, nos mais variados nichos, um mercado exigente, que sabe o que é bom em termos, inclusive, de durabilidade. E temos satisfação em nos apresentar com o que existe de melhor aos olhos do mundo. Mas também vale destacar a nossa relevância na produção nacional de peças de altíssimo padrão. Seja na moda — via o poder de marcas e designers já consagrados, como Alexandre Birman, Reinaldo Lourenço, Sandro Barros, Samuel Cirnansck e Vitor Zerbinato — ou por meio do padrão inquestionável de jovens grifes com modelagens impecáveis e tecidos nobres e naturais, como Misci (Airon Martin), Handred (André Namitala) e Mondepars (Sasha Meneghel). E, claro, o poder do “feito à mão”, do artesanal da alagoana internacional Martha Medeiros — mais luxuoso, impossível. Ou ainda nas peças de mobiliário de design nacional, assinadas por nomes brasileiros de reconhecimento mundial, como Sérgio Rodrigues, Humberto Campana, Jáder Almeida, Artefacto e Sérgio J. Matos.

Na sua opinião, de que forma se constrói uma conexão sólida entre marcas globais e mercados emergentes como João Pessoa?

É fundamental nos reconhecermos na riqueza única dos nossos valores culturais, na nossa qualidade de vida, no bem-estar (o luxo além do luxo) que a cidade proporciona a quem a vivencia em sua plenitude. Uma conexão diretamente alicerçada na nossa autoestima, que precisa ser coletiva.

João Pessoa tem potencial para se consolidar como um destino de luxo no Brasil ou é uma fase?

Sim, já pode e deve ser considerada um destino de luxo, por suas belezas naturais, um espírito acolhedor que faz toda a diferença, gastronomia diversa e com qualidade facilmente comparável à nossa maior referência nacional — São Paulo — e um estilo de vida que ainda preserva a tranquilidade, além de outros atributos que eu poderia passar horas citando (risos).

 

Fonte: Vivass Comunicação