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Foto: Secom JP

Revolução tecnológica na escola pública: como João Pessoa se tornou potência nacional em robótica

Rede municipal forma jovens cientistas e conquista prêmios internacionais com projetos inovadores

6 de agosto de 2025

O que antes parecia um cenário distante, restrito às melhores escolas particulares, tornou-se uma realidade vibrante na Rede Municipal de Ensino de João Pessoa. Alunos do ensino fundamental estão desenvolvendo aplicativos, construindo robôs para resolver problemas ambientais e representando o Brasil em competições internacionais de tecnologia. Essa transformação é fruto de uma política educacional arrojada da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), que colocou a inovação, a robótica e a programação no centro de sua estratégia, consolidando a capital paraibana como uma referência nacional.

A presença constante de estudantes da rede municipal nos pódios de olimpíadas e feiras de ciências evidencia um projeto bem-sucedido. A união entre educação de qualidade e tecnologia de ponta, com forte apoio institucional, está abrindo horizontes para milhares de jovens e redefinindo o papel da escola pública como um celeiro de talentos para a economia do futuro.

Para o prefeito Cícero Lucena, o investimento representa a realização de um objetivo claro: democratizar a excelência. “Vejo com grande alegria a escola pública de João Pessoa atingir uma qualidade igual ou superior à das melhores escolas particulares, especialmente formando jovens na área de robótica, que é, sem dúvida, a profissão do futuro. Parabenizo toda a equipe da Secretaria de Educação que conduz esse processo e, principalmente, os alunos que se dedicam”, celebra.

O ecossistema da inovação: da sala de aula aos pódios – O coração dessa transformação tecnológica reside em uma estrutura bem planejada. Todas as escolas da rede municipal estão equipadas com kits de robótica da LEGO® Education, líder mundial no setor. A cidade já conta com 79 unidades equipadas com Salas Google e 36 Espaços Maker, ambientes projetados para que os alunos aprendam a desenvolver soluções criativas para problemas do dia a dia.

“O prefeito fez um investimento enorme ao trazer a LEGO®, que tem parceria com a FIRST®, organizadora dos maiores torneios de robótica do mundo. Hoje, temos tantas equipes que conseguimos sediar nossa própria etapa regional”, explica Diego Sérgio, diretor de Tecnologia da Informação da Sedec. Ele destaca que a iniciativa desenvolve múltiplas habilidades. “Trabalhamos ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. Além disso, cultivamos valores como cooperação, criatividade e capacidade de resolução de problemas. Estamos despertando uma geração de cientistas e programadores em João Pessoa”, completa.

Essa estrutura robusta é complementada pelo projeto ‘Code – Codificar para Desenvolver’, uma parceria entre a Sedec e a Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec). Em 2024, o programa ofereceu 11 mil vagas para que estudantes tivessem aulas de programação como componente curricular, com planos de expansão para a área de Inteligência Artificial (IA).

Resultados que inspiram: Alunos de JP no palco mundial

O resultado desse investimento massivo é visível nos palcos nacionais e internacionais. Recentemente, na RoboCup 2025, maior evento de robótica do mundo, realizado em Salvador, João Pessoa foi representada por quatro equipes da rede municipal, uma conquista inédita. Os projetos apresentados mostram a profundidade do aprendizado:

E-book Digital (Escola Luiz Vaz de Camões): Ferramenta tecnológica para alfabetização.

Colete Inclusivo Inovador (Escola Índio Piragibe): Dispositivo que facilita a comunicação de pessoas com deficiência.

Amigo Guto (Escola Santa Ângela): Robô animatrônico focado em inclusão e ludicidade.

Robô Monitorador de Corais (Escola Augusto dos Anjos): Solução para preservação de recifes de coral.

Fagner Ribeiro, coordenador da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) na Paraíba, ressalta o impacto da participação. “O desempenho foi excelente. Eles ganharam certificados e, o mais importante, tiveram um intercâmbio com equipes de 40 países. Isso mostra que o ciclo de sucesso é contínuo, com novas etapas estaduais e nacionais já no horizonte”, disse.

Formando o principal ativo da cidade: capital humano

Para o secretário de Ciência e Tecnologia, Guido Lemos, o que acontece nas escolas municipais é a obra mais importante da gestão. “Quem está de fora talvez não perceba, mas estamos oferecendo a essas crianças acesso a desafios que nem eu tive na idade deles. Eles estão aprendendo a programar, construir robôs e resolver problemas do mundo real. Alguns estão criando soluções que nem cientistas experientes pensaram, como refrigerar o mar para salvar corais”, destaca.

Guido Lemos enfatiza que nada disso aconteceria sem o investimento nos professores, que são qualificados e motivados. “Não é algo para uma foto. É uma oferta universal. Todas as crianças do ensino fundamental de João Pessoa estão tendo acesso à robótica e à programação. Estamos formando pesquisadores, inovadores e empreendedores. O principal ativo que uma cidade pode ter para atrair negócios de qualidade é o recurso humano, e nós estamos começando a formar cientistas aos 7 anos de idade”, declarou.

Com um ecossistema que une infraestrutura de ponta, professores qualificados e alunos protagonistas, João Pessoa não está apenas ensinando tecnologia, está construindo um futuro onde a escola pública é a vanguarda da inovação, provando que, com visão e investimento, é possível transformar a educação e a própria cidade.

Fonte: Secom JP