
Alternativas de crédito abrem espaço para pequenas e médias incorporadoras em João Pessoa
Mercado vive um boom imobiliário impulsionado principalmente pelo setor turístico, tendo hoje a maior valorização acumulada em imóveis residenciais. Somente pela fintech Makasí, R$ 110 milhões já foram alocados para financiar projetos na cidade nos últimos 18 meses
14 de agosto de 2025
João Pessoa (PB) registrou a maior valorização acumulada em imóveis residenciais (17%) nos últimos 12 meses, conforme o levantamento FipeZAP de Venda Residencial. Um dos pontos que apoia esse crescimento é uma nova dinâmica de financiamento, que conecta o setor ao mercado privado de capitais. A expansão é tanta que, mesmo em praças tradicionalmente dominadas por grandes construtoras, há espaço para pequenos incorporadores se destacarem, principalmente sustentados nessa nova oportunidade de crédito.
Segundo dados da Makasí, fintech que une crédito e produtos bancários especializados a uma plataforma de gestão para viabilizar recursos para construtores, R$ 110 milhões já foram alocados para financiar projetos na cidade nos últimos 18 meses por meio da empresa, que viabiliza financiamentos por meio de investimentos do mercado privado de capitais.
Mercado de capitais como motor
A expansão do mercado reflete uma mudança semelhante: a consolidação do mercado de capitais no financiamento para o setor imobiliário. “O modelo tradicional já não comporta o ritmo de crescimento atual. O mercado de João Pessoa trabalha, tradicionalmente, com pequenos investidores ou capital próprio dos empreendedores”, analisa Eduan Guérios, sócio e head de growth da Makasí, que relata que o mercado de incorporação na cidade é muito local, o que garante a experiência e consolidação da marca, mas o investimento agora está vindo de fora.
“Mais de 19 empreendimentos já nos solicitaram crédito em João Pessoa. O apelo no mercado imobiliário da cidade é influenciado pelo turismo local. Acredito que, daqui para frente, vamos ver cada vez mais mercados como este em expansão no financiamento imobiliário”, diz Eduan.
Dados regionais
João Pessoa se destaca por projetos de médio padrão, com prédios com cerca de 80 unidades residenciais, 5 mil m² de construção e crédito médio de R$ 15 milhões por empreendimento. O valor geral de venda (VGV) gira em torno de R$ 90 milhões, com prazos médios de obra de 20 meses.
O mercado é dominado por empreendedores locais, com a maioria acessando crédito pela primeira vez. “Eles estão aproveitando o boom do mercado, mas operam com margens muito apertadas, o que eleva os desafios financeiros. A maioria dos produtos tem uma metragem e tipologia semelhantes, com apartamentos até 100 m², com três quartos, porém, poucos projetos chegam com uma avaliação de custo adequada. É nesse ponto que entra a Makasí, que utiliza tecnologia e um modelo de liberação de crédito que ajuda o projeto a se tornar viável”, explica Eduan.
Em João Pessoa, o crescimento é puxado por investidores de primeira viagem, que ainda estão aprendendo a operar com crédito estruturado e precisam lidar com modelos de financiamento mais longos e margens reduzidas. Apesar dos desafios, o mercado segue aquecido, impulsionado pela valorização dos imóveis, que deve se manter entre 15% e 20% em 2025, de acordo com dados do Sindicato da Habitação do Estado da Paraíba (Secovi-PB).
Construções familiares também alavancam busca por crédito
Além das incorporadoras, João Pessoa também têm uma busca importante para construção por meio das pessoas físicas. Conforme dados internos da Makasí, na cidade, a busca das famílias por crédito para construção de imóveis na base da empresa é 100% voltada para construções destinadas à venda, por pessoas que, em sua maioria (90%), já possuem um orçamento para a obra. Apesar disso, 50% nunca havia tentado nenhum tipo de financiamento e 100% nunca construiu ou participou de alguma construção anteriormente. A renda média mensal dessas pessoas gira em torno de R$ 27 mil, que buscam casas com cerca de 320 m².
Fonte: Assessoria