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Foto: Divulgação

Com apoio do BNDES, EMS inicia venda de canetas para tratamento de obesidade e diabetes

Produzidas em fábrica de R$ 70 milhões em SP, medicamentos Olire e Lirux chegam às farmácias com investimento do BNDES

7 de agosto de 2025

As primeiras canetas injetáveis produzidas no Brasil para tratamento de obesidade e diabetes tipo 2 chegaram às farmácias nesta segunda-feira, 4. Os medicamentos Olire e Lirux, do laboratório brasileiro EMS, são fabricados em uma planta industrial inaugurada no ano passado em Hortolândia (SP). Sua construção foi viabilizada com o apoio de R$ 48 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com área construída de 2,5 mil metros quadrados, a fábrica recebeu investimentos totais de R$ 70 milhões e tem capacidade para produzir até 20 milhões de canetas por ano. O projeto prevê geração de 150 empregos diretos e aproximadamente mil indiretos.

O lançamento dos medicamentos ocorre em um cenário de crescimento acelerado dessas doenças crônicas no Brasil. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a prevalência de obesidade entre adultos pode atingir 48% até 2044, enquanto outros 27% poderão ter sobrepeso. Atualmente, os índices são de 34% e 22%, respectivamente. Entre crianças de até 10 anos, já são mais de 3,1 milhões vivendo com obesidade, de acordo com o Ministério da Saúde. A diabetes tipo 2 também apresenta tendência de alta, pressionando os sistemas de saúde pública e privada.

As canetas Olire e Lirux são indicadas, respectivamente, para tratamento de obesidade e diabetes tipo 2. Ambas são produzidas a partir da molécula liraglutida, que pertence à classe dos análogos ao GLP-1, hormônio que atua na regulação da glicose e na promoção da saciedade. A EMS desenvolveu os medicamentos após a queda das patentes nacionais da Saxenda e Victoza, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk.

“Esse é um marco para a indústria nacional e para a saúde pública. O Brasil passa a contar com produção local de medicamentos de alta complexidade, que têm potencial de ampliar o acesso da população a terapias modernas para doenças crônicas como diabetes e obesidade e com forte impacto social e econômico”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

A EMS é líder no mercado de genéricos no Brasil desde 2013, mas as novas canetas não são classificadas como genéricos, pois são produzidas a partir de uma tecnologia considerada inovadora envolvendo a síntese química de peptídeos. Até o fim de 2025, o laboratório pretende lançar um novo produto à base de semaglutida, princípio ativo presente no medicamento Ozempic, cuja patente se encerra em 2026.

A expectativa é de que 250 mil unidades das canetas cheguem às farmácias até o fim deste ano. As primeiras remessas estão sendo recebidas nas regiões Sul e Sudeste. A venda exige prescrição médica, que deve ser retida pela farmácia, conforme norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O acompanhamento profissional é fundamental para segurança e eficácia do tratamento.

Segundo o presidente da EMS, Carlos Sanchez, o objetivo da companhia é consolidar sua posição no mercado global: “Estamos consolidando a capacidade do país de desenvolver e fabricar medicamentos de alta complexidade, com tecnologia própria e competitividade global. Este movimento fortalece nossa liderança e amplia o acesso a terapias modernas. Em até oito anos, projetamos gerar cerca de US$ 2 bilhões em receita no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil, consolidando a EMS em mercados estratégicos.”

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Fonte: Assessoria